terça-feira, 2 de agosto de 2016

CBF define confrontos e mando de campo das oitavas de final da Copa do Brasil 2016

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) sorteou nesta terça-feira os confrontos das oitavas de final da Copa do Brasil 2016 e definiu o mando de campo. Confira os oito jogos desta fase de mata-mata. Além das equipes classificadas na última etapa da competição, nesta fase entram os times que disputaram a Libertadores, mais a equipe do Internacional, por conta da sua colocação no Brasileirão do ano passado.
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Papa Francisco: ‘Um jovem sem memória e sem coragem não é esperança para o futuro’

No UNISINOS - "Se vocês tiverem memória e se tiverem coragem, serão a esperança para o futuro". Em seu último encontro com os jovens da Jornada Mundial da Juventude, Bergoglio se reuniu com os voluntários do mundo todo que se ofereceram para garantir que o encontro mundial ocorresse sem problemas. Antes de se dirigir à Arena Tauron, onde o aguardavam cerca de 25.000 voluntários, o Papa se aproximou da sacada do arcebispado, pela última vez, para se despedir de uma pequena multidão que o esperava, e disse: "Muito obrigado pela calorosa acolhida destes dias. E agora, antes de ir, quero lhes dar a bênção. Mas, também quero lhes pedir que não se esqueçam de rezar por mim. Rezemos juntos à Virgem, cada um em sua própria língua".

A reportagem é de Pablo Lombo, publicada por Vatican Insider, 31-07-2016. A tradução é do Cepat.


"Ao chegar à Arena Tauron, o Pontífice foi recebido com enorme alegria e entusiasmo, com músicas e coros por parte de rapazes e moças de todo o mundo que se esforçaram para acolher a todos os que participaram daXXXI Jornada Mundial da Juventude, em Cracóvia. Uma última festa multicolorida, exatamente o que o Papahavia pedido antes de voar a Cracóvia: “um mosaico de rostos diferentes, de povos e culturas unidos na misericórdia”. Após ouvir as saudações e os testemunhos dos representantes dos voluntários de todas as partes do mundo, Francisco disse em italiano: “Antes de retornar a Roma, sinto o desejo de encontrá-los e, sobretudo, de agradecer a cada um de vocês pelo esforço, generosidade e dedicação com a qual acompanharam, ajudaram e serviram a milhares de jovens peregrinos”.

O Papa não pronunciou o discurso que tinha preparado para a ocasião e improvisou estas palavras em espanhol:

“E assim eu escrevi este discurso, não sei se é bonito ou feio. Cinco páginas. Um pouco enfadonho. Mas, disseram-me que eu posso falar em qualquer língua, pois todos têm tradutor. Certo? Falo em espanhol?

Esta preparação de uma Jornada Mundial da Juventude é uma completa aventura, é se envolver em uma aventura e chegar e chegar, servir, trabalhar, fazer e depois se despedir. Primeiro a aventura, a generosidade. Eu quero agradecer a vocês, voluntários benfeitores, por tudo o que fizeram. Quero lhes agradecer pelas horas de oração que fizeram. Porque eu sei que esta Jornada se deu com muito trabalho e muita oração. Obrigado aos voluntários que dedicaram tempo à oração para que pudéssemos levá-la adiante. Obrigado aos sacerdotes que os acompanharam. Obrigado às religiosas que os acompanharam, aos consagrados, e obrigado a vocês que se envolveram nesta aventura, com a esperança de ir adiante.

"Alegria de sofà" - O diálogo do Papa com os jovens from Aleteia on Vimeo.

O bispo, quando fez a apresentação, disse-lhes um, não sei se irão compreender a palavra, um piropo. Compreenderam? Disse-lhes: vocês são a esperança do futuro. E é verdade, mas com duas condições: querem ser esperança para o futuro ou não? Com duas condições.

A primeira condição é ter memória. Perguntar-me de onde venho, a memória de meu povo, de minha família, de toda a minha história. O depoimento da segunda voluntária estava repleto de memória. Memória de um caminho cursado, memória do que recebi de meus anciãos. Um jovem sem memória não é esperança para o futuro. ‘Padre, e como faço para ter memória? Conversará com seus pais, com os idosos, sobretudo conversará com seus avós. De tal maneira que se você quer ser esperança para o futuro, precisa receber a tocha de seu avô ou de sua avó. Vocês me prometem que para preparar Panamá [a próxima Jornada Mundial] conversarão com os avós? E se os avós já foram para o céu, conversarão com os anciãos? E os questionarão. Perguntem a eles. São a sabedoria de um povo.

