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quinta-feira, 14 de março de 2024

Quando tínhamos todas as respostas, nos mudaram as perguntas. Por Jeferson Miola

Por Jeferson Miola, em seu blog: Eduardo Galeano eternizou em sua preciosa obra a frase que conheceu num muro pichado na cidade de Quito, capital do Equador, que dizia: "quando tínhamos todas as respostas, nos mudaram as perguntas".

www.seuguara.com.br/Pergntas/respostas/Jeferson Miola/
 
É uma frase-síntese, que tem o poder de definir e dar significado a este momento de orfandade teórica que vivemos, em que não conseguimos entender e explicar esse período histórico perturbador, assombroso e suas conjunturas vertiginosas.


Estamos tateando no escuro e sem entender nosso tempo presente. Confrontamo-nos com realidades complexas e que são inteiramente novas para as atuais gerações não só no Brasil, mas de todas as partes do mundo.

Nos iludíamos, até há pouco tempo, que já tínhamos as respostas para todas as perguntas. Alguns, inclusive, devotos de certas tradições dogmáticas e deterministas, imaginavam possuir certezas absolutas em relação a tudo e ao porvir de um futuro glorioso para a humanidade. 


O problema, porém, é que "nos mudaram as perguntas", como avisou o autor [ou a autora] da pichação anônima em Quito, e então ficamos teoricamente e politicamente desequipados, e com enormes dificuldades para decifrar os enigmas do tempo presente. 

O reflorescimento dos fascismos no mundo contemporâneo conserva a característica genuína dos fascismos históricos: funciona como uma resposta do próprio capitalismo por meio de formas de gestão violentas e autoritárias da crise capitalista e da barbárie neoliberal neste estágio avançado de financeirização da economia.


A extrema-direita, seja ela fascista ou não-fascista, é a resposta do próprio capitalismo à crise do sistema deflagrada em 2008, e não uma alternativa a ela.

A governança extremista de direita das sociedades nacionais é, portanto, a resposta do próprio capitalismo para renovar e ampliar as taxas de acumulação e de reprodução do capital em moldes autoritários, desdemocratizantes e regressivos.


Este processo vem acompanhado de tremendos retrocessos dos valores universais e das conquistas civilizatórias, com o agravamento do racismo, da xenofobia, do messianismo fundamentalista, do obscurantismo [grifo deste blog] e de outras formas degradantes da miséria humana. 

No plano econômico, a extrema-direita responde com as receitas nefastas da austeridade, privatizações, Estado mínimo, exclusão social, necropolítica, teologia da prosperidade, meritocracia, empreendedorismo...


Figuras como Trump, Bolsonaro e Milei encarnam com excelência o espírito desses tempos. Magnetizam multidões ressentidas e encantam corações e mentes - a imensa maioria pessoas pobres atraídas pela demagogia salvacionista que promete acabar com o mal-estar de décadas de promessas neoliberais descumpridas.

Assim como nos fascismos históricos de Mussolini e Hitler, as ultradireitas contemporâneas também são fenômenos com grande adesão de massas. Bolsonaro conquistou 58 milhões de votos na eleição de 2022, votação parelha com a do Lula, o maior líder popular da atualidade.


Bolsonaro é a principal liderança carismática do extremismo brasileiro. Agora inelegível, ele já construiu perante o bolsonarismo a narrativa mítica do mártir perseguido pelo sistema e que será preso pela ditadura do STF com Lula.

www.seuguara.com.br/Jair Bolsonaro/bolsonarismo/

Seria imprudente supor que a prisão do Bolsonaro significará o derretimento do bolsonarismo. O bolsonarismo com Bolsonaro inelegível - ou com Bolsonaro preso - continuará potente e forte, tal como aconteceu com o lulopetismo, que não esmoreceu diante da tentativa de assassinato político do Lula e do PT pela gangue da Lava Jato.

É preciso recordar que mesmo ilegalmente preso e vitimado pelas violências dantescas do STF, como a proibição de conceder entrevistas no cárcere, na eleição de 2018 Lula conseguiu alavancar 47 milhões de votos para Fernando Haddad.


