domingo, 27 de novembro de 2016

Jânio de Freitas: país derrete e presidente ocupa-se com apartamento que nem sequer existe

De Jânio de Freitas, na folha: "É ao menos original, para não dizer que é cômico. O país derrete, com as atividades econômicas se desmilinguindo, o desemprego crescendo, cai até a renda dos ricos, a maior empresa do país é vendida em fatias, pouco falta para trocarem de donos os trilhões do pré-sal –e o presidente da República passa a semana ocupando-se com um apartamento que nem existe. Ou só existe no tráfico de influência de um (ex)ministro e na advocacia administrativa do próprio presidente.


Se Dilma foi processada por crime de responsabilidade, como quiseram os derrotados nas urnas, Michel Temer é passível de processo, no mínimo, por crime de irresponsabilidade. É o que explica a pressa de Aécio Neves e Fernando Henrique para cobri-lo com uma falsa inocência. "Isso [a ação de Geddel] não atinge Temer nem de longe", diz Aécio, que na presidência da Câmara foi o autor de algumas das benesses mais indecentes desfrutadas pelos deputados.

Fernando Henrique define os atos de Geddel e de Temer como "coisas pequenas". Comparados à entrega, por ele, do Sistema de Vigilância da Amazônia à multinacional Raytheon, ou confrontados com as privatizações que manipulou até pessoalmente (e com gravação), de fato as ordinarices atuais são "coisas pequenas". Mas se "o importante é não perder o rumo", só isso, Temer, Geddel, Moreira e outros não o perderam. Nem desviam o país do rumo desastroso, único que lhe podem dar com sua incompetência e leviandade.

O comprometimento de Michel Temer com a manobra de Geddel não precisaria ser mais explícito. Sua acusação a Marcelo Calero, de que "a decisão do Iphan criou dificuldades ao [seu] gabinete" porque "Geddel está bastante irritado", diz o que desejava de Calero: a ilegalidade de uma licença incabível, para não "criar dificuldades" ao gabinete e, portanto, ao próprio Michel. Apresentar a ilegalidade como a forma correta de conduta, quando está em causa um interesse contrário à responsabilidade e à lei, é um comprometimento inequívoco com o interesse e com o tráfico de influência que o impulsiona.

Tem a mesma clareza a igualdade de ideia, e até de palavras, que Calero ouviu de Temer, de Eliseu Padilha e do secretário de Assuntos Jurídicos, Gustavo Rocha, em ocasiões diferentes. Todos lhe falaram em "construir uma saída", mandando "o processo para a AGU", a Advocacia-Geral da União. Lá, como disse Temer a Calero, "a ministra Grace Mendonça tem uma solução". A igualdade demonstra a combinação de uma estratégia para afinal impor a ilegalidade. Fosse por já terem a concordância de Grace Mendonça, como sugere a afirmação de Temer, fosse por a verem como maleável.

Michel Temer não poderia mesmo ser "atingido nem de longe". Está chafurdado na manobra de Geddel, a quem buscou servir em autêntica advocacia administrativa em nível presidencial. Corrupção, nada menos."

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sábado, 26 de novembro de 2016

Política - Propaganda é a alma do negócio, ou do golpe

A propaganda enganosa é crime. Mas no Brasil este crime é praticado de uma forma tão natural e corriqueira pelo poder público e privado, que tudo parece ser  lícito e verdadeiro, quando na realidade não é.  A estratégia normalmente utilizada no mundo do marketing consiste em persuadir o grande público em relação a determinado produto, ou uma ideia, atribuindo-lhes qualidades e valores que muitas vezes não existem.
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Fidel Castro - (1926-2016) - charge do Amarildo

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sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Desigualdade cai no Brasil com todas as classes sociais ficando mais pobres

Reportagem de Mariana Carneiro, enviada especial, e Lucas Vettorazzo - Rio de Janeiro (RJ) - (FolhaPress) - "A desigualdade de renda voltou a recuar no ano passado, mesmo com a economia brasileira mergulhada em uma das piores recessões da história, informou nesta sexta (25) o IBGE.


Poderia ser uma boa notícia, dado que o resultado confirma uma tendência verificada desde a última década, de redução da disparidade de renda.

Mas desta vez o feito ocorre por fatores negativos. A redução da desigualdade em 2015 ocorreu em um contexto em que todas as classes sociais ficaram mais pobres.

O rendimento mensal médio, já descontada a inflação, recuou 5,4%, de R$ 1.845 para R$ 1.746. São considerados no cálculo os valores recebidos por trabalhadores e empregadores, mas também os rendimentos de aposentados e de pessoas que vivem de rendas financeiras e de aluguéis.

É a primeira queda na renda em 11 anos. A metade mais rica dos brasileiros sofreu uma queda maior dos rendimentos quando comparada com os da metade mais pobre. Na avaliação do IBGE, isso pode ser resultado da deterioração do mercado de trabalho, que abalou o emprego formal (com carteira assinada) e o industrial -a elite dos trabalhadores.

