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sábado, 29 de agosto de 2015

Por que decidi processar Gilmar Mendes

Por Luis Nassif, no jornal GGN – "O Ministro Gilmar Mendes me processou, um daqueles processos montados apenas para roubar tempo e recursos do denunciado. Eu poderia ter ficado na resposta bem elaborada do meu competente advogado Percival Maricatto.
Mas resolvi ir além.

Recorri ao que em Direito se chama de "reconvenção", o direito de processar quem me processa.


A razão foram ofensas graves feitas por ele na sessão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na qual não conseguiu levar adiante a tentativa canhestra de golpe paraguaio, através da rejeição das contas de campanha de Dilma Rousseff.

Todo o percurso anterior foi na direção da rejeição, inclusive os pareceres absurdos dos técnicos do TSE tratando como falta grave até a inclusão de trituradores de papel na categoria de bens não duráveis.

Não conseguiu atingir seu propósito graças ao recuo do Ministro Luiz Fux, que não aceitou avalizar sua manobra. Ele despejou sua ira impotente sobre mim, valendo-se de um espaço público nobre: a tribuna do TSE.

Certamente quem lucrou foram os blogs sujos, que ficaram prestando um tamanho desserviço. Há um caso que foi demitido da Folha de S. Paulo, em um caso conhecido porque era esperto demais, que criou uma coluna 'dinheiro vivo', certamente movida a dinheiro (...) Profissional da chantagem, da locupletação financiado por dinheiro público, meu, seu e nosso! Precisa ser contado isso para que se envergonhe. Um blog criado para atacar adversários e inimigos políticos! Mereceria do Ministério Público uma ação de improbidade, não solidariedade”.

O que mereceria uma ação de improbidade é o fato de um Ministro do STF ser dono de um Instituto que é patrocinado por empresas com interesses amplos no STF em ações que estão sujeitas a serem julgadas por ele. Dentre elas, a Ambev, Light, Febraban, Bunge, Cetip, empresas e entidades com interesses no STF.

Não foi o primeiro ato condenável na carreira de Gilmar. Seu facciosismo, a maneira como participou de alguns dos mais deploráveis factoides jornalísticos, a sem-cerimônia com que senta em processos, deveriam ser motivo de vergonha para todos os que apostam na construção de um Brasil moderno. Gilmar é uma ofensa à noção de país civilizado, tanto quanto Eduardo Cunha na presidência da Câmara Federal.

A intenção do processo foi responder às suas ofensas. Mais que isso: colocar à prova a crença de que não existem mais intocáveis no país. É um cidadão acreditando na independência de um poder, apostando ser possível a um juiz de primeira instância em plena capital federal não se curvar à influência de um Ministro do STF vingativo e sem limites.

Na resposta, Gilmar nega ter se referido a mim. Recua de forma pusilânime.
“o Reconvindo sequer faz referência ao nome do Reconvinte, sendo certo que as declarações foram direcionadas contra informações difamatórias usualmente disseminadas por setores da mídia, dentro dos quais o Reconvinte espontaneamente se inclui”.
Como se houvesse outro blog de um jornalista que trabalhou na Folha, tem uma empresa de nome Agência Dinheiro Vivo e denunciou o golpe paraguaio que pretendeu aplicar na democracia brasileira.

A avaliação do dano não depende apenas da dimensão da vítima, mas também do agressor. E quando o agressor é um Ministro do Supremo Tribunal Federal, que pratica a agressão em uma tribuna pública - o Tribunal Superior Eleitoral - em uma cerimônia transmitida para todo o país por emissoras de televisão, na verdade, ele deveria ser alvo de um processo maior, do servidor que utiliza a esfera pública para benefício pessoal."

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quarta-feira, 6 de maio de 2015

O estupro permanente da notícia


- “Há dois tipos de leitores de jornais: os que querem se informar, e os que querem ler apenas aquilo que lhes agrada. Os primeiros, são leitores; os segundos, torcedores.
Nos últimos anos, os grandes grupos jornalísticos abriram mão dos leitores. A notícia tornou-se uma ferramenta de guerra, que, como em toda guerra, pode ser estuprada, manipulada, distorcida.

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reprodução/montagem/GGN
Há inúmeros temas relevantes para se criticar Dilma, Lula e o PT: os erros da política econômica, o envelhecimento das ideias, a falta de propostas novas, o aparelhamento de muitas áreas, os problemas enfrentados pela Petrobras.

Mas, aparentemente, entre Pulitzer e William Randolph Hearst – o pai do jornalismo marrom -, a grande imprensa brasileira escolheu o segundo.