A pesquisa do instituto AtlasIntel [10/3] sobre a polarização no Brasil traz informações valiosas. A primeira delas, é de que quase 40% das pessoas [4 a cada 10] se posicionam politicamente em função das abordagens ideológicas - esquerda ou direita -, e escolhem candidatos apoiados por Lula [17,3%], ou por Bolsonaro [20,5%].

Outro dado da AtlasIntel: 32% se consideram bolsonaristas, contra 31,2% que se consideram petistas.


A pesquisa mostra, também, que é a primeira vez, em décadas, que algum outro partido, afora o PT, consegue obter dois dígitos de preferência junto ao eleitorado. Não há antecedentes disso, nem mesmo no auge da polarização PT-PSDB, quando o PT tinha mais de 20 pontos percentuais e o segundo colocado, o PSDB, nunca superou os 5% das preferências partidárias.

Hoje, no entanto, o PL aparece no encalço do PT no segundo lugar, nove pontos percentuais atrás. Enquanto para 34,6% o PT é o partido referido, outros 25,1% preferem o PL.


A extrema-direita está ampliando sua representação na cena politica das nações e nos espações internacionais. E não dá sinais de ser um fenômeno passageiro. Ao contrário, tem jeito de que terá uma permanência prolongada, e se movimenta com ambições hegemônicas. 

No Brasil essa situação se complexifica ainda mais devido, pelo menos, a três fatores: o fundamentalismo religioso, a liberdade de manipulação das plataformas digitais na guerra cultural em meio à guerra híbrida, e o anacronismo do país em relação aos militares.


As diferentes pesquisas de opinião recentemente divulgadas convergem na constatação de vários desafios postos para o governo Lula e para a democracia brasileira.

A despeito do tremendo esforço de reconstrução das política permanentes de Estado, de recuperação da economia e ampliação do emprego e da renda, a aprovação do governo não deslanchou, mas até caiu.

É verdade que existem insuficiências e lacunas importantes na comunicação governamental, mas isso não explica tudo.


A simples repetição do modelo sem rupturas antineoliberais e das fórmulas de um "reformismo fraco", nas palavras de André Singer, que deram certo nos governos petistas anteriores, não é garantia automática de que darão certo outra vez nesse novo contexto inteiramente distinto e com requerimentos inéditos. 

É preciso encontrar as respostas adequadas para as novas perguntas que surgiram. E urgentemente, para evitar surpresas desfavoráveis nas eleições municipais deste ano.

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Via: DCM/VioMundo


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sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

A confraria do fascismo em Buenos Aires. Por Moisés Mendes

Por Moisés Mendes, em seu blog: A posse de Javier Milei, no domingo, terá a maior aglomeração de todos os tempos da extrema direita com grife da América latina. Lula está certo ao decidir que não vai e que o representante do Brasil será o chanceler Mauro Vieira. Não será uma festa de fascistas comuns, é a confraria de grandes fascistas que se agarram à esperança de que Milei irá inspirar outros países a seguir o mesmo caminho.

www.seuguara.com.br/Javier Milei/fascismo/

E por que Bolsonaro vai à posse e leva sua turma? Porque precisa dizer ao Supremo e ao sistema de Justiça que continua andando por aí, impune, e ainda resiste. E para manter a base acordada.

Milei não ganha nada com a presença de Bolsonaro, que não tem, como as pesquisas feitas lá já mostraram, influência alguma no eleitorado da direita argentina.

Bolsonaro é que tenta se aproximar de Milei e dos que irão aparecer na festa, por estar em busca de trincheiras para fingir mais um pouco que é um político forte.


O fascista argentino tem o apoio de ex-presidentes da região, começando por Mauricio Macri, que participa ativamente da montagem do governo.

Luis Caputo, futuro ministro da economia, foi presidente do Banco Central no governo Macri. Patricia Bullrich, candidata de Macri à presidência, será a ministra da Segurança, o mesmo cargo que ocupou no governo Macri. E Luis Petri, futuro ministro da Defesa, foi vice na chapa de Patricia.