Com isso, o índice que mede a desigualdade entre ricos e pobres, o Índice de Gini, cedeu de 0,497 para 0,491 em 2015. No Centro-Oeste e no Sudeste, as quedas foram as mais expressivas. No primeiro, de 0,507 para 0,498 e no segundo, de 0,485 para 0,477.

A avaliação corrente dos especialistas em distribuição de renda é a de que a desigualdade no país cai sistematicamente desde 2001. O aumento da renda da base da pirâmide, em velocidade superior à do topo, foi o principal motivo. Os dados de 2015 mostram que, desta vez, a base perdeu menos. "A queda da desigualdade é boa quando melhora a renda para todos.

Aqui [em 2015], caiu para todos. Está igualando todo mundo no pior. Não melhorou a situação das pessoas", afirma Maria Lúcia Vieira, gerente da pesquisa do IBGE.

QUEM PERDEU MAIS 

Quando se divide a população em décimos de renda, porém, percebe-se que os 10% mais pobres tiveram a maior perda, o que pode ser um indício de que a pobreza se intensificou.

Nesta camada da população, o rendimento médio mensal em 2015 foi de R$ 202, segundo o IBGE, bem inferior ao salário mínimo nacional -que no ano passado era R$ 788. Já os que ganham o salário mínimo se beneficiaram pelo reajuste de 8,8% do piso salarial em 2015. Foi nesta classe da distribuição onde a renda teve a menor queda em 2015: -1%. Os 10% mais ricos por sua vez tiveram uma perda de 6,6% em seus rendimentos.

O rendimento médio mensal nessa camada da população era de R$ 7.047 em 2015. A queda foi mais acentuada no 1% mais rico, cujo rendimento era de R$ 20.048, que perdeu 6,9%. A queda dos rendimentos verificada pela Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE, foi mais intensa do que o recuo do PIB, que encolheu 3,8% no ano passado. Os 10% mais pobres se apropriaram de 1,2% dos rendimentos, repetindo a cifra do ano anterior.

Os 10% mais ricos ficaram com 40,4% dos rendimentos, ligeiro recuo ante 2014, quando abocanharam R$ 40,9% do total.

TRABALHO EM QUEDA

Os dados da Pnad foram coletados em setembro de 2015, quando a atual recessão havia completado um ano e meio. Segundo o Comitê de Datação de Ciclos da FGV, a recessão começou no segundo trimestre de 2014. O mercado de trabalho no ano passado já mostrava sinais de piora, que se intensificou neste ano. Em 2015, os desempregados superaram a marca de 10 milhões de pessoas, uma alta de 38%.

A taxa de desemprego escalou de 6,9% para 9,6%. O número de pessoas ocupadas encolheu 3,8 milhões, para 94,820 milhões. Foi a primeira queda no pessoal ocupado desde 2004, segundo o IBGE. O setor industrial foi a atividade que verificou a queda mais intensa do número de ocupados, de 8% ante o número de trabalhadores empregados em 2014. Foram eliminadas mais de 1 milhão de vagas no setor. Destas, mais da metade (523 mil) foram perdidas na Região Sudeste.

SUDESTE 

Esse enxugamento de empregos na indústria ajuda a sustentar a hipótese sobre por que a região registrou uma queda mais expressiva na desigualdade do que o resto do país.

Os pesquisadores do IBGE argumentam que os empregos industriais estão associados aos trabalhadores com melhores salários e elevado grau de formalização. E eles foram os mais abalados.

O emprego formal recuou com força, o número de trabalhadores com carteira assinada caiu 5,3%. Até os trabalhadores domésticos -normalmente um refúgio de emprego para mulheres com menor qualificação- encolheram (-2,5%). Empregadores também caíram (-4,8%). Só aumentaram os trabalhadores por conta própria (+3%), atividade que virou alternativa para muitos que saíram do emprego tradicional, e os servidores públicos estatutários e militares (+2,23%).

RENDIMENTOS 

Com a deterioração no mercado de trabalho, o rendimento das pessoas ocupadas recuou 5%, de R$ 1.950 para R$ 1.853, já descontada a inflação. Na distribuição regional do país, o rendimento dos ocupados caiu 5,4% no Sudeste, 7,2% no Norte, 5,6% no Nordeste, 3,3% no Sul e 3,5% no Centro-Oeste.

Quando se focaliza a desigualdade apenas entre os ocupados -grupo que encolheu nesta recessão –, ela também mostra declínio em 2015. O Índice de Gini recuou de 0,490 em 2014 para 0,485 em 2015, mantendo a sequência de queda verificada desde a década passada.

