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quinta-feira, 2 de junho de 2016

Com aval de Temer, Câmara aprova pauta-bomba de R$ 58 bi em reajustes

Por Débora Álvares, Folha de São Paulo – “Apesar da expectativa de fechar 2016 com um rombo de R$ 170 bilhões nas contas públicas, o governo interino de Michel Temer (PMDB) e sua base na Câmara concordaram com a aprovação de um megapacote de reajuste para o funcionalismo federal –Executivo, Judiciário e Legislativo, além do Ministério Público–, com impacto de ao menos R$ 58 bilhões até 2019.

Represados na gestão de Dilma Rousseff, 15 projetos de lei que estabecem reajuste e benefícios ao funcionalismo foram aprovados entre a noite desta quarta-feira (1º) e o início da madrugada desta quinta-feira (02).

Michel Temer-interino

Depois dos reajustes, os deputados aprovaram em primeiro turno a DRU (Desvinculação de Receitas da União).”

Siga para a matéria completa em:
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/06/1777387-com-aval-de-temer-camara-aprova-pauta-bomba-de-r-58-bi-em-reajustes.shtml

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terça-feira, 31 de maio de 2016

Política: Ministro da Transparência pede demissão do cargo

Da Agência Brasil (*) - "O ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, telefonou no início da noite de hoje (30) ao presidente interino Michel Temer e pediu demissão do cargo. A informação foi confirmada há pouco pelo Palácio do Planalto.

Fabiano Silveira-ministro-demissão

De acordo com a assessoria de imprensa da Presidência, Silveira ainda não se reuniu pessoalmente com Temer. Ele ainda pode entregar uma carta de demissão ao presidente interino, mas Temer não se opôs ao pedido de Silveira. O substituto de Silveira ainda não foi divulgado.

A situação de Fabiano Silveira na pasta ficou fragilizada após virem à tona conversas gravadas em que ele aparece criticando a Operação Lava Jato e dando orientações para a defesa de investigados em esquema de desvios de recursos na Petrobras, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Desde o início do dia, protestos organizados pelos servidores da antiga Controladoria-Geral da União (CGU) foram feitos em Brasília, incluindo um ato em frente ao Planalto e entrega de cargos por parte dos funcionários.

Os funcionários fizeram uma lavagem das escadas em frente à entrada do ministério.

Nota

Em conversas gravadas, reveladas pelo programa Fantástico, da TV Globo, Silveira aparece criticando a Operação Lava Jato e dando orientações para a defesa de investigados em esquema de desvios de recursos na Petrobras. Segundo a reportagem, as gravações foram feitas por pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado no fim de fevereiro, durante um encontro na casa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Funcionário de carreira do Senado, Silveira participou da reunião quando ainda era integrante do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e seria indicado por Calheiros para o cargo. A conversa ocorreu antes de assumir o comando da pasta criada pelo presidente interino Michel Temer para substituir a extinta Controladoria-Geral da União (CGU), órgão que era responsável por investigar e combater a corrupção no governo.

Nos áudios, Machado, Renan, Silveira e Bruno Mendes, advogado do presidente do Senado, discutem a cobertura da mídia e estratégias de defesa envolvendo a Operação Lava Jato.

Em um dos trechos, Silveira diz que a Procuradoria-geral da República (PGR) “está perdida nessa questão”, ao comentar as investigações envolvendo Sérgio Machado no âmbito da Lava Jato.
Em um momento anterior da conversa, Silveira parece orientar Renan Calheiros a não entregar à PGR uma versão de sua defesa para os fatos investigados.

“A única ressalva que eu faria é a seguinte: está entregando já a sua versão pros caras da... PGR, né.  Entendeu? Presidente, porque tem uns detalhes aqui que eles... (inaudível)  Eles não terão condição, mas quando você coloca aqui, eles vão querer rebater os detalhes que colocou. (inaudível)”, diz Silveira nos áudios veiculados pela TV Globo.

Em outra passagem, Renan se demonstra preocupado com uma denúncia de que sua campanha teria recebido R$ 800 mil em propinas ligadas à Transpetro. "Cuidado, Fabiano! Esse negócio do recibo... Isso me preocupa pra c...", afirma o presidente do Senado.