Então, para ser esperança, a primeira condição é ter memória. Vocês são a esperança para o futuro, disse o bispo. Segunda condição. Se sou esperança para o futuro e tenho memória do passado, fica-me o presente. O que tenho que fazer no presente? Ter coragem. Ser corajosos. Não se assustar. Ouvimos o depoimento, a despedida deste nosso companheiro a quem o câncer venceu. Gostaria de estar aqui e não chegou, mas teve a coragem de enfrentar e de continuar lutando, mesmo na pior das condições. Hoje, esse jovem não está aqui, mas esse jovem semeou esperança para o futuro.

Para o presente: coragem, valentia, coragem. E então, se vocês tiverem memória e se tiverem coragem, serão a esperança para o futuro. Está tudo bem claro? Eu não sei se estarei no Panamá, mas posso lhes assegurar uma coisa: que Pedro estará no Panamá e Pedro irá lhes perguntar se conversaram com os avós, se tiveram coragem para enfrentar as situações para semear o futuro, e a Pedro irão responder. Obrigado, obrigado por tudo”."

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Lava Jato - PF deflagra Operação ‘Resta Um’: o alvo é construtora que deu R$ 10 milhões a ex-presidente do PSDB

Segundo reportagem de Ricardo Brandt, Fábio Serapião, Fausto Macedo, Julia Affonso, Mateus Coutinho e Constança Rezende para o Estadão/RIO, "a Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira, 2, a Operação Resta Um, etapa 33 da Lava Jato. Cerca de 150 policiais cumprem 32 mandados. O alvo é a construtora Queiroz Galvão, suspeita de ter pago R$ 10 milhões ao ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra, que morreu em 2014. Os executivos ligados à construtora Ildefonso Colares e Othon Zanoide foram presos."

"O engenheiro Ildefonso Colares Filho chegou na sede da Polícia Federal do Rio, na zona portuária, por volta das 10h30.

Sérgio Guerra-PSDB
São 23 mandados de busca e apreensão, 2 de prisão preventiva, 1 de prisão temporária e 5 de condução coercitiva em cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Goiás, Pernambuco e Minas Gerais.

Os executivos da Queiroz Galvão são investigados, segundo a PF, ‘pela prática sistemática de pagamentos indevidos a diretores e funcionários da Petrobrás’.

Na 33.ª fase da Operação da Lava Jato, são cumpridos pela Polícia Federal mandados com a finalidade de obter provas adicionais de crimes de organização criminosa, cartel, fraudes licitatórias, corrupção e lavagem de dinheiro, relacionados a contratos firmados pela empreiteira Queiroz Galvão com a Petrobrás. Os alvos são dirigentes e funcionários da Queiroz Galvão e do consórcio Quip S/A, do qual a empreiteira mencionada era acionista líder.

As investigações indicam que a Queiroz Galvão formou, com outras empresas, um cartel de empreiteiras que participou ativamente de ajustes para fraudar licitações da Petrobras. Esse cartel maximizou os lucros das empresas privadas e gerou prejuízos bilionários para a estatal. Além dos ajustes e fraude a licitações, as evidências colhidas nas investigações revelam que houve corrupção, com o pagamento de propina a funcionários da Petrobras.

Segundo a Lava Jato, executivos da Queiroz Galvão pagaram valores indevidos em favor de altos funcionários das diretorias de Serviços e de Abastecimento. Em sua parte já rastreada e comprovada, as propinas se aproximam da cifra de R$ 10 milhões. Esses crimes estão comprovados por farta prova documental que corroborou o depoimento de, pelo menos, cinco colaboradores, sendo três deles dirigentes de empreiteiras.

Para além disso, a investigação também objetiva se aprofundar sobre os fortes indícios existentes de que milhões de dólares em propinas foram transferidos em operações feitas por meio de contas secretas no exterior. As evidências apontam que os pagamentos foram feitos tanto pela Queiroz Galvão quanto pelo consórcio Quip. A hipótese tem por base depoimentos de colaboradores e comprovantes de repasses milionários feitos pelo trust Quadris, vinculado ao Quip, para diversas contas, favorecendo funcionários da Petrobras.