Além de Macri, poderão estar na festa em Buenos Aires os ex-presidentes Felipe Calderón e Vicente Fox, do México; Iván Duque e Andres Pastrana, da Colômbia; Jorge Quiroga, da Bolívia; e Sebastián Piñera, do Chile. 

Todos assinaram, co Mario Vargas Llosa, pouco antes do segundo turno, um manifesto de apoio a Milei. Esse manifesto foi revelador de que Milei não tem nada a ganhar com a presença de Bolsonaro, mesmo que os dois tenham conversado pela internet depois da eleição.


A prova da desimportância de Bolsonaro é que o sujeito não foi convidado a assinar a declaração de apoio de ex-presidentes latino-americanos a Milei.

O grupo não quis Bolsonaro por perto e é provável que o brasileiro não tenha em Buenos Aires a recepção que espera ter.

A caravana brasileira pode ter os governadores Tarcísio de Freitas, de São Paulo; Romeu Zema, de Minas; Jorginho Mello, de Santa Catarina; Ronaldo Caiado, de Goiás; e Ratinho Júnior, do Paraná.


Bolsonaro também vai levar Michelle, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o advogado e ex-ministro Social Fábio Wajngarten e os filhos Eduardo e Flavio. Outros deputados bolsonaristas podem integrar a excursão.

Espera-se que alguém evite que todos embarquem no mesmo avião. Ninguém imagina uma situação em que Carluxo, que não viaja, venha ser o único herdeiro e de peso do bolsonarismo.


Esconderam

JR Guzzo, o colunista preferido dos fascistas, publica seus textos em Zero Hora, mas o jornal decidiu esconder o colaborador.

Há pelo menos um mês os artigos do sujeito não têm chamada de capa na versão online do jornal, que nunca teve, nem na ditadura, um colunista tão reacionário quanto o jornalista do Estadão.


Tetravô

Está na capa do Estadão há quatro dias o alerta de que a família de Flávio Dino está no poder no Brasil desde o Império e que o tetravô do ministro ajudou Pedro II a combater uma rebelião.

Está lá em destaque a notícia, que já foi manchete do jornal, alertando que uma família poderosa domina o Brasil desde o Império, mas ninguém faz nada.

Depois não sabem por que este é o país da impunidade. O jornalismo remexe arquivos escondidos e descobre que uma família detém o poder no Brasil desde Pedro II, mas a descoberta é tratada com desdém.


A volta do negacionista

Eric Clapton retorna ao Brasil para três shows no ano que vem, em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Quem vai encarar?


Tem cada uma

Essa é de Eliane Cantahêde, também do Estadão:

"Tarcísio nega candidatura, mas lapida a imagem e já mira um partido: o PSD". Imaginem se a imagem não estivesse sendo lapidada.

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sábado, 17 de dezembro de 2022

Não se contentem com a prisão de Sarneyzinho. Por Moisés Mendes

Por Moisés Mendes, em seu blog: A Polícia Federal prendeu Sarneyzinho do Maranhão (foto), que nem no Maranhão sabem direito quem é. Sarneyzinho se chama Antonio José Santos Saraiva e era ligado ao PSDB, do qual foi expulso. Mas o preso não é nada. É do quinto time de fascistas do Estado, da mesma turma que ameaça ministros do Supremo, prometem impedir a posse de Lula e, se possível, até matá-lo.

www.seuguara.com.br/Sarneyzinho/bolsonarista/prisão/Moisés Mendes/

Sarneyzinho é um chinelão entre tantos patriotas que merecem ser presos. Depois dele, muitos outros irão parar na cadeia.

É o que deve ser feito, mas não é tudo. A prisão da chinelagem do bolsonarismo é o que pode ser feito hoje. É o possível e necessário, como medida de contenção.


Mas não basta. Em algum momento, será preciso pegar gente do primeiro time do fascismo. É o que terá de acontecer mais adiante, sob pena de só os manés serem presos.