A reportagem da TV Globo disse ter apurado que Silveira serviu como emissário de Calheiros no contato com pessoas ligadas a investigações da Lava Jato.

Por meio de nota enviada hoje (30) à Agência Brasil, Fabiano Silveira disse ter comparecido “de passagem” à residência do presidente do Senado, sem saber da presença de Sérgio Machado, com quem não tem nenhuma relação pessoal ou profissional. Ele negou ter feito qualquer intervenção em órgãos públicos a favor de terceiros. “Chega a ser um despropósito sugerir que o Ministério Público [...] possa sofrer interferências”, diz a nota.

As conversas entre Sérgio Machado e membros da cúpula do PMDB começaram a vir à tona há uma semana, quando o jornal Folha de S. Paulo publicou trechos de áudios em poder da Procuradoria-Geral da República (PGR). O executivo teria gravado as conversas para negociar uma delação premiada, pois temia ser preso na Lava Jato."

(*) Reportagem de Paulo Victor Chagas
Edição: Carolina Pimentel
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domingo, 29 de maio de 2016

Impeachment - Áudios mostram que PMDB, DEM, Solidariedade e PSDB financiaram MBL

Do Jornal do Brasil - Via Geledés - "O Movimento Brasil Livre (MBL), entidade civil criada em 2014 para combater a corrupção e lutar pelo impeachment de Dilma Rousseff, recebeu apoio financeiro de partidos políticos como o PMDB de Michel Temer e Eduardo Cunha, e do Solidariedade, de Paulinho da Força. O suporte vinha em forma de impressão de panfletos, uso de carros de som, entre outros auxílios.



O movimento teria negociado ajuda financeira a caravanas também com a Juventude do PSDB, para custos como lanches e aluguel de ônibus, e teria tido apoio da “máquina partidária” do DEM. As informações são do portal Uol, que divulgou áudios com conversas de integrantes do movimento.

O MBL ganhou projeção nas redes se colocando como um movimento apartidário e sem ligações financeiras com legendas políticas, e também pedia ajuda financeira de seus apoiadores sem ligações com partidos em redes sociais. Atualmente, continua com campanhas de arrecadação, mas se define como “suprapartidário”.

A partir de R$ 30, um novo integrante do MBL pode ter direito a votos. As informaçõesestão disponíveis no website do movimento, que também vende produtos como camisetas com os dizeres “Eu derrotei o PT!”, canecas e miniaturas do chamado “pixuleco”.

De acordo com o Uol, os pedidos de ajuda financeira a partidos teriam ocorrido pelo menos a partir deste ano.



PMDB e os milhares de panfletos de divulgação de atos

O presidente da Juventude do PMDB, Bruno Júlio, informou ao Uol que pediu ao presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Moreira Franco, que custeasse 20 mil panfletos para o MBL divulgar os atos de 13 de março, com a inscrição "Esse impeachment é meu". A assessoria de Moreira Franco negou a informação ao portal de notícias.

O material teria sido pago pelo partido e entregue ao MBL, que distribuiu para as sedes regionais. "O MBL auxiliou na logística, distribuindo os panfletos e colando cartazes, mas a Fundação Ulysses Guimarães pagou porque se tratava de uma campanha nossa, da Juventude do PMDB, que nós encampamos", disse o dirigente da JPMDB.

O lema "Esse impeachment é meu" foi estampado pelo MBL em camisetas, faixas e cartazes, e reforçado em discursos e vídeos das lideranças do movimento.

A assessoria do atual secretário-executivo do PPI (Programa de Parcerias e Investimentos) do governo interino, Moreira Franco, disse, no primeiro momento ao Uol, que ele não se recordava se teria pago ou não pela impressão. Posteriormente, negou que o pagamento tenha ocorrido. Já o MBL respondeu apenas que o PMDB fazia parte da comissão pró-impeachment.

