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domingo, 18 de setembro de 2016

Powerpoint: a mídia que nos emburrece

Replicamos postagem do Contexto Livre - "O título da matéria é uma tradução aproximada do título do livro de Franck Frommer publicado na França em 2010. O original é: "La pensée PowerPoint: "enquête sur ce logiciel qui rend stupide", conforme consta no artigo publicado neste endereço:     - http://www.editionsladecouverte.fr/catalogue/index-La_pensee_PowerPoint-9782707159533.html -



Entre outras pérolas, ele cita um artigo de pesquisadores americanos chamado “Powerpoint demonstrations: digital technologies of persuasion”.

Eles analisaram o discurso-espetáculo feito com Powerpoint por Colin Powell nas Nações Unidas, em 2003, para convencer o público da existência de armas de destruição em massa no Iraque.

Ou seja, o PowerPoint é a tecnologia ideal para os discursos que não têm consistência. Ele permite provar o que você quiser, tudo “com convicção”!

Não é à toa que em powerpoint a palavra-chave é poder.

Marilia Amorim, navegante afiada

No CAf



A inspiração de Dallagnol para seu power point velhaco

O procurador Deltan Dallagnol não é apenas espalhafatoso, exibicionista e, convenhamos, tolo.

É um também um plagiador. Um imitador. E o que é pior: um copiador de coisas ruins.

Veja a imagem abaixo.


É parte de um power point apresentado, algum tempo atrás, por um procurador americano para condenar um acusado. Reparou na semelhança?

A sentença foi anulada exatamente por causa daquele slide. Foi considerado uma peça destinada a “manipular os jurados”.

O uso de power points nas acusações tem sido crescente criticado nos meios jurídicos americanos.

Num artigo, essa estratégia foi classificada, no título, como a “maneira mais vil para os procuradores conseguirem um veredito de culpa”. Você pode ver o texto aqui.

Pelo menos dez sentenças foram anuladas, nos últimos anos, porque os tribunais americanos consideraram que as regras do julgamento justo foram violadas pelo emprego de power points “altamente inflamáveis”.

O expediente já está sendo chamado de “advocacia visual” pelos acadêmicos americanos da área de direito.

Um advogado definiu assim os power points. “Todos nós sabemos o que os comerciais publicitários podem persuadir as pessoas num nível subconsciente. Mas não me parece que a justiça criminal tenha interesse em ingressar nessa esfera.”

E é dentro desse quadro que Dallagnol e companheiros trazem para o Brasil uma prática que nos Estados Unidos é cada vez mais questionada.

Dallagnol achava que estava sendo “moderno”. Não. Estava sendo inepto. Estava chegando com atraso a um expediente que onde surgiu, os Estados Unidos, já resulta em anulações de sentença e é objeto de estudos críticos dos estudiosos do Direito.

Por tudo isso, mereceu todo o esculacho que recebeu, expresso nos memes que inundaram as redes sociais.

Paulo Nogueira
No DCM"

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sábado, 11 de julho de 2015

Para que servem e por que existem os sites progressistas? Por Paulo Nogueira

No DCM – Para que servem os sites progressistas? Por que existem? A sociedade sabe as respostas para ambas as questões, mas a mídia tradicional insiste em tentar manipular as pessoas. Os sites progressistas servem, fundamentalmente, para dar pluralidade ao mercado de notícias e opiniões.

E existem por causa disso: porque há uma expressiva parcela de brasileiros que não se satisfazem com o que lhes é oferecido, ou impingido, pela Globo, pela Veja, pela Folha e por aí vai.

É, no fundo, uma questão de mercado.

Helicoca-DCM

O conservadorismo monolítico das grandes empresas jornalísticas – já não tão grandes assim na Era Digital, aliás – abriu espaço para sites com outra visão de mundo.

Chamar os sites progressistas de governistas é uma mistura de mentira e obtusidade.

Sob qualquer governo, eles seriam o que são. O mesmo já não se pode dizer da grande imprensa: ela protege administrações conservadoras e fustiga administrações populares.