Por fim, as medidas deflagradas buscam colher provas adicionais do delito de obstrução à investigação de organização criminosa pela então realizada Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, em 2009. Há indícios, que incluem a palavra de colaboradores e um vídeo, de que 10 milhões de reais em propina foram pagos pela Queiroz Galvão com o objetivo de evitar que as apurações da CPI tivessem sucesso em descobrir os crimes que já haviam sido praticados até então.


A procuradora da República Jerusa Viecili destacou a importância para a investigação dos acordos de colaboração e de leniência firmados pelo Ministério Público, “pois iluminam o caminho a percorrer para a obtenção de provas, quando não são acompanhados já pela apresentação de evidências consistentes dos crimes praticados”. Afirmou ainda que chama a atenção “a ousadia da empresa investigada, traduzida pela atuação profissional e sofisticada no pagamento de propinas em contratos públicos durante longo período de tempo, mediante a utilização de expedientes complexos de lavagem de dinheiro, inclusive no exterior”.

O Grupo Queiroz Galvão foi identificado, durante a Lava Jato, como o terceiro com maior volume de contratos celebrados com a Petrobras, alcançando um total superior a R$ 20 bilhões. O histórico de envolvimento do grupo com grandes esquemas de corrupção não é inédito, já figurado nas operações Monte Carlo, Castelo de Areia e Navalha, e tendo sido as duas últimas anuladas nos tribunais superiores. Segundo o procurador Diogo Castor, a banalização das anulações de provas representa um alento para os criminosos que já tiveram participação em esquemas criminosos provados. “Infelizmente se essas operações tivessem um mínimo de efetividade, talvez a Lava Jato nem precisasse existir” assinalou.

Já o coordenador da força-tarefa Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, ressaltou a gravidade da obstrução dos trabalhos de apuração de 2009, porque “a investigação da CPI era como um guardião da Petrobras. As evidências indicam que o ladrão roubou a casa e, em seguida, matou o vigia”. Sublinhou, ainda, na mesma linha de Castor que “a corrupção que colhemos é fruto da impunidade dos crimes passados. Esses crimes investigados hoje são filhos de um sistema de justiça criminal disfuncional, o qual falhou em punir casos pretéritos em que as mesmas empresas da Lava Jato eram investigadas” Para o procurador, “sairemos da Lava Jato sem aprender a lição se não aprovarmos reformas nesse sistema, como as 10 medidas contra a corrupção”.

“Precisamos disso para que os crimes sejam alcançados pela ação da Justiça como regra, e não como exceção”, completou o procurador."

Fonte:  http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/pf-deflagra-etapa-33-da-lava-jato/

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Agosto é mês do cachorro louco só nas lendas

Por Rodolfo Luis Kowalski, no Bem Paraná - "Você provavelmente já ouviu falar que agosto é o “Mês do Cachorro Louco”. As interpretações que justificam o apelido “carinhoso” são diversas, passando desde a data em que teve início a Primeira Guerra Mundial (1º de agosto de 1914) até o bombardeio das cidades de Hiroshima e Nagasaki pelos norte-americanos com bombas atômicas (6 e 9 de agosto de 1945).


A tese mais bem aceita e que melhor se encaixa com o apelido, porém, é a de que o mês recém-iniciado concentraria um maior número de cadelas no cio devido às condições climáticas. Com isso, os cachorros ficariam “loucos”, brigando para conquistar a fêmea, e também aumentaria o risco de infecção de raiva, doença que faz os cachorros babarem muito e ficarem com aparência de loucos.
 
Segundo Paulo Roberto Colnaghi, coordenador da Rede de Defesa e Proteção Animal de Curitiba, o “Mês do Cachorro Louco” não passa de uma crendice popular. “É uma coisa que pegou e no passar dos anos vem se falando muito. Alguns dizem que é início de Guerra, Hiroshima e Nagasaki, outros apontam que em função da época as fêmeas entrariam mais no cio e os cachorros ficariam mais loucos. A gente discorda disso, é uma bobagem. Mas são coisas populares que com o passar do tempo vão ficando”, comenta.

De toda forma, porém, Colnaghi ressalta a importância de as pessoas manterem os cuidados, especialmente por conta da raiva, cuja infecção ocorre por ferimento provocado por mordedura de um animal contaminado e ataca o cérebro, levando à morte. Aos donos de cachorros e gato, a recomendação é que a vacinação seja feita anualmente. Em caso de mordedura, deve-se ir até uma únidade de saúde, onde há todo o protocolo para atendimento, que as vezes é vacinação.
 