Ajuda das "máquinas" do Solidariedade e do DEM

Renan Antônio Ferreira dos Santos, um dos três coordenadores nacionais do MBL, diz em uma gravação de fevereiro de 2016 a um colega do MBL que tinha fechado com partidos políticos para divulgar os protestos do dia 13 de março, usando as "máquinas deles também". Renan diz que o MBL seria o único grupo que realmente estava "fazendo a diferença" pelo impeachment de Dilma Rousseff.

Renan Santos confirmou a autenticidade do áudio em nota enviada ao portal de notícias. "As manifestações não são do MBL. 13 de Março pertence a todos os brasileiros, e nada mais natural que os partidos de oposição fossem convidados a usar suas redes de divulgação e militância para divulgar a data. Não houve nenhuma ajuda direcionada ao MBL. Pedimos apenas que divulgassem com toda energia possível. Creio que todos o fizeram", informou nota do MBL.

A assessoria de imprensa do Solidariedade confirmou a parceria em nota. "O apoio do Solidariedade ao MBL foi com a convocação da militância para as manifestações do impeachment, carro de som nos eventos e divulgação dos atos em nossas redes."

O DEM informou que atuou em conjunto com o MBL, mas negou ajuda financeira e material. "O Democratas se uniu aos movimentos de rua em favor do impeachment. Não houve nenhum tipo de apoio financeiro, apenas uma união de forças com os movimentos de rua, dentre eles o MBL", disse o partido.

PSDB

Outra gravação feita no dia 5 de maio mostra o secretário de Mobilização da Juventude do PSDB do Rio de Janeiro, Ygor Oliveira, dando detalhes a colegas de partido sobre uma "parceria com o MBL" para financiar uma manifestação, que foi realizada no dia 11 de maio, em Brasília, durante a votação no Senado que resultou no afastamento de Dilma.

Oliveira confirmou ao Uol a autenticidade da mensagem, mas disse que a "parceria" não se concretizou. "Isso foi um rascunho de uma parceria, que acabou não dando certo." Ele também afirmou que não pretende realizar outras iniciativas como esta.

O MBL confirmou a "aproximação ao PSDB" ao portal, mas deu detalhes sobre a tal parceria. Renan Santos, coordenador nacional do movimento e filiado ao PSDB entre 2010 e 2015, disse que "o MBL não criminaliza a política nem os políticos". "A aproximação com as lideranças (políticas) foi fundamental para pavimentar o caminho do impeachment."

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sábado, 28 de maio de 2016

'Para escapar da barbárie e do colapso da política, vai ser necessário ir além'

Por Renato Rovai, em seu blog - "O momento atual é de colapso do sistema político brasileiro. O movimento de  junho de 2013 já havia deixado claro que estávamos num processo muito perigoso, porque de um lado havia uma juventude insatisfeita com as políticas públicas de Estado e do outro se consolidava um movimento de direita com viés fascista, que ao mesmo tempo que pedia menos Estado propagandeava o justiçamento para tudo aquilo que considerava crime.


Nas mesmas ruas de junho esses movimentos, que são duas pontas do espectro político, caminharam muitas vezes juntos defendendo bandeiras absolutamente distintas, mas que tinham algo em comum, o questionamento do atual sistema político e uma crítica forte aos seus representantes.

Por isso a palavra de ordem pelo fim da corrupção foi a que mais aglutinou a todos que em junho marcharam. Mas curiosamente, se bem investigado, uns pediam menos corrupção para ter saúde e educação padrão Copa. E outros para que a carga tributária fosse menor.

Desde junho de 2013, o condomínio político brasileiro teve tempo para debater o significado daqueles recados das ruas e de tentar sair de uma encalacrada anunciada, que era ver ruir tudo de uma vez e de repente ver no chão não apenas partidos e lideranças, mas o alicerce democrático.

É verdade que não se pode imaginar que as soluções para essa crise seriam as mesmas para todos e muito menos que a todos interessava pensar uma solução que protegesse a nossa democracia imperfeita.

Mas ao menos a presidenta Dilma e o PT deveriam ter buscado ouvir mais aqueles recados, não apenas pensando na eleição de 2014, mas olhando para o processo como um todo.

E o fato é que não se fez isso. A presidenta até propôs uma constituinte exclusiva para propor a reforma política que foi bombardeada pela mídia, pelo vice Michel Temer e também pelo seu então ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso. A ideia não fez aniversário de 24 horas.