Com isso, defende não os interesses da sociedade, mas os seus próprios.

Que o mercado pedia isso – outras vozes – está claro. É só ver os números.

O DCM, por exemplo.

Tivemos, em junho, 3,4 milhões de visitantes únicos. É o melhor termômetro de audiência: você conta apenas uma vez pessoas que entram diversas ocasiões no site.

Os acessos são algumas vezes aquilo: no ápice da campanha presidencial, o DCM bateu em 20 milhões de visualizações.

Importante: isto tudo foi conseguido num espaço de dois anos e meio. Em janeiro de 2013, quando tomamos a forma atual de um espaço de análises e informações, tivemos 200 mil acessos e 100 mil visitantes únicos.

Sites progressistas acolhem e propagam ideias que não existem nas empresas jornalísticas.
Um exemplo notável: a desigualdade, o câncer nacional.

Jamais o combate à desigualdade esteve na pauta da mídia tradicional. Seus donos sempre se beneficiaram dela, aliás: basta ver sua colocação nas listas das maiores fortunas do país.

A imprensa sempre preferiu, por demagogia, fazer campanhas contra a corrupção, por saber que num certo tipo de leitor menos qualificado esse discurso hipnotiza.

Vital: não contra toda corrupção, mas contra aquela — real, imaginária ou brutalmente ampliada – associada a governos populares.

Não é notícia nada que diga respeito ao PSDB. A roubalheira no Metrô de São Paulo nunca foi assunto. A compra de votos para a reeleição de FHC, idem. O aeroporto particular de Aécio também.

Um delator diz que um ex-presidente tucano recebeu 10 milhões de reais para melar uma CPI da Petrobras. Ninguém, na grande mídia, dá a menor bola, porque este tipo de notícia mina a tese de que a corrupção está sempre ligada a governos populares, de Getúlio a Jango, de Lula a Dilma.

Neste e em tantos outros assuntos, os sites progressistas jogam luzes onde as corporações de jornalismo projetam sombras. (Fizemos,aqui, levantamentos sobre assuntos tabus na imprensa, como o “Helicoca” e a sonegação da Globo.)

Pessoas que são ignoradas pela mídia tradicional aparecem nos sites progressistas, e enriquecem os debates.

No DCM, para ficar num caso, Jean Wyllys é figura frequente. Vá ao arquivo da Veja e tente encontrá-lo.

A pauta dos sites progressistas é outra. São outros os personagens, são outras as visões, são outros os princípios e valores.

São outros também os leitores. Veja os comentários do blogue de Reinaldo Azevedo: são o primado do ódio, do preconceito, da homofobia.

Agora compare com os comentários dos sites progressistas. São mundos diferentes.
Os anunciantes podem escolher o público que desejam atingir. Não fossem os sites progressistas, esta escolha não existiria.

Como seria o debate no Brasil de 2015 se não houvesse o contraponto digital?
Você pode imaginar.

O cidadão iria para o trabalho ouvindo a CBN ou a Jovem Pan. Leria a Folha e a Veja. Veria à noite o Jornal Nacional e a Globonews.

É sempre a mesma mensagem. A isso se dá o nome de monopólio de opinião.
Os sites progressistas surgiram e cresceram como resposta, exatamente, a esse monopólio.

É para isso que servem. É por isso que existem.


Fonte: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/para-que-servem-e-por-que-existem-os-sites-progressistas-por-paulo-nogueira/

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domingo, 10 de maio de 2015

Paulo Nogueira: Que pecado o cidadão de Itajaí cometeu para ter que pagar 60 mil reais por uma hora de Joaquim Barbosa?


“E então temos o seguinte: o cidadão de Itajaí foi obrigado a pagar 60 mil reais por uma palestra de uma hora de Joaquim Barbosa.
Este é o Batman, o campeão da ética, “o garoto pobre que mudou o Brasil”, segundo a Veja, naquela que foi uma das mais idiotas chamadas de capa já produzidas por uma revista em toda a história em qualquer lugar do mundo.