Pegar os grandões só será possível quando Ministério Público e Judiciário se derem conta de que é possível seguir em frente, e que a tarefa é de todos, e não só de Alexandre de Moraes. 


Pegar os grandões significa testar a capacidade de reação de um sistema de Justiça que se encolheu diante dos justiceiros do lavajatismo e depois se apequenou ainda mais diante da chegada do fascismo ao poder. 

Já estão pegando manés, pegaram Sarneyzinho, pegaram bandidos com fuzis em Santa Catarina, mas ainda não pegaram os grandões. Ainda não dá pra pegar.


Os fascistões, os articuladores e ativistas que estão muito acima dos simples financiadores de acampamentos, do pagamento de banheiros químicos e do churrasco e da cerveja nas aglomerações na frente dos quartéis, esses continuam impunes.

Os fascistões serão pegos nas últimas etapas do cerco aos articuladores do golpe. 

Deverão ser presos, e não só processados.


Deverão ser encarcerados, como foram para o cárcere os fascistas alemães que também tramavam golpes.

Não há como tergiversar e apenas investigar e abrir processos contra os grandes fascistas. Alguns deles, tão ameaçadores quanto Sarneyzinho, terão de ser enjaulados.


Porque assim funciona a Justiça em situações urgentes e extremas. Conter os fascistas é muito mais do que criar a expectativa de quem um dia venham a ser condenados.

É preciso contê-los. O Brasil espera a prisão dos fascistões como obrigação do sistema de Justiça.

O país somente terá a sensação e a certeza de que caminha para a normalidade quando os que ameaçaram o golpe estiverem na cadeia.


Não há como tentar acalmar o país sem a prisão dos líderes das tentativas de golpe. Não se contentem com os Sarneyzinhos. Não tentem convencer o Brasil de que tudo estará resolvido com a prisão de patriotas sem grife.

Peguem o fascistão, o sujeito com poder econômico. Peguem um, dois ou mais fascistões. E eles não são apenas os que estiveram no entorno de Bolsonaro em Brasília.


Os fascistões que incitaram caminhoneiros e manés para o golpe são também grandes empresários que agiram descaradamente contra a eleição, contra o Supremo, contra a Constituição e contra a posse de Lula.

Peguem os fascistões, quando for possível pegá-los, mas peguem.


Imagem: reprodução


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quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Comunismo? A Folha segue a pauta dos fascistas? Por Fernando Brito

Por Fernando Brito*: A Folha fez um recorde em sua pesquisa de opinião e agora cobra que a esquerda discuta o "medo do comunismo", algo que é - e nada além - da estratégia mentirosa e terrorista que a extrema direita levanta no Brasil. Será que não está evidente que isso é apenas uma maneira de iludir tolos e incautos e, por se tratar de algo sem qualquer base na realidade equivale às "fake news" tão soberbamente criticadas pelo jornal?
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terça-feira, 2 de junho de 2020

O que dizem especialistas em Churchill sobre falsa citação feita por filhos de Bolsonaro

A reportagem é de Juliana Gragnani, da BBC News Brasil - Os filhos do presidente Jair Bolsonaro, Flávio e Eduardo, podem até querer que Churchill tenha dito a frase: "os fascistas do futuro chamarão a si mesmos de antifascistas". Mas especialistas que estudam o mais famoso premiê britânico garantem que ele não disse isso, e creem que atribuir a ele é apenas uma maneira de obter credibilidade para as próprias palavras.
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sábado, 6 de abril de 2019

Contos de Carochinha fascistas

Publicado por Ricardo Miranda* - O governo de Jair Messias Bolsonaro quer rivalizar com os irmãos Jacob Grimm e Wilhelm Grimm, papas do Conto de Fadas Infantil. Só quem acredita em Chapeuzinho Vermelho - vermelho, olha a mensagem subliminar! - e o Lobo Mau pode crer que Augusto Pinochet e Alfredo Stroessner, cada um "mito ao seu tempo", foram estadistas de seus países, Chile e Paraguai, e não ditadores sanguinários, partes das penas do Condor que abriu as asas sobre a América do Sul nos terríveis anos de chumbo.
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