E foi-se para a eleição de 2014 deixando embaixo do tapete toda aquela insatisfação que pasmou boa parte dos analistas políticos. Ali, a disputa fratricida deu mais combustível a um tipo de comportamento autocrático dos militantes. E o vencer ou vencer passou a ser um mantra. Começava a ficar claro que quem perdesse não iria aceitar a derrota com armas abaixadas.

E aí cresceu a Operação Lava Jato, entrou na cena principal Eduardo Cunha e suas chantagens, aprofundou-se a crise econômica e o país embicou ladeira abaixo, perdendo empregos, tendo que limitar direitos e não conseguindo dialogar com a expectativa de futuro tanto das classes baixas como dos setores médios.

O impeachment de Dilma que é um golpe, também é ao mesmo tempo fruto desta tempestade perfeita que foi produzida tanto por falta de ação quanto por incapacidade política de buscar entender o que acontecia.

A ampliação do discurso e das práticas da barbárie foi se dando neste terreno fértil. Sei que alguns vão achar absurdo este tipo de análise, mas tanto o estupro celebrado e postado em redes sociais por 30 garotos quanto o do ódio e do justiçamento para eles, são as duas faces de uma mesma moeda.
E tem relação com os rumos que tomaram as disputas políticas no Brasil.

Vale lembrar que o germe dessa crise não está apenas em como se lidou com 2013, mas também com a forma como se deu a disputa presidencial de 2010, quando um José Serra apavorado com a derrota no segundo turno, decidiu radicalizar, beijar os compromissos de Malafaia e trazer o tema do aborto para o centro do debate.

Naquele momento, deixou-se de debater questões centrais para os rumos do país e só se passou a falar de aborto e terrorismo. E ali, o PT e Dilma ao invés de enfrentar o debate chamando a cidadania ativa brasileira a não aceitar a chantagem, preferiu recuar na defesa de temas importantes e que poderiam dar força a um avanço civilizatório no país preferiu se render ao beijo a bispo e pastores.

Mesmo com a derrota de Serra, aquele recuo foi fundamental para ampliar a força desses segmentos que hoje clamam por pena de morte e castração de estupradores. E que ao mesmo tempo justificam o estupro dividindo a responsabilidade do ato com as vítimas, que usam, por exemplo, roupas curtas.

Ali produziu-se o ovo da serpente que fez com que parte de junho de 2013 fosse de direita e extrema direita. Porque, ao contrário do que alguns imaginam, quando o movimento começou as páginas desses grupos no Facebook já eram imensas e maiores do que as dos setores progressistas. Quem quiser ter mais mais informações sobre isso dever ler a dissertação de mestrado da Adriana Delorenzo.

O estupro da menina de 16 anos da Zona Oeste do Rio de Janeiro, infelizmente, não é um caso isolado. Muitas outras meninas são vitimas dessas festas macabras e em muitos casos, depois são assassinadas.

Esses eventos apontam para uma deterioração total dos valores. E, evidentemente, por mais que se queira fazer de conta que não, a qualidade da mídia brasileira tem muito a ver com isso. Mas o aspecto central é que o colapso da política enquanto um arranjo para construir maiorias e buscar saídas institucionais é o que está abrindo espaço para Bolsonaros e suas teses que nos levarão à barbarie.

E por isso não há solução possível com Temer, que já nasceu com a tatuagem de golpista e com prazo de validade vencido. Por exemplo, sua solução de menos Estado não nos ajudará a ultrapassar este momento, muito pelo contrário.

Temer é um puxadinho de péssima qualidade. Além de ser fruto de um Congresso medonho e que é uma das partes relevantes da crise atual. Com esse Congresso não se vai até a esquina, até porque quase todo ele é fruto do jogo político mais mesquinho e corrupto.

Num momento tão duro e onde mesmo a volta de Dilma Rousseff não traz alento para além da proteção das regras democráticas, o que, diga-se, não é pouco, talvez seja o caso de se buscar nos temas transversais um pacto anti-barbárie. E ao mesmo tempo dialogar sobre como sair desse arcabouço político institucional e caminhar para um outro, onde amplie-se a participação cidadã e crie-se instrumentos de diálogos para além da representação parlamentar e o Executivo.