Mil reais por minuto. Este, ficamos sabendo, é o preço de Barbosa. Vazou de alguma forma, porque segundo o contrato o valor era sigiloso.

Seria um assalto ao contribuinte de Itajaí de qualquer forma. Mesmo que a palestra fosse em praça pública, aberta a todos os interessados, há outras maneiras mais inteligentes de gastar 60 mil reais em 60 minutos, você há de convir.

Mas este é Joaquim Barbosa, o paladino que não hesitou em queimar 90 mil reais de dinheiro público numa reforma dos banheiros do apartamento funcional que utilizou por tão pouco tempo.
Repito: mas este é Joaquim Barbosa, o incorruptível que inventou uma empresa para sonegar impostos na compra de um apartamento em Miami.

Quando você prega moralidade e na sombra faz coisas impublicáveis, isso quer dizer que você é um demagogo.

Pois é exatamente este o título que deveria estar hoje no cartão de visitas de JB, ou nas propagandas de suas palestras: demagogo.

No STF, ele foi um péssimo exemplo para a sociedade. Deslumbrado com as lantejoulas cínicas da mídia, ele presidiu o julgamento mais iníquo do Brasil.

Joaquim Barbosa levou às culminâncias o conceito de justiça partidária, em que você julga alguém não pelo que fez ou deixou de fazer, mas pelo partido a que pertence.

Enquanto teve poder, foi mesquinho, intolerante – repulsivo. Não surpreende que seja admirado exatamente por pessoas com aquelas características, e abominado por progressistas de toda ordem.

Saiu do STF porque, com a chegada de novos ministros, ficou em minoria. Não teve sequer a coragem de defender suas ideias conservadoras e pró-1% em ambiente não controlado.

Estava na cara que ia fazer palestras.

A direita se defende e se protege: arruma palestras milionárias para aqueles que vão fazer pregações contra qualquer coisa parecida com a esquerda, e sobretudo contra Lula e o PT.

Mau exemplo no STF, Joaquim Barbosa continua a ser mau exemplo fora dele.

Entre palestras, arrumou tempo para fazer uma bajulação abjeta à Globo por seus 50 anos.
A emissora que foi a voz da ditadura se converteu, nas palavras de JB, na empresa generosa à qual os brasileiros devemos, pausa para gargalhada, a integração.

A emissora que é um símbolo da hegemonia branca, e que advoga ferozmente contra políticas de afirmação, foi colocada num patamar de referência em seu universo na inclusão de negros.

Joaquim Barbosa foi uma calamidade para o Brasil no STF, e longe dele, arrecadando moedas em palestras, continua a projetar sombras nada inspiradoras.

É, como Moro hoje, o falso herói, condição fatal de todos aqueles que a plutocracia, para perpetuar sua predação, tenta transformar em ídolo popular.”

 

VIA

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quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Sem o fim do financiamento privado de campanhas todo combate à corrupção vai fracassar

Por Paulo Nogueira*

Você quer combater de verdade a corrupção?
Então leve a sério a frase do delator Costa pronunciada hoje na CPI da Petrobras. “Isso aconteceu em todos os governos. Todos!”
“Isso” são os sistemas de propinas utilizados para irrigar políticos e partidos.
Você quer fingir que combate a sonegação?
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domingo, 3 de agosto de 2014

A consultoria que diz que o Brasil vai acabar

Paulo Nogueira do DCM

- O Brasil vai acabar. Quem diz isso é o analista de investimentos Felipe Miranda, um dos sócios e fundadores da consultoria de investimentos Empiricus. Num texto que a própria Empiricus define como “leitura obrigatória”, Miranda vaticina o fim do Brasil. Para breve.
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quinta-feira, 3 de julho de 2014

O que mostra o vídeo de desculpas a Dilma

Paulo Nogueira, do DCM

Viralizou na internet um vídeo com desculpas a Dilma pelas vaias na estreia do Brasil na Copa. A locução é do ator José de Abreu. É um vídeo partidário, e isso significa que os petistas estão amando e os antipetistas detestando.
No YouTube, no momento em que escrevo este texto, havia um empate técnico entre as pessoas que aprovavam e reprovavam o vídeo.