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O Estado de S. Paulo, o augusto Estadão, que historicamente se colocava como um baluarte conservador, mas respeitador dos fatos, divulgou em sua versão online a manchete de que a Petrobras destruira gravações de reuniões do Conselho de Administração para sumir com provas.
O repórter entregou uma matéria responsável. Consultou dois diretores que lhe asseguraram que não era hábito, mesmo, guardar gravações de reuniões de Conselho. Serviam apenas para instruir as atas. Depois das atas escritas, as gravações eram destruídas. Só depois que estourou a Lava Jato é que decidiu-se preservar as gravações, caso houvesse necessidade.

Ao longo do dia, a manchete foi desmentida por diversos veículos online. No dia seguinte, na edição impressa, manteve-se o enfoque errado.
Em outros tempos, poucos saberiam. Na era da Internet, o erro já tinha se espalhado. Ao insistir em mantê-lo os editores expuseram o jornal e sua história a milhares de leitores que já tinham conferido os desmentidos.

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O mesmo aconteceu com a revista Época, em conluio com procuradores da República do Distrito Federal.
Desde que saiu da presidência, Lula assumiu o compromisso público de aproximar-se da África e trabalhar negócios brasileiros por lá. Por seu lado, há décadas a Construtora Odebrecht investiu na área e em outros países emergentes. Hoje em dia, atua em 28 países construindo todo tipo de obra.
Finalmente, há décadas o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) dispõe de uma linha de financiamento às exportações de produtos e serviços, o Proex, da qual o maior cliente – por ser a empreiteira brasileira com mais obras no exterior – é a própria Odebrecht.

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No entanto, procuradores irresponsáveis foram investigar as obras da Odebrecht no exterior e montaram um inquérito com base nos seguintes fatos:
Lula visitou Gana e dois meses depois a Odebrecht conquistou um projeto por lá. Os procuradores tentaram criminalizar o que se tratava de uma estratégia bem sucedida. E ligaram a visita de Lula ao fato da Odebrecht ter conseguido um financiamento do BNDES – sendo que ela já tem 35 financiamentos, para suas obras internacionais.
Esse conluio mídia-procuradores teve repercussão em todos os jornais.
Os jornais atingiram seus objetivos políticos. Mas o jornalismo saiu mais uma vez sangrando do episódio. E mostrou que não há diferença mais entre blogs partidários e jornais.”

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Em tempo: O blogueiro Dodó Macedo, ao também replicar esta importante matéria com o título: Sobre fatos, notícias e conluios, conclui o seguinte:
“Judith Brito, ex-presidente da ANJ (Associação Nacional de Jornais), declarou, ainda no longínquo março de 2010: "Na situação atual, em que os partidos de oposição estão muito fracos, cabe a nós dos jornais exercer o papel dos partidos".

Presentemente, constata-se que a realidade é outra: o governo está fragilizado e os partidos de oposição e agregados se mostram fortes. A imprensa, por sua vez, não só mantém a postura preconizada por Dona Judith, como recebe o auxílio de instituições amigas.”

O escritor, roteirista e blogueiro Antônio Mello, também fez referência à declaração da Dona Ruth nos mostrando o fio da meada do assunto: “Mas é tarde, o PIG deixa cair a máscara e se assume. Menos mal. Agora quando falarmos PIG (Partido da Imprensa Golpista) eles não poderão mais fazer cara de paisagem”, diz Mello.

Outro que lembrou Dona Ruth, foi o jornalista e publicitário Lelê Teles, em matéria publicada no 247 com um exemplo de estupro de notícia:

"Agora foi o editor de polícia de Época, Diego Escosteguy, o neófito, quem aderiu ao gravataismo. Pego de calças curtas, meteu sua revista em uma saia justa.

Sua falsa denúncia contra Lula, acusando-o de esnobe lobista, foi um tiro n'água. Não repercutiu e foi desmentida no dia seguinte. Desmontada anatomicamente, mentira por mentira pelo Instituto Lula, a reporcagem mostrou-se um grande furo, um furo num saco vazio”, escreveu.

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PS: Independentemente do partidarismo, é salutar ter conhecimento de como é comum no jornalismo brasileiro uma prática obscura, que muitas vezes mais confunde do que informa o cidadão. 

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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

O avanço do obscurantismo e da perda da generosidade

"O Brasil atravessa um momento complicado, de perda de rumo. Nos últimos anos, a orquestração da opinião pública dependeu de dois discursos polarizadores: o da presidência da República e o da chamada velha mídia (os quatro grupos jornalísticos do eixo Rio-São Paulo que dominaram o mercado de opinião nas últimas décadas, assumindo o papel da oposição).
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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Entenda o xadrez político no momento atual

Por:  Luis Nassif

Vamos entender o xadrez político atual.
Há um jogo em que o objetivo maior é capturar o rei – a Presidência da República. O ponto central da estratégia consiste em destruir a principal peça do xadrez adversário: o mito Lula.
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