É fato que com Temer na presidência isso não se realizará. Mas começar a pensar nisso urgentemente é fundamental. Ainda vamos viver momentos muito complicados, mas se alguns setores conseguirem olhar e oferecer saídas para o depois de amanhã, há uma pequena chance de se sair melhor deste processo do que se pode imaginar hoje.

E isso não será feito sem a participação de alguns fiadores do pacto político vigente. Por mais absurdo que possa parecer, neste momento entre os construtores dessa ponte para o futuro, que não tem a ver com um programa político ou com acordos de como gestar o Estado, mas com uma construção de um novo arranjo democrático, terão de estar Lula e FHC. Não só eles. E de maneira alguma só eles. Mas também eles."

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quarta-feira, 25 de maio de 2016

Curtas & Boas

Governo Temer: o plano ocultoPor Alessandra Cardoso, em Outras Palavras : Enquanto olhávamos atônitos e reagíamos à primeira ação de desmonte do Estado Democrático de Direito materializada pela Medida Provisória (MP) 726, deixamos passar despercebida uma segunda MP, a 727, publicada no mesmo 12/5 em edição extra do Diário Oficial da União, criando o Programa de Parcerias de Investimentos – PPI.



Se a MP 726, da reforma ministerial, concretizou a intenção dos articuladores do golpe de extirpar da estrutura de governo representações e interesses de minorias (e só secundariamente cortar despesas), a MP 727, por sua vez, materializa o que há de mais estratégico e ideológico no projeto político-econômico que está por trás do golpe.

É ela que “garantirá”, caso o golpe chegue ao final, o sonho de consumo dos neoliberais outrora acanhados e agora completamente excitados com a retomada do Estado que lhes interessa, que é aquele que abre caminhos para seus lucros, rebaixa seus custos sociais e trabalhistas, ignora condicionantes ambientais e sociais, e confere a ordem para que seu progresso se faça.
É esta a essência da MP 727:

1) Retoma-se o processo de desestatização da economia conduzido por Fernando Henrique Cardoso, entregando para a iniciativa privada as empresas estatais que interessarem ao capital privado.

Está clara, no texto da MP 727, a recepção integral da Lei  N° 9.494 de 1997, que instituiu o Programa Nacional de Desestatização. A Lei de 1997, que garantiu a privatização criminosa da Companhia Vale do Rio Doce, Eletropaulo e Telebrás, por exemplo, assumiu como propósito principal “reordenar a posição estratégica do Estado na economia, transferindo à iniciativa privada atividades indevidamente exploradas pelo setor público”. Depois de ficar por 13 anos sem uso, durante os governos do PT, ela foi reencarnada no novo corpo: o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).


Significa, na prática, que poderão ser objeto de desestatização todas as empresas, inclusive instituições financeiras – controladas direta ou indiretamente pela União e as estaduais –, serviços públicos objetos de concessão, permissão ou autorização. Ou seja, deverão ser privatizadas prioritariamente aquelas já cobiçadas pelos investidores, nacionais e internacionais: Petrobrás, Caixa Econômica, Eletrobrás…

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Gastos com Previdência, saúde e educação devem ter crescimento zero 

“Com a criação de um teto para o crescimento dos gastos públicos, o governo quer reduzir a zero o aumento das despesas em termos reais (acima da inflação). Isso inclui os gastos obrigatórios com saúde, educação e Previdência, que terão as regras atuais de crescimento revistas.

"As despesas obrigatórias com saúde e educação (...), dentro da compatibilização com este teto, deverão ter a sua vinculação mudada", disse o ministro Henrique Meirelles (Fazenda). "As despesas com educação e saúde passam a evoluir de acordo com as regras do teto, isto é, crescendo de acordo com a inflação".
Segundo disse o ministro, a reforma da Previdência terá como objetivo compatibilizar ao teto as atuais regras de correção dos benefícios previdenciários e a sua vinculação ao salário mínimo.
Já os gastos com saúde e educação serão tratados na emenda constitucional que o governo elabora e deverá entregar ao Congresso em duas semanas.”