A desigualdade entre trabalhadores empregados caiu mais na região Sudeste, de 0,478 para 0,471. O rendimento caiu com mais intensidade entre os trabalhadores sem carteira (-5,7%), domésticas com carteira (-3,1%) e trabalhadores com carteira assinada (-2,4%)."

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Fonte: FolhaPress

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Política: Ataque à CNBB por causa de seu senso de responsabilidade

Por José Carlos de Assis, no GGN - "Ao tempo em que demite mais uma leva de jornalistas, alguns dos quais antigos colaboradores do jornal líder da direita econômica brasileira, o Globo abre suas páginas a uma estranha personagem chamada Eurico Borba para achincalhar a hierarquia da CNBB, que emitira uma nota de repúdio à PEC-55/241. Está aí uma coisa que o velho Roberto Marinho não faria. Ele respeitava a Igreja, tinha relações muito fortes com o Cardeal Dom Eugênio Salles e, principalmente, não dispensava leitores, mesmo que fossem de esquerda.


Essa irmandade Globo/Borba mostra a extrema decadência do jornal e a emergência de figuras turvas fabricadas pelas contradições da política brasileira. O Globo dos três Marinhos, assim como Borba, está em tremenda confusão. Sabidamente em crise, recorre ao remédio tradicional dos empresários idiotas: corta no produto. É fato que o jornal não tem muito a oferecer a sua clientela, exceto aqueles que ele próprio deformou ao longo do tempo. As novas gerações não suportam Globo. Sua salvação tem sido pendurar-se na televisão.

Vejamos o Borba. O fato de destaque em sua biografia é ter sido presidente do IBGE em 1992/93. Tem um livro escrito, “Reflexões sobre a crise global”, do qual li três linhas da síntese: “Trata da questão do trabalho com reflexões sobre a propriedade, historicamente adquirida, da propriedade dos postos de trabalho por parte dos trabalhadores que nele operam e realizam suas vidas, proporcionando condições para que o capitalista concretizem seus intentos.” É claro que o texto está truncado. Mas não tão truncado quanto a cabeça do autor.

Nivelar propriedade privada dos meios de produção com “propriedade” dos postos de trabalho é uma aberração conceitual. Os postos de trabalho, no capitalismo, não são do trabalhador; são dos capitalistas. É por ser dono do posto de trabalho que o capitalista se apropria do trabalho produzido pelo trabalhador. Do contrário, o trabalhador jamais proporcionaria “condições para que o capitalista concretiz(asse) seus intentos”. Precisa de ler mais? Ora, é esse teólogo de botequim que resolveu dar lições de comportamento político à CNBB, que nada faz além de cumprir sua responsabilidade política.

Os franceses costumam dizer: a quelque chose malheur est bon! Em  tradução livre, para alguma coisa serve a estupidez! Esse artigo de Borba, que sustenta que a nota da CNBB sobre a PEC confunde católicos, chega no momento certo para que se destaque a importância do documento sobre a mais nefasta iniciativa de lei em décadas. Chamada de PEC da Morte, ou de AI-5 da economia política brasileira, se aprovada ela liquidaria com o setor público e a economia por 20 anos, caso não explodisse antes uma guerra civil.

Não sou católico praticante, mas acredito na sinceridade dos que creem na intervenção do Espírito Santo em ações humanas. Se de fato acontece, uma prova foi a nota da CNBB sobre a PEC da Morte. Com extrema serenidade, sem os arroubos autoritários e arrogantes de Borba, os três principais dirigentes da CNBB expuseram com clareza as ameaças contidas na proposta de emenda, em especial para as áreas sociais de saúde, educação e previdência.

Mas a CNBB não se restringe à retórica. Sua Comissão de Justiça e Paz está coordenando, junto com o Movimento Brasil Agora e outras religiões, o que pretende ser uma mega-manifestação contra a PEC no próximo 7 de dezembro (6 dias antes da votação da matéria no segundo turno no Senado), em Brasília. No dia 9 será no Rio de Janeiro, Curitiba e Recife, e eventualmente em outras capitais como São Paulo. Serão atos cívico-inter-religiosos para convencer os senadores a barrar a PEC. A ideia é expressar, juntando religiosos e leigos, em manifestação pacífica, o repúdio da opinião pública, em seu mais alto grau, a este AI-5 da economia política brasileira, ou PEC da Morte."

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Black friday - cartoom do Elvis Braga

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quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Chapecoense empata sem gols com o San Lorenzo e está na final da Copa Sul-americana 2016

A Chapecoense escreveu a mais importante página de sua história na noite desta quarta-feira (23), na Arena Condá, em Chapecó-SC. A equipe catarinense garantiu de forma heroica o resultado de zero a zero diante do tradicional San Lorenzo, da Argentina, e  se classificou para a final do Copa Sul-americana 2016. O time brasileiro conquistou a vaga graças ao gol marcado fora de casa, quando empatou a primeira partida das semifinais, em 1 a 1, em Buenos Aires.
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