sábado, 14 de janeiro de 2023

Depoimento: Ibaneis diz à PF que Exército impediu remoção de acampamento no QG

Por Lilian Tahan e Isadora Teixeira, na coluna Grande Angular: O governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), disse à Polícia Federal que o Exército impediu a remoção do acampamento de manifestantes radicais em frente ao Quartel-General do Exército. Em depoimento prestado nesta sexta-feira (13/1), obtido pelo Metrópoles, Ibaneis afirmou que o procedimento de remoção começou no dia 29 de dezembro, "mas foi sustado logo no início por ordem do Comando do Exército".

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O governador afastado contou que algumas barracas chegaram a ser retiradas, mas o DF Legal, auxiliado pela Polícia Militar, "não conseguiu terminar todo o trabalho de retirada em razão da oposição das autoridades militares".


Segundo Ibaneis, a equipe de transição do governo federal "tinha conhecimento da oposição do Exército na retirada dos acampamentos". "O GDF trabalhou ativamente e com êxito na segurança da posse presidencial e posteriormente foi sentido um movimento natural de desmobilização, que foi apoiado pelos órgãos do Distrito Federal", relatou oi emedebista.


Ibaneis foi ouvido no âmbito da investigação sobre eventual responsabilidade de autoridades na invasão e depredação do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto. O governador foi afastado do cargo, pelo prazo de 90 dias, por determinação do STF.

O emedebista disse que não recebe o planejamento de segurança da PMDF. Ele pontou que recebeu mensagem do ministro da Justiça, Flávio Dino, "relatando preocupação com a chegada de vários ônibus com manifestantes", no sábado (7/1).


Afirmou ainda que ligou para Anderson Torres, então secretário de Segurança Pública, e soube que ele estava nos nos Estados Unidos. Segundo o governador afastado, o secretário titular passou o contato do interino, Fernando de Souza Oliveira, que tranquilizou Ibaneis "afirmando haver informes de que os manifestantes estavam chegando pacificamente ao QG do Exército para a manifestação do dia 8/1".


Ibaneis traçou uma linha do tempo do dia 8 de janeiro, quando ocorreram os atos terroristas. Ele informou à PF que no dia dos ataques o secretário afirmou que "o clima" estava "bem ameno".

Às 15h39, Ibaneis disse que determinou a Fernando Oliveira colocar todo o efetivo da polícia na rua, "tirar esses vagabundos do Congresso" e prender "o máximo possível".


Revoltado

O emedebista declarou à PF que ficou "absolutamente surpreendido" com a falta da resistência exigida para a gravidade da situação por parte da PMDF. Ele disse que não quer e não pode generalizar esta afirmação, mas ficou "revoltado" quando viu cenas de alguns PMs se confraternizando com manifestante. 


O governador afastado afirmou que "houve algum tipo de sabotagem", mas que a investigação em andamento deverá esclarecer. Segundo Ibaneis, a exoneração de Anderson Torres se deu porque ele estava ausente do país no momento do "trágico acontecimento" e, portanto, perdeu a confiança no então secretário.

O STF determinou a prisão de Anderson Torres, que permanece nos Estados Unidos e do então comandante-geral da PMDF, coronel Fábio Augusto Vieira.


Imagem: reprodução/Foto: Pedro Iff


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