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Temer nomeia para Secretaria das Mulheres ex-deputada envolvida em fraudes no Ministério do Turismo 


- A ex-deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP) vai assumir a Secretaria das Mulheres, subordinada ao Ministério da Justiça. O nome dela foi indicado ao interino Michel Temer pela bancada feminina na Câmara dos Deputados e ele aceitou a sugestão sem pestanejar.

Fátima obedece ao padrão Temer: é ficha sujíssima. Em 2011, o Globo deu algumas matérias sobre ela:



A deputada Fátima Lúcia Pelaes (PMDB-AP), acusada de se beneficiar de fraudes no Ministério do Turismo, teve um aumento de 125% em seu patrimônio entre 2006 e 2010. A inflação do período foi de 20,6%. Os dados constam das declarações de bens apresentadas à Justiça Eleitoral. Segundo depoimentos de três detidos pela Polícia Federal na Operação Voucher, ela teria recebido parte do dinheiro desviado para projetos no Amapá.

INQUÉRITO: Tribunal manda soltar 16 presos na Operação Voucher

DESVIO DE VERBAS:Provas contra deputada serão enviadas ao STJ

MUDANÇAS: Vice-presidente do PT do Amapá também acusa Fátima Pelaes

Na última eleição que disputou, em 2010, Fátima informou ter patrimônio de R$ 323.364,33. Seu principal bem é uma casa, num terreno de 720 metros no bairro Jardim Equatorial, em Macapá, avaliada, em sua declaração de bens, em R$ 195.476. A parlamentar declarou possuir três carros: um Vectra de ano não informado, avaliado em R$ 55 mil, um Fiat Stilo 2007, avaliado em R$ 33.490,53, e uma picape Ford Courrier 2006, avaliada em R$ 35.699,04. A deputada também tinha, em 2010, R$ 3.070,94 numa conta corrente no Banco do Brasil, R$ 537,47 na Caixa Econômica Federal e R$ 90,35 em caderneta de poupança do Banco do Brasil.

Quatro anos antes, quando se elegeu para o quarto mandato de deputada, informara ter patrimônio de R$ 143.245,87. O principal bem era a mesma casa de Macapá, então declarada por R$ 105.476. Ela tinha naquele ano um Uno Mille 2004, avaliado em R$ 12.999,69, e um Ford Fiesta 2004, avaliado em R$ 24.770,18.

VIA

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Rovai: JN negociou com Temer repercussão do áudio de Jucá 


Jornal GGN – De acordo com o jornalista Renato Rovai, diretores da Globo realizaram uma reunião de emergência para definir como o Jornal Nacional trataria o diálogo entre Romero Jucá e Sérgio Machado. “Durante o dia a Globo foi cobrindo o tema de uma maneira bem menos explosiva do que, por exemplo, o áudio vazado do ex-senador Delcídio.



Ou do grampo ilegal da conversa entre Lula e Dilma. Só ao final da tarde, quando a solução do afastamento de Jucá já havia sido negociada por Temer é que se decidiu por fazer um Jornal Nacional onde o caso teria destaque relevante. E que se liberou os âncoras e comentaristas da GloboNews para que pudessem tratar de forma mais intensa do assunto”. 

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Taí o que você queria: Temer e Jucá fazem o Brasil ser um sucesso na imprensa mundial



Cerra vai responder a todos esses bolivarianos!

Via Conversa Afiada em 24/6/2016

The New York Times, EUA: Governo interino do Brasil sob fogo por causa de vazamento de grampo
The Guardian, Inglaterra: Credibilidade do Governo interino foi para o saco com a divulgação de complô para derrubar Presidenta
The Independent, Inglaterra: Apanhado conspirando contra Dilma homem de confiança de Temer cai fora
Deutsche Welle, Alemanha: A primeira grande bomba do governo Temer
Le Monde, França: Ministro renuncia ligado a Temer renuncia sob a acusação de conspirar para depor Dilma

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‘Tese do golpe é alucinação e conto da carochinha’: a Globo pode economizar 50 anos e pedir desculpas já. 

