Política: Barroso indica 'cálice' e livro sobre ditadura após Bolsonaro ameaçar eleições de 2022

Após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desacreditar o sistema eleitoral brasileiro e ameaçar a realização das eleições em 2022, o ministro do do STF (Supremo Tribunal Federal) e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Luís Roberto Barroso usou as redes sociais para responder, indiretamente, ao ataque do chefe do Executivo.

Barroso, que foi chamado de "idiota" e "imbecil" por Bolsonaro, e sem citar diretamente o presidente da República sugeriu através do Twitter como "dicas da semana", a leitura do livro "A Ditadura Escancarada" de Elio Gaspari, e a música "Cálice" - composição de Chico Buarque e Gilberto Gil censurada durante o regime militar.

O ministro também compartilhou um pensamento: "Quando um home de bem responde um insulto com outro insulto, ele permite que o mal vença. Não é preciso responder. O mal consome a si mesmo".

DICAS DA SEMANA:

- Um livro: A ditadura escancarada, Elio Gaspari

- Um pensamento: “Quando um homem de bem responde um insulto com outro insulto, ele permite que o mal vença. Não é preciso responder. O mal consome a si mesmo”.

- Uma música: Cálice https://t.co/fsncsjW0lT

— Luís Roberto Barroso (@LRobertoBarroso) July 9, 2021

Antes, o ministro do STF e presidente do TSE, já havia se manifestado em nota afirmando que "qualquer atuação no sentido de impedir" a realização das eleições "viola princípios constitucionais e configura crime de responsabilidade". 

Nesta sexta-feira (09), Bolsonaro voltou a ameaçar a realização das eleições de 2022. E, sem provas ou indícios, o presidente voltou a afirmar que o atual sistema eletrônico é passível de fraudes e que é preciso implementar o voto impresso. A insinuação infundada é a de que poderia haver fraude nas atuais urnas para derrotá-lo no ano que vem. 

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), foi uma das autoridades que reagiram à ameaça de Bolsonaro, Sem citar  nome do presidente, afirmou que o Congresso "não admitirá qualquer atentado" à sua independência. Pacheco, repudiou especulações sobre fraude nas urnas eletrônicas e também sobre a possibilidade e não haver eleições em 2022, algo que Bolsonaro vem repetindo sem apresentar provas. "Todo aquele que pretender algum retrocesso ao Estado democrático de direito, esteja certo, será apontado pelo povo brasileiro e pela história como inimigo da nação", disse o presidente do Senado.

O ministro do STF Alexandre de Moraes, que será o próximo presidente do TSE, também usou as redes sociais para repudiar ataques às eleições:

Os brasileiros podem confiar nas Instituições, na certeza de que, soberanamente, escolherão seus dirigentes nas eleições de 2022, com liberdade e sigilo do voto. Não serão admitidos atos contra a Democracia e o Estado de Direito, por configurar crimes comum e de responsabilidade.

— Alexandre de Moraes (@alexandre) July 9, 2021

Desde a adoção das urnas eletrônicas no Brasil, em 1996, nunca houve comprovação de fraude nas eleições. Essa constatação foi feita não apenas por auditorias realizadas pelo TSE, mas também por investigações do MPE (Ministério Público Eleitoral) e por estudos independentes, diz matéria do Uol publicada em 09/07/2021.

Fonte: Uol

Imagem: reprodução/Foto: Nelson Jr./SCO/STF