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quarta-feira, 12 de abril de 2023

Como os jornais noticiaram os 100 dias do governo Lula

Por Patrícia Faermann, no GGN: "Governo envelhecido", com a "cabeça de 2003" e "reeembalando programas de suas gestões anteriores", a suposta falta de "novidades" dos 100 dias do novo governo Lula foram o cerne das críticas que os grandes jornais desfilaram nesta segunda-feira (10).

www.seuguara.com.br/jornais/100 dias do governo Lula/

Com o início de governo turbulento, assolado pela resolução dos ataques golpistas de 8 de janeiro, por tragédias ambientais e a crise Yanomami e que, apesar de 100 dias de Executivo, considerando o recesso, o Legislativo voltou às atividades há pouco mais de 2 meses.

Mas este foi também o segundo grande foco de críticas do noticiário: a suposta imobilidade governista no Congresso, somando-se às altas expectativas sobre o novo presidente na área econômica e destacando os feitos e as medidas positivas tomadas até hoje.

Confira como cada jornal manchetou os 100 dias de governo Lula:


CNN

A CNN centrou a crítica à incerteza de governabilidade de Lula junto ao Congresso Nacional. O jornal afirma que o presidente não tem "base consolidada", "nem marca petista" no Legislativo. Ressaltou que os avanços e mudanças do novo governo são aqueles que não precisaram passar pelo aval dos parlamentares.

"O teste está por vir nos próximos meses", acrescentou, em referências às 13 medidas provisórias que terão que passar no Legislativo a partir de agora.


Sem dar destaque ao fato de que boa parte delas já tem consenso e acordos estabelecidos e que as Comissões Mistas deverão dar maior equilíbrio para a força governista nas análises - distinta da sequência anterior de Câmara, primeiro, Senado depois -, a CNN apostou nas dificuldades.


Ainda ignorando o menor tempo de atividade do Congresso, em comparação ao Executivo, uma vez que os parlamentares voltaram do recesso no dia 3 de fevereiro, rodeados ainda de outros embates como os ataques golpistas de 8 de janeiro, a falta de medidas concluídas ou aprovadas pela nova gestão no Legislativo foi caracterizado pelo veículo como falta de "marca petista".


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G1

Iniciando pela turbulência dos ataques golpistas e a crise dos povos Tanomami, que exigiram tempo e esforços urgentes do novo mandatário, e que tiveram boa aceitação, o portal do grupo Globo também apontou como positivas as medidas sociais aplicadas que foram promessas de campanha, como a volta do Bolsa Família, e a "nova posição do Brasil no cenário internacional", com agenda intensa de viagens.

Mas contaminou as melhorias colocadas em práticas com as escorregadas de declarações do presidente, como a fala de que viu "armação" de Sergio Moro no caso das ameaças do PCC às autoridades e as críticas ao Banco Central. 

    

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O Globo

O Globo rotulou que Lula "é o único presidente sem nova marca no início de gestão", que o país "continua polarizado" apesar da tentativa de "União e Reconstrução", e que medidas feitas até agora são a recuperação de programas de seus governos anteriores.

"Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), Mais médicos (criado pela presidente Dilma Rousseff) e Água para Todos são alguns dos programas reeditados por Lula."

A falta de "novidade" destes 100 primeiros dias, segundo o jornal, é a mostra de "um país ainda fortemente polarizado". 


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Em outra publicação, o jornal analisou que, a partir de agora, da marca dos 100 dias, o governo Lula tentará "driblar" a resistência da classe média ao seu governo, buscando aproximação com este setor.


Estadão

Editorial do Estadão manchetou "Um governo envelhecido aos 100 dias", por comparar a postura do presidente como um prestador de contas e "em busca de trunfos eleitoreiros", ao contrário de fazer o que se espera de um início de mandato, "momento em que decisões difíceis e impopulares costumam ser tomadas". 


Abusando em adjetivos pejorativos, a opinião do jornal impresso não disfarça o ataque ao falar em "sinais de decrepitude precoce", "aparente incapacidade do presidente de dar um rumo", "base governista aparenta ser frágil e pouco confiável".

Após listar somente três medidas que considerou positivas - o desarmamento, o regate dos povos Yanomami e indígenas e a imagem do Brasil no exterior -, o Estadão descarrega que "os retrocessos são igualmente notáveis".


Os retrocessos vistos pelo editorial são a paralisação da reforma do ensino médio e do Marco do Saneamento, "para favorecer estatais falidas e incompetentes em detrimento do bem-estar dos pobres"; o avanço da Leio das Estatais, "criada para estancar a corrupção das estatais, grande marca dos governos petistas"; a "ameaça" à reforma trabalhista, caracterizada como "formidável avanço"; e "detonou o teto dos gastos".

Por fim, chamou o arcabouço fiscal - alvo de críticas de renomados economistas -, de algo "menos mal", criado "entre uma pirraça e outra".


Uol

Menos ofensivo, mas ainda assim com duras críticas, o site Uol martelou a imagem de que Lula não trouxe novidades e que, ao assumir após ano, o presidente teria tomado "um choque de realidade".