A Globo não tem que esperar mais 50 anos para se desculpar pelo seu papel no golpe.
Pode pedir desculpas agora.

Não é um jornal: é uma vergonha

Veja o que um editorial seu afirmou pouco antes que Jucá descrevesse involuntariamente, em detalhes, a traa sinistra que derrubou Dilma.

O título era: “A farsa do ‘golpe’ construída pelo lulopetismo’. (Lulopetismo é uma típica expressão dos direitistas fanáticos. É o equivalente ao ‘comunismo leninismo’ dos anos 60.)
“Acreditar no conto da carochinha do ‘golpe’ é aceitar a participação do STF numa operação para defenestrar Dilma. Só numa alucinação.”

Ora, ora, ora: alucinação.

Isto quer dizer, então, que Romero Jucá, um dos líderes do golpe, teve uma alucinação ao citar, na já histórica conversa gravada com um investigado na Lava Jato, os contatos com integrantes do Supremo.

Gilmar Mendes, para ficar num caso, jamais se prestaria a debater o golpe com os golpistas. Foi alucinaçãocoletiva a visão infame da foto em que Gilmar aparecia com Serra no curso do golpe.
Também foi alucinação coletiva uma declaração do superlativo conservador Celso Mello destacada pela Globo: “Dilma comete um gravíssimo equívoco ao tratar impeachment como golpe.”

Ora, ora, ora: gravíssimo.

Quem cometia um gravíssimo equívoco, eminente juiz: Dilma ou vossa excelência?
Tudo isso – o editorial do Globo, a afirmação terminante de Mello – apanhei no Twitter de Romero Jucá. É divertido, sob muitos aspectos, ver como os golpistas se comportaram nos últimos meses.
Jucá escreveu coisas assim:
  • “A presidente Dilma está apelando para um enredo já ultrapassado. Falar em golpe é o que falou o Collor há muitos anos.”
  • “Dilma mancha imagem do Brasil com tese do golpe.”
  • “O Eduardo Cunha não é o PMDB. Ele é um quadro e vai ser investigado. Não somos contra a Lava Jato. Nós apoiamos a Lava Jato.”
  • “Se o PMDB assumir o governo, apoiará e cobrará rapidez na investigação e no julgamento da Operação Lava Jato.”
Aqui, no item 4, a frase foi extraída de uma entrevista foi concedida a um dos jornalistas mais envolvidos no golpe, Josias de Souza, do uol, aquele blogueiro que em pleno 2016 copia o texto da Veja da década de 80.

No Twitter de Jucá, você tem a reconstrução da narrativa falsa, indecente, criminosa do golpe de acordo com os golpistas.

Há uma completa manipulação e inversão dos fatos. Dilma, como escreveu Jucá, é quem teria manchado a reputação do Brasil no exterior – e não ele mesmo e seus comparsas na conspiração plutocrata.

Mas nada se compara, neste capítulo, ao que a Globo fez neste tempo todo para iludir os brasileiros, suprimir 54 milhões de votos e chacinar a democracia.

Os Marinhos e, acrescente-se, seus servos – os jornalistas que se prestaram a um papel indescritivelmente sujo. Há aí uma diferença sobre 1964: lá, o golpe na Globo foi obra de Roberto Marinho. Agora, foi um trabalho coletivo de patrões e empregados como Merval, Sardenberg, Míriam Leitão, Kamel, Waack e por aí vai.

Todos estes golpistas da Globo, a começar pelos três irmãos Marinhos, estarão mortos daqui a 50 anos.

É bom que eles se desculpem agora, portanto.

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Mais do Jucagate: Dilma recusou acordão para melar Lava Jato e se proteger, e a Lula

O repórter Rubem  Valente revelou há pouco outros trechos da gravação do diálogo entre Romero Jucá e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, e o conteúdo é devastador.
Discute-se, abertamente, um “acordão” que estaria sendo oferecido a Dilma Rousseff: licenciar-se da Presidência, entregando o poder a Temer e, em troca, seria garantida proteção a ela (e a Lula) proteção contra Sérgio Moro.



É óbvio que Dilma recusou a mutreta.