Paixões políticas à parte, o vídeo nota e imortaliza o papel abjeto desempenhado pela mídia antes da Copa. E isso em si é um grande mérito e, mais que isso, um registro histórico.

O objetivo da mídia era, antecipadamente, atribuir a Dilma a culpa pelo que seria o fracasso monumental de organização da Copa.

Jabor aparece dizendo, com euforia fúnebre, que o mundo veria a incompetência do Brasil em fazer um torneio como a Copa.

É um paradoxo.

Jabor é dos colunistas brasileiros um dos que mais se esforçam por espalhar entre os brasileiros o célebre complexo de vira-latas consagrado por Nelson Rodrigues.
A ironia é que ele é obcecado por NR, a quem cita frequentemente e de quem chegou a filmar histórias como Toda Nudez Será Castigada.

Isso quer dizer o seguinte: Jabor lê sem entender Nelson Rodrigues. NR lutava para que os brasileiros se livrassem da viralatice. Jabor luta pelo oposto: para que cada um de nós comece a latir pelas ruas.

Como jornalista, faz tempo que me chama a atenção um fenômeno: a impunidade entre colunistas e comentaristas como Jabor e tantos outros, como o “professor” Villa ou o “economista” Constantino.

Eles podem cometer todo tipo de erro que nada lhes é cobrado.
No vídeo em questão: Jabor fala o que se comprovou ser um disparate.

Você imagina que alguém – um editor, um chefe na Globo, vá cobrá-lo?

Nas vésperas das eleições de 2012, lembro um vídeo em que o “professor” Villa dizia, com a convicção dos fanáticos: “Lula é o maior perdedor.”

Num jornalismo menos imperfeito, Villa teria sido obrigado a arcar com o preço de uma previsão tão errada.

Mas você o vê em toda mídia, como se seu prontuário fosse feito de acertos sobre acertos, e não de erros como os das eleições de 2012. (Suas primeiras impressões dos protestos de junho passado são antológicas também.)

O vídeo de desculpas a Dilma tem, repito, valor pedagógico. Os pósteros o verão e saberão, com clareza, o tipo de mídia de que era vítima a sociedade brasileira nestes dias.

Fora isso, que já não é pouco, o vídeo mostra o que todo mundo já sabe: as vaias do Itaquerão acabaram fazendo muito mais bem que mal para Dilma.



Imagem: reprodução/DCM

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quarta-feira, 4 de junho de 2014

Aécio e a cocaína no Roda Viva

Por Paulo Nogueira*, no DCM 03 jun 2014 - 

Aécio tem um problema.
Mesmo num ambiente superprotegido como foi o Roda Viva ontem, a questão da cocaína o assombrou.
O editor da Piauí, Fernando Barros e Silva, fez a pergunta fatal. O desconforto jorrou em golfadas de Aécio. 

Aperto mesmo num ambiente protegido
Me ocorreu a reação histórica de FHC quando, como candidato a prefeito de São Paulo, ouviu de Boris Casoy num debate pela tevê o seguinte: “O senhor acredita em Deus?”
Naquela época, FHC não acreditava.
 
“Mas Boris: nós tínhamos combinado antes que você não faria essa pergunta”, respondeu ele.
Fernando Barros – o único dos entrevistadores que fez ontem algo parecido com jornalismo – perguntou.
 
A resposta de Aécio – disse, perturbado e irritado, que nunca usou cocaína – não foi a mais convincente que ele deu na vida, com certeza.
 
Aécio, numa demonstração de que Minas não o acostumou a lidar com perguntas embaraçosas de jornalistas, acusou Fernando Barros de já ter candidato.
Depois, ele confiou na desinformação das pessoas. Afirmou que os elos que o unem à cocaína são fruto do “submundo” da internet.
 
Temos aí uma visão ampla do “submundo da internet”, então. Incluí o Mineirão lotado. Em 2008, num amistoso da seleção contra a Argentina, a torcida gritou: “Ei Maradona, vai se fxxx, o Aécio cheira mais do que você.”
 
