sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Política: Valdemar Costa Neto: proposta de decreto golpista "tinha na casa de todo mundo"

Congresso em Foco: O presidente nacional do PL, o ex-deputado Valdemar Costa Neto, afirmou, em entrevista publicada nesta sexta-feira (27), que ele mesmo chegou a receber de bolsonaristas propostas para impedir a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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"Nunca comentei, mas recebi várias propostas, que vinham pelos Correios, que recebi em evento político. Tinha gente que colocava (o papel) no meu bolso, dizendo que era como tirar o Lula do governo", disse ao jornal O Globo

"Advogados e mandavam como fazer utilizando o artigo 142, mas tudo fora da lei. Tive o cuidado de triturar", completou. 


O dirigente partidário, que é ex-deputado federal, saiu em defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. A Polícia Federal (PF), cumprindo um mandado de busca e apreensão na casa do ex-ministro, em Brasília, encontrou uma minuta (proposta de decreto) para anular o resultado da eleição presidencial do ano passado. Anderson está preso a pedido do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Aquela proposta que tinha na casa do ministro da Justiça, isso tinha na casa de todo mundo. Muita gente chegou para mim agora e falou: 'Pô, você sabe que eu tinha um papel parecido com aquele lá em casa. Imagina se pegam'", contou.


Valdemar Costa Neto negou que a minuta golpista tenha sido debatida pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). "Ele [Bolsonaro] nunca falou nesses assuntos comigo (sobre contestar a eleição). Um dia eu falei: 'Tudo que temos que fazer tem que ser dentro da lei'. Ele falou: 'Tem que ser dentro das quatro linhas da Constituição'". 

"Vi que não tinha condições, e o Bolsonaro não quis fazer nada fora da lei. A pressão em cima dele foi uma barbaridade. Como o pessoal acha que ele é muito valente, meio alterado, meio louco, achava que ele podia dar o golpe. Ele não fez isso porque não viu maneira de fazer. Agora, vão prendê-lo por causa disso?", questionou.


Silêncio e candidatura de Michelle


Valdemar Costa Neto justificou que o ex-presidente Bolsonaro não se manifestou publicamente contra as propostas golpistas porque, após o resultado da eleição, sofreu um duro baque.

"Quando fui lá na segunda-feira (após a eleição), ele estava um pó. Quando eu o vi após uma semana, eu achei que ele ia morrer. O cara estava desintegrando. Passaram três ou quatro semanas, e vi que ele melhorou", disse. "Perguntei o que era, e ele disse que estava comendo, porque ele ficava quatro ou cinco dias sem comer nada. O mundo dele virou de ponta-cabeça".


O dirigente do PL informou, também, que Bolsonaro estará de volta ao Brasil até o final do mês. "Quero que ele volte, porque ele é muito importante para nós. Por exemplo, para conduzir essa bancada de direita que nós temos aqui. O pessoal é muito extrema-direita. Com Bolsonaro aqui, eu estou no céu. Eles ouvem Bolsonaro. Não vão ouvir a mim".


Mesmo não acreditando numa eventual perda de direitos políticos e até prisão de Bolsonaro, Valdemar Costa Neto afirmou que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro é uma opção do partido como candidata à Presidência da República na próxima eleição.

"[Os planos do PL para Bolsonaro] Cuidar desse pessoal e viajar, ser convidado para todos os eventos, e começar a pôr a vida em dia. E a Michelle cuidar da parte das mulheres (no partido). Ela tem condições. Ela pode ser candidata até a presidente da República. Ninguém sabe o dia de amanhã", confessou.


Imagem: reprodução/Foto: Valter Campanato/Agência Brasil


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