Segundo o jornal, "os principais anúncios na data são relançamentos de programas antigos, numa versão repaginada dos primeiros mandatos" e também espetou o tema da governabilidade: "a prova de fogo com o Congresso ainda nem aconteceu, mas promete". 


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Folha

À semelhança do Uol e do Globo, a Folha de S.Paulo manchetou a mesma "falta de marca" e "reciclagem" de projetos antigos. E em mais altas cobranças, que, após "arrumar a casa", aliados estariam criticando a "demora excessiva para colocar a máquina federal para trabalhar" nestes 100 dias.


Parte dessa demora, traz o jornal, é justificada nas moedas de troca que os parlamentares exigem para dar andamento a propostas no Legislativo: cargos e verbas, que esperam os não governistas e a base de apoio.

Além da pressão materializada pelo noticiário, mercado e espectadores, o jornal considera que Lula tem também "expressado ansiedade" por apresentar resultados de ministros, cobrando-os na entrega de projetos e a divulgação dos mesmos.


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terça-feira, 11 de abril de 2023

A estrutura do fascismo está intacta. Por Moisés Mendes

Por Moisés Mendes, em seu blog: Não há mais o que dizer sobre o balanço dos cem dias do governo Lula. Mas pouco se disse sobre o balança dos cem dias da extrema direita fora do poder e ainda viva e ativa. O fascismo está intacto. A estrutura política e criminosa, assumidamente envolvida na tentativa de golpe, ainda não foi abalada.

www.seuguara.com.br/estrutura do fascismo/Moisés Mendes/
Imagem/reprodução: redes sociais

A base social se reanima e se rearticula. É mobilizada pelo sentimento de que os terroristas presos depois do 8 de janeiro são parte do custo da guerra e apenas perdas pontuais distantes da maioria impune.


É nesse contexto que são percebidas as romarias de pretensos arrependidos em direção a Brasília, virtual ou presencialmente. 

Enquanto se reorganizam, os arrependidos pedem trégua e mandam recados. Não são os pequenos, amadores e subalternos, mas os arrependidos do primeiro time de golpistas e terroristas.


Não são tampouco os arrependidos da direita pragmática do centrão que se vendem por dinheiros fáceis. Esses são os profissionais do arrependimento.

O personagem agora é o arrependido protagonista da criação e manutenção da estrutura do golpe. Que financiou o gabinete do ódio, desfilou ao lado de Bolsonaro como golpista e apresenta-se como convertido aos valores da democracia.


Não precisamos citá-los, para não cometer o erro de esquecer alguém. E os arrependidos são perigosos, vingativos, ameaçadores. Não é bom nominá-los.

Arrependidos poderosos têm imposição econômica e são frequentadores de rodas de amigos de nome não só da extrema direita. 


São passadores de mãos nas costas, enxergam o Judiciário como extensão das suas empresas e têm base parlamentar. Com suas armas e chantagens, vão sugerindo tréguas que alguns consideram possíveis.

Sabemos que circulam em Brasília emissários de arrependidos de grosso calibre que só se arrependeram do que fizeram nos invernos pós-2016 porque a mais recente tentativa de golpe não deu certo.


Não é arrependimento, nem rendição em alto estilo, é um ensaio de cumplicidade com os vencedores, para que as sujeiras sejam negociadas, com possíveis adiamentos de punições e reparações.

O arrependido poderoso não é o cantor sertanejo que pede desculpas por ter apoiado Bolsonaro e procura conter as perdas financeiras da aposta errada.


Não é tampouco o alienado que Alexandre de Moraes visitou na Papuda e disse ter esperado no dia 8 de janeiro em Brasília que um marciano descesse na Praça dos Três Poderes para ajudá-lo a derrubar Lula e acabar com o Congresso e o Supremo.

O arrependido que manda recados a Brasília e agora se considera até admirador de Lula faz um movimento arriscado, mas vive de correr riscos. 


Depois de investir tudo no golpe, andar de braços dados com Bolsonaro, disparar mensagens em massa para sua rede de satélites de tios do zap e de financiar o golpe, esse arrependido arrisca-se agora a fingir que se arrependeu.

É um gesto de esperteza, mais do que de acovardamento. Não é uma trégua. O farsante envia a mensagem e avisa: digo que me entrego, mas cabe a vocês acreditarem na minha rendição.


Só a esquerda que também acredita em marcianos golpistas pode levar a sério arrependimento dos manezões fascistas às vésperas do fim de Bolsonaro.

Os falsos arrependidos, que reorganizam suas bases em cidades que Brasília não enxerga, só podem subestimar todos os que recebem suas mensagens pacificadoras. Subestimem só os mais crédulos.


Não dá para acreditar que o fascistão impune, depois de sustentar as milícias do ódio, disseminar mentiras, fazer ameaças e tentar impor o golpe com muito dinheiro, possa enganar os que ele cercou ao agir como jagunço de Bolsonaro.

Não dá para acreditar porque toda a resistência ao fascismo estaria desmoralizada e perderia sentido.


Não há perdão para o fascista que acena com o pedido de trégua apenas para sobreviver, se rearticular e voltar a atacar.

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