Pausa para rir.
 
Bem, o editor da Piauí fez menção ao coro do Mineirão.
 
Serra também teria que ser incluído no “submundo da internet”. Um jornalista ligado a Serra publicou no Estadão, quando este e Aécio disputavam a indicação do PSDB para a eleição presidencial de 2010, um artigo cujo título era: “Pó pará, governador.” (Aécio era governador de Minas.)

Serra, pelas costas de Aécio, sempre trouxe a cocaína à cena para boicotá-lo em disputas internas tucanas.
 
Barros lembrou um artigo de Serra que, do nada, quando mais uma vez se avizinhava uma competição entre ele e Aécio pela nomeação à eleição presidencial, anunciava logo na primeira frase que o “consumo de cocaína” seria debatido no Brasil.
 
Aécio claramente não está preparado para discutir a cocaína. Ele parece não ter feito nenhum treinamento com especialistas para se safar deste tipo de pergunta. Ou, se fez, o treinamento foi inútil, pelo menos a julgar por ontem.
 
Houve momentos cômicos no Roda Viva. Num deles, Aécio falou, como um Catão, do “aparelhamento do Estado” pelo PT. Isso numa emissora pública, bancada pelo contribuinte paulista e completamente aparelhada pelo PSDB de Aécio. Até um tuiteiro recrutado ontem pelo Roda Viva para cobrir a entrevista no Twitter era, conforme alguém descobriu na internet, militante tucano.
 
Aécio, desde o início, era uma candidatura de alto risco para o PSDB pela fama de festeiro inveterado. Ou o partido subestimou o risco, ou simplesmente não tinha alternativa. Podia terminar em Serra, mais uma vez.
 
Para Aécio se livrar do assunto, a única solução é ele fazer um exame toxicológico. Mas, pelo menos até aqui, ele não mostrou nenhuma disposição para fazer isso.

*O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Via
http://carcara-ivab.blogspot.com.br/





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sexta-feira, 16 de maio de 2014

Dilma & Gianca

Paulo Nogueira, no DCM*

Me pedem a opinião sobre a visita de Giancarlo Civita, o Gianca, a Dilma.
Minha resposta cabe numa frase curta: perda de tempo.
Dilma, para a Veja, será sempre o “neurônio solitário”, como a chama Augusto Nunes, o gênio cosmopolita de Taquaritinga ganhador de Nobeis e Pulitzers.
Tive a fugaz esperança de que a Veja se modernizasse mentalmente depois da morte de Roberto Civita, com Gianca e seu irmão Titi, até pela idade.
Mas aconteceu o contrário. A revista conseguiu piorar.

Gianca
Um exército de seguidores de Olavo de Carvalho tomou a revista: Rodrigo Constantino – quando darão o Nobel de Economia a ele? –, Felipe Moura Brasil e Lobão. Fora eles, a revista tem há tempo um filho espiritual de Olavo, Reinaldo Azevedo.

Olavo de Carvalho comanda hoje a Veja.

Seria mais útil, caso Dilma quisesse discutir questões de conteúdo – defender que tem mais de um neurônio, por exemplo –, chamar diretamente Olavo de Carvalho para uma conversa.

Com Gianca, se eu fosse Dilma, levaria a conversa para outra direção. Trataria de uma coisa chamada gratidão. Gratidão não com Dilma, não com o PT, mas com o Brasil.

O avô de Gianca, Victor Civita, era um ítalo-americano absolutamente inexpressivo quando, com mais de 40 anos, na década de 1950, veio tentar a sorte no Brasil.

Victor Civita veio para fazer gibis da Disney. Encontrou um país acolhedor para imigrantes como ele e fascinante para um candidato a empreendedor.

Fez gibis e depois revistas.

Jamais ele teria chance nos Estados Unidos, que abandonou para vir para o Brasil. Revistas nos Estados Unidos eram coisa para homens brilhantes como Henry Luce, que inventou a Time.