“Casos de raiva canina há muitas décadas não acontecem mais. O último caso em Curitiba foi na década de 1970 e envolvendo um gato. Mas o controle é sempre importante”, ressalta. “Importante dizer também que a Prefeitura tem feito vacinações seguidas, principalmente para os animais em situação de vulnerabilidade. Estamos com uma campanha de castração maciça para diminuir os riscos de mordedura”, complementa."

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segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Todos os jogos da 17ª rodada do Brasileirão 2016: classificação e melhores momentos

Na 17ª rodada do Campeonato Brasileiro 2016, o Corinthians assumiu a liderança do Campeonato Brasileiro 2016 ao vencer o Internacional, por 1 a 0, no Beira Rio. O Palmeiras, até então líder, perdeu para o Botafogo, por 3 a 1, no Estádio Luso Brasileiro e caiu para a terceira posição. A vice-liderança pertence ao Santos, que bateu o Cruzeiro, por 2 a 0, na Vila. Assista abaixo, os melhores momentos de todos os jogos da 17ª rodada do Brasileirão 2016. 
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Política: Agressor de Letícia Sabatella é filho de envolvido no escândalo Banestado

Por Bob Fernandes, em seu Facebook - Leio que Gustavo Abagge é o cara que chamou Leticia Sabatella de "puta" na manifestação de Curitiba. Gustavo seria filho de Nicolau Elias Abagge, ex-presidente do Banestado, do Paraná.


Na farra das contas CC-5 este banco, entre outros, tornou-se símbolo de lavanderia de dinheiro porco; sonegado, na melhor das hipóteses. Por ele, e outros, fortunas - me lembro de certo Bilhão - eram enviadas para paraísos fiscais.
 
Quem conheceu as listas de dinheiro enviado pra fora via gambiarras nas CC-5 sabe que muitos do que agora bradam, e vários dos que mancheteiam contra a "córrupissão" estavam naquela farra.
 
Conheci tais listas porque em 34 páginas escrevi, em Maio de 98, a única edição extra de Carta Capital, "Brasil: a maior lavagem de dinheiro do mundo". Tratava desse tema, toda a edição.
 
Lembrar daquela longa apuração e ver certos tipos pontificando sobre "ética" nas ruas, mídias e redes, provoca engulhos: como conseguem ser tão cínicos, tão hipócritas?
 
Mas voltando à Sabatella, aos zurros curitibanos, e ao cara que é filho do cara, uma constatação: a neurociência avançou barbaridades, a farmacopéia idem, mas o velho e bom Freud ainda explica muito...

Fonte: GGN

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domingo, 31 de julho de 2016

A Democracia possível

Artigo de Marino Boeira, publicado no site Imagem Política - "No início dos anos 90 do século passado, o historiador nipo-americano Yoshihiro Francis Fukuyama decretou que a história havia chegado ao fim com a queda do Muro de Berlim e transformação dos Estados Unidos na única grande potência da terra. Isso significava que o capitalismo e a democracia burguesa seriam o ponto culminante da história da humanidade.


Esta visão do principal ideólogo do governo Reagan foi comprada sem maiores discussões pela mídia ocidental e repetida por intelectuais do mundo inteiro. O mundo passaria a viver uma era de estabilidade garantida pelo poder norte-americano.

Poucos anos depois, esta teoria começou a ser desmontada pelas repetidas crises do sistema capitalista que levaram à bancarrota importantes países ocidentais e que desestabilizaram a própria economia norte-americana, enquanto a China, com a sua economia controlada com mão de ferro pelo governo, só fazia crescer.

Na esteira dessas crises cíclicas, o que restava dos estados de bem-estar social, foi se dissolvendo com o desemprego crescendo e as liberdades públicas sendo abafadas.

A estabilidade política mundial, que Fukuyama via garantida pelo poder americano, se transformou em guerras sem fim no Iraque, na Síria e no Afeganistão e o que ele não previu, a emergência de movimentos nacionalistas e democráticos no Oriente Médio ganhava força como nos casos do Egito e da Tunísia.

As idéias de Fukuyama de que o capitalismo neoliberal seria o ponto final da história do homem na terra já foram jogadas no lixo, mas o seu complemento político, a democracia parlamentarista permanece para os grandes formadores de opinião – mídia, partidos políticos, entidades empresariais, sindicatos e universidades – como a melhor forma de administração dos estados.

