quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Bolsonaro compartilha vídeo de apoio a seu favor e incentivo a protestos contra o Congresso Nacional

O presidente Jair Bolsonaro usou o WhatsApp para compartilhar um vídeo de apoio a si próprio e incentivo aos atos de protestos anunciados por ativistas conservadores e bolsonaristas para o dia 15 de março, contra o Congresso Nacional. A informação foi revelada pela jornalista Vera Magalhães, nesta terça-feira (25), por meio do blog BR Político, no jornal O Estado de S.Paulo.
O vídeo compartilhado por Bolsonaro tem 1 minuto e 40 [59] segundos de duração e retrata o atentado à faca sofrido por ele durante a campanha eleitoral de 2018 e reforça que o presidente "quase morreu" para defender o país.

"Ele foi chamado a lutar por nós. Ele comprou a briga por nós. Ele desafiou os poderosos por nós. Ele quase morreu por nós. Ele está enfrentando a esquerda corrupta e sanguinária por nós. Ele sofre calúnias e mentiras por fazer o melhor para nós. Ele é a nossa esperança de dias cada vez melhores. Ele precisa de nosso apoio nas ruas", diz o vídeo, que vem ainda com adjetivos como "patriota", "cristão" e chamando para montar "a força da família brasileira" e para rejeitar "os inimigos do Brasil". Segundo o blog BR Político, no texto, o presidente escreve ainda:  - "15 de março. - Gen. Heleno/Cap Bolsonaro. - O Brasil é nosso. - Não aos políticos de sempre." 



Repercussões 

"O ex-deputado Alberto Fraga em entrevista à Folha de S.Paulo, disse que recebeu o vídeo do presidente, mas que não entendeu a mensagem como incentivo a participar do ato. Há alguns dias, circula pelas redes sociais um panfleto assinado por "movimentos patriotas e conservadores" com uma convocação para o ato. A imagem traz fotos dos generais Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e Hamilton Mourão, vice-presidente. "Vamos às ruas em massa. Os generais aguardam as ordens do povo. Fora Mais e Alcolumbre", diz o panfleto.    

O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo de Bolsonaro, foi o primeiro militar a se manifestar nas redes sociais, após o anúncio do Grupo convocando bolsonaristas para as manifestações do dia 15.03, chamando o ato de "Irresponsabilidade". "Exército Brasileiro - instituição de Estado, defesa da pátria e garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem. Confundir o Exército com alguns assuntos temporários de governo, partidos políticos e pessoas é usar de má fé, enganar a população", escreveu Santos Cruz, sobre o panfleto.

Nem Heleno nem Mourão foram às redes sociais repudir o uso de sua imagem no panfleto [por enquanto]. "Um dos líderes militares cuja foto foi utilizada para convocar atos a favor de Jair Bolsonaro e contra o Congresso Nacional, veio a público negar seu apoio aos protestos. Trata-se do general Roberto Peternelli, eleito deputado federal pelo PSL-SP nas últimas eleições". "As forças Armadas pertencem ao Estado e não são partidárias. Ninguém me pediu para usar minha imagem", disse o general em entrevista ao portal Terra.  

Em resposta a Bolsonaro, Maia cobra 'paz e responsabilidade' - "O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reagiu nesta quarta-feira, 26, ao compartilhamento de vídeos pelo presidente Jair Bolsonaro no WhatsApp. Maia estava sendo cobrado por parlamentares a se posicionar sobre o assunto. Sem mencionar diretamente o Presidente da República, o presidente da Câmara defendeu a união pelo diálogo e reafirmou o respeito às instituições democráticas."

"Igreja defenderá iniciativas que preservem a democracia", disse o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Joel Portella, sobre a tentativa do presidente Bolsonaro em convocar a manifestação contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). "Se quisermos defender o diálogo e a democracia. Ainda que haja inúmeros caminhos para isso, não podemos abrir mão do equilíbrio sadio entre os três poderes", declarou o secretário-geral da instituição durante a cerimônia de lançamento da Campanha da Fraternidade de 2020 [da Igreja católica].

"Registre-se (para o bem estar geral da nação, ou não), por outro lado, Bolsonaro fake convoca ato para defender dólar a R$ 5,00 - "Enquanto o Bolsonaro, circula na internet da vida real (sic) convoca ato contra o Congresso Nacional, circula na internet uma convocação para outro ato, digamos, coerente com a atuação do presidente. É o perfil Bolsonaro fake no Twitter. Ele está chamando para a manifestação do dia 15 de março: "ATENÇÃO: Dia 15 de março MANIFESTAÇÕES EM TODO O BRASIL! Pauta: - Em defesa do Dólar a 5 reais. - Apoio a Milícia. - Gasolina a 6 reais. - Mamata seguindo firme. - Direito de mentir nas redes sociais. - iPhone a partir de 8 mil reais. - quem ganha menos de 5 mil não ir na Disney.

Se fossem sinceros, Bolsonaro e os bolsominioms divulgariam esta pauta"... [também].

Em tempo: Como o discurso de ódio na internet está matando as democracias. Uma palestra para o TED do jornalista Andrew Marantz da revista New Yorker, autor do livro Antisocial sobre extremistas digitais, demonstra como as pessoas que se sentiam excluídas encontram abrigo nos discursos de ódio, no extremismo digital e nas fake news - fenômeno que ajudou a eleger populistas de direita como Donald Trump nos EUA e Jair Bolsonaro no Brasil.

Fonte: BR Político/El País/Carta Capital/Bem Paraná/O Essencial
Imagem: reprodução/Foto: Marcos Correa/PR

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