Mas o Brasil estava em construção, e Victor Civita pôde erguer – sem ser um editor como Luce, sem ter escrito um único artigo na vida – um império de mídia.

O Estado ajudou. A Abril obteve, como todas as empresas de mídia, múltiplos financiamentos do BNDES a taxas de juros maternais.

O dinheiro do contribuinte foi também transferido para a Abril, ao longo de muitos anos, por publicidade oficial que pagava tabela cheia quando todos os demais anunciantes já conseguiam expressivos descontos.

Para você entender: uma página dupla da Veja custava, para qualquer anunciante privado, x reais, ou cruzados, ou cruzeiros novos, ou o que fosse. Para o governo, custava duas ou três vezes mais.

Testemunhei isso em meus anos de executivo na mídia.

Com uma mistura de senso de oportunidade e mamatas, Victor Civita fez uma empresa tão grande que ele pode dividir em duas e dar uma fatia a cada filho – Roberto e Richard — no começo dos anos 1980.

O Brasil continuaria a mimar os Civitas. Quando a globalização se instalou no mundo e no Brasil, um dos raríssimos setores que continuaram a gozar de reserva de mercado foi a mídia.

Já escrevi algumas vezes que, numa defesa da Globo à reserva, foi dito que uma televisão chinesa poderia nos transformar em maoístas subversivos, caso o mercado fosse aberto e os chineses investissem em tevê.

Gianca e Titi nunca chegaram a trabalhar duro, e em certos momentos simplesmente não trabalharam. Mesmo assim,  estão – como mostra a revista Forbes – entre os brasileiros mais ricos, com a morte de seu pai.

São cerca de 60 anos de Civitas no Brasil. Não sei exatamente o que deram em troca para o país, assim como não sei o que a Globo ou a Folha deram. (Tenho para mim que teriam lutado contra a desigualdade se tivessem uma missão que fosse além dos interesses privados.)

Mas todos sabemos o que o Brasil fez por eles.

E como o Brasil é tratado?

Se fizer uma arqueologia, leia o que escrevia sobre o país Diogo Mainardi. Se quiser ser atual, consulte Reinaldo Azevedo. O Brasil é a “Banânia”.

Sabemos todos quanto é deletério convencer uma pessoa de que ela é um horror. O mesmo vale para um país. Você não precisa inventar elogios para uma pessoa ou para um país. Mas também não precisa inventar insultos.

Penso que a única maneira de dar alguma utilidade a uma conversa com Gianca seria essa. Dilma poderia resumir seu encontro com Gianca numa única questão: “Caramba, Gianca, você conhece uma palavra chamada gratidão?”


*O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.


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sábado, 19 de abril de 2014

O melhor teste para descobrir se uma sociedade é justa


Por Paulo Nogueira no DCM*
O filósofo americano John Rawls investigou a justiça social. E criou uma teoria simplesmente brilhante.
O que é uma sociedade justa?
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domingo, 30 de março de 2014

‘Eu, o direitista raivoso’

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo -  

Eu não vou cumprimentar ninguém porque estou com raiva.
Então vamos direto.
Eu sou o DIRAI. O Diretista Raivoso.
Eu tenho raiva. Eu vivo da raiva. Eu morro de raiva.
Eu sou a raiva.
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sexta-feira, 5 de abril de 2013

Repórteres de todo o mundo se juntam para expor as contas secretas dos paraísos fiscais


O artigo com o título acima é de autoria do jornalista Paulo Nogueira, fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo (ver abaixo). Trata sobre o vazamento de 2,5 milhões de documentos sobre contas secretas em paraísos fiscais. O exame desses documentos está sendo feito por jornalistas investigativos ligados à ICIJ, pelas iniciais em inglês: International Consortium of Investigative Journalism.

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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O que o julgamento do Mensalão ensinou aos brasileiros

Por: Paulo Nogueira* - 

A sociedade não tinha ciência da precariedade do sistema judiciário nacional, a começar pelo Supremo. 
Danton, no tribunal em que foi condenado à guilhotina, disse que se tratava de um “julgamento político”, e portanto com escasso interesse por coisas como provas.
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