Na América do Sul, na África, no Oriente Médio e em muitos países asiáticos, onde este tipo de democracia nasceu sobre o desmonte de ditaduras militares, realmente foi um avanço extraordinário, mas está longe de indicar o fim do caminho.


Veja-se o caso brasileiro, onde o sistema democrático nos moldes atuais tem pouco mais de 20 anos e acaba de sofrer um violento retrocesso, com uma Presidente legitimamente eleita afastada por um golpe parlamentar, com o apoio da mídia e o silêncio da justiça. Mesmo assim, ainda é muito melhor do que foi no passado. A tortura, pelo menos para fins políticos, desapareceu. As liberdades públicas ganharam impulso. Tudo é verdade.

Mas, até que ponto vivemos uma verdadeira democracia, onde a vontade da maioria prevalece?

Os deputados e senadores que, teoricamente, fazem as leis em nome do povo, chegaram ao Parlamento alavancados por verbas imensas empresariais ou o apoio de grupos religiosos obscurantistas. Os partidos que elegeram a Presidente e os governadores vivem dos mesmos financiamentos. É difícil se imaginar que eles possam em suas decisões contrariar os interesses desses grandes financiadores.

Além desse caráter de classe, existe na Câmara, no Senado e nas Assembléias, uma falta total de constrangimento por parte de um bom número de parlamentares em condicionar seus votos em projetos de interesse da população ao recebimento de vantagens pessoais. O que antes era feito veladamente, hoje se torna público. Partidos só votam certas leis se ganharem posições que lhes permitam oferecer empregos e salários para seus dirigentes.

É difícil acreditar que partidos com esta disposição de barganhar cargos ajudem a formar um sistema democrático razoável.



Embora a possibilidade de se viver uma democracia plena só seja possível dentro de um modelo socialista de governo, o atual formato de democracia parlamentar capitalista poderia ser aprimorado com algumas medidas que já são discutidas, mas que, pela resistência dos interessados na manutenção da situação atual, dificilmente serão implementadas, como o financiamento público das campanhas eleitorais e o estabelecimento do controle social dos meios de comunicação para impedir que eles sejam usados na perpetuação do atual modelo."

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A literatura do “golpe”: o embate político também se trava nos livros

Por Rodolfo Borges, no EL PAÍS - A maior investigação contra a corrupção da história brasileira é na verdade a base para um complexo golpe de Estado comandado nas sombras pelo mercado financeiro. Mas também pode ser o símbolo do esforço de corajosos e destemidos investigadores que começam a fazer do Brasil um país melhor. Depende do livro que você ler. E não faltam nas prateleira das livrarias tentativas de explicar o que está acontecendo no Brasil desde a reeleição da presidenta Dilma Rousseff, em 2014.


Lançado pela editora Boitempo graças à colaboração voluntária de 30 autores,Por que gritamos golpe? (2016) "representa um esforço para se entender a atual crise porque passa o Brasil e ajudar no combate ao que se convencionou chamar, dentro e fora do país, de Golpe de Estado de 2016", nas palavras de Ivana Jinkings, que assina a apresentação do livro. A obra conta com artigos de políticos e intelectuais historicamente ligados ao PT ou à esquerda, como a deputada federal Jandira Feghalli (PCdoB-RJ) e o ex-porta-voz do Governo Lula André Singer, e apresenta uma série de argumentos para criticar o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

A filósofa Marilena Chauí, por exemplo, atribui a crise do Governo petista ao sucesso propagandeado pelo próprio do partido: a ascensão de uma classe média consumidora "ideologicamente conservadora e reacionária" e exposta à "absorção ideológica pela classe dominante". Os artigos do livro são escritos em tom de desencanto com o futuro do país, que estaria condenado a retrocessos nas mãos de Michel Temer. Os textos tratam de temas variados, que vão de suspeitas sobre as origens do Movimento Brasil Livre, que encampou as maiores manifestações contra o Governo Dilma, até uma análise sobre a influência dos maiores jornais e veículos de comunicação do Brasil na crise.

Menos diversificado e mais direto ao ponto, A outra história da Lava-Jato (Geração Editorial, 2015), do jornalista Paulo Moreira Leite, pretende abordar o lado mais controverso da operação. Sob o pretexto de analisar a Lava Jato de um ponto de vista que não teria sido considerado pelo noticiário, Moreira Leite — que publicou o livro antes da abertura do processo de impeachment no início de dezembro do ano passado — conta apenas um lado da história. O jornalista não chega a acrescentar informações às polêmicas levantadas ao longo dos dois anos da investigação conduzida a partir de Curitiba, mas, apesar de destacar apenas os aspectos negativos da operação, condenando a conduta dos procuradores, é possível garimpar no livro bons argumentos para questionar a investigação — como o fato de a Lava Jato seguir em Curitiba apesar de a maioria dos crimes investigados ter ocorrido em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Outro que analisa a crise política em livro a ser lançado nas próximas semanas é o sociólogo Jessé Souza, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) no Governo Dilma e autor de A tolice da inteligência Brasileira. Em A radiografia do golpe: entenda e como e por que você foi enganado (Leya), Souza faz menção ao seu trabalho pregresso para denunciar que a elite financeira nacional articulou a derrubada do Governo Dilma ao se aproveitar do discurso da moralidade para confrontar o combate à desigualdade encampado pelos governos petistas. "Eu decidi fazer esse livro em um ato de desespero pessoal, para lidar com a minha frustração e com a minha impotência. Decidi contar o que aconteceu, porque isso não vai ser debatido em canais de tevê. Não é só o grande público que foi enganado, mas a esquerda, que está atônita e segue aprisionada pelo discurso econômico da direita", diz Souza.

Lava Jato

Se o "outro lado" se apoia no discurso da moralidade, como diz Souza, um dos exemplo mais eloquentes é Sérgio Moro - a história do homem por trás da operação que mudou o Brasil (Universo dos Livros, 2016), da jornalista Joice Hasselmann. A jornalista confunde sua própria história com a da Lava Jato e começa o livro dando mais atenção a seus sentimentos em relação à operação e aos vídeos que posta em sua página no Facebook do que propriamente às ações da polícia. Hasselmann sai do foco à medida que o livro avança — apesar de manter um intenso tom laudatório à ação que levou à cadeia dezenas de corruptos confessos e não dispensar oportunidades de criticar os governos petistas e os jornalistas que se posicionaram a favor do partido nos últimos anos —, mas não chega a entregar o que o título promete: "a história por trás da operação que mudou o Brasil".

Outro livro que esbarra na discrição do juiz responsável pelo caso é Sérgio Moro - o homem, o juiz e o Brasil, do advogado Luiz Scarpino (Novas Ideias, 2016). Mais equilibrado que a publicação assinada por Hasselmann, o livro de Scarpino destaca a importância da operação para o combate à corrupção no país, mas aborda sem posicionamentos taxativos algumas das controvérsias que rondam a Lava Jato desde seu início, como a intensa utilização de prisões preventivas pelas autoridades. O autor não vai além, contudo, do que já foi publicado no noticiário ao tentar decifrar a figura de Sérgio Moro. Nesse sentido, Lava Jato - o juiz Sergio Moro e os bastidores da operação que abalou o Brasil (Primeira Pessoa, 2016), do jornalista Vladimir Netto, é a obra que vai mais longe.

Entre os livros avaliados pelo EL PAÍS, o de Netto é a que mais acrescenta ao perfil de Moro, e ganhou ares de versão oficial quando os procuradores da Lava Jato e até o juiz compareceram ao lançamento da obra, em Curitiba. Mais do que descrever o juiz como bom aluno, que não tirou menos de 8,6 no colégio — como faz Scarpino — e o bom moço que, segundo Hasselmann, ficou conhecido como "o juiz dos velhinhos, por ajudá-los na vara presidenciária contra o INSS", Netto conta detalhes da intimidade do magistrado, como a forma como ele conheceu a mulher, Rosângela Wolff Moro — todos os perfis destacam, diga-se, o apreço do juiz por heróis de histórias em quadrinhos e seus hábitos simples e caseiros.

Com acesso direto e entrevistas exclusivas com figuras chave da Lava Jato, como o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, Netto revela bastidores da operação que já dão o tom de thriller que o diretor José Padilha deve atribuir à série baseada na Lava Jato, que o Netflix anuncia para 2017. Padilha comprou os direitos do livro, que conta como a polícia quase perdeu o rastro de Youssef no dia programado para sua prisão e expõe mensagens íntimas trocadas entre condenados pela operação. Essa é a obra mais descritiva com informações e detalhes que expõem a complexidade da Operação Lava Jato. Pode não consolar o leitor incomodado com os rumos político do país, mas ajuda a entender o que está acontecendo.

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