E, então, seu “castigo” foi o afastamento do cargo.

Outra “cagada geral” – segundo Jucá – foi o fato de Dilma e o PT não terem tomado a defesa de Delcídio do Amaral, quando este foi gravado armando um relaxamento da prisão de Nestor Cerveró para, depois, facilitar-lhe a fuga para o exterior.

Jucá e Machado disseram que, apesar de pego em flagrante, Delcídio deveria ser protegif]do da prisão por ter dito que já tinha conversado com ministros do Supremo.

O mesmo que disse, aliás, Jucá, que não precisou sequer ser protegido.

Porque o Supremo não se fez de rogado, quando o seu detrator é do lado golpista.


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Faltava um delegado da Lava Jato reclamar do vazamento do áudio de Jucá. Não falta mais.



O coordenador da força tarefa da Lava Jato, Igor Romário de Paula, se queixou do vazamento das conversas entre Romero Jucá e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado.

Foi durante a coletiva da 30ª fase da operação (deve chegar a quê até 2018? 487 fases?), chamada de “Vício”. “O que nos preocupa somente é que isso venha a público dessa forma, sem que uma apuração efetiva tenha sido feita antes”, lamentou.

Igor aproveitou para elogiar a escolha de Alexandre de Moraes, o espancador de estudantes de São Paulo e ex-advogado de Eduardo Cunha, para o Ministério da Justiça.

“Foi super positivo para o trabalho”, falou. “Está todo mundo trabalhando com mais tranquilidade”.
Espera um pouco.

Chegamos a um ponto em que ninguém disfarça mais nada. O STF não se pronuncia ao ter seus ministros classificados como conspiradores por um ministro, o PSDB finge que não é com ele, Sergio Moro olha para o lado, Jucá e Cunha estão soltos.

Faltava que um delegado de um esquema que, nos últimos dois anos, vazou de tudo, naturalmente para o mesmo lado, se manifestasse.

Quando os grampos de Lula e Dilma ganharam o mundo, Moro pediu “escusas” ao Supremo porque “podia ter se equivocado” ao dar-lhes publicidade. Fim de papo.

O único cuidado que se deu ao que vazou nesses últimos tempos era que atingisse o governo Dilma. Nunca houve, como requer agora Igor de Paula, “apuração efetiva” de nada. Pau na máquina.

A declaração de Igor é uma admissão de que, se for para vazar, tem que vazar direito, ou seja, contra os suspeitos de sempre. Em março, numa entrevista à Veja em que foi tratado como super heroi, ele foi bem mais comedido e relaxado: “Obviamente, nunca se tem garantia absoluta contra vazamentos”.

Ninguém, contudo, pode acusá-lo de isenção. Igor é um dos federais que foram pilhados, no final de 2014, fazendo campanha no Facebook para Aécio Neves.

“Esse é o cara!!!!”, escreveu em outubro daquele ano sob uma montagem com fotos de Aécio com várias mulheres. De acordo com o Estadão, também compartilhou um link da Economist que defendia o voto no tucano e participava de uma comunidade cujo símbolo era uma caricatura de Dilma dentuça coberta por uma faixa vermelha na qual se lia “Fora PT!”.

O Código de Ética da PF proíbe “divulgar manifestação política ou ideológica conflitante com as funções”. Ao invés de um pedido de desculpas, sua reação foi processar o Google e o Facebook por causa das críticas que recebeu nas redes.

Delegado da Lava Jato

Igor quer saber quem está por trás dos perfis “Polícia Federal em crise” e “Delegado Pinga Fogo”. Como as empresas já avisaram não vão liberar os nomes, ele conta com a bondade de um vazador amigo.

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STF homologa delação de Sérgio Machado 

- O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), homologou na noite desta terça-feira a delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Com a homologação, a delação passa a ter valor jurídico. A partir daí, ela resultará em novos inquéritos abertos pela Procuradoria-Geral da República (PGR)



Para poupar filho, Sérgio Machado aceitou fazer delação premiada

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Diplomata americana fala de encontros com Jucá 


- Em 2009, o atual ministro do Planejamento Romero Jucá (PMDB-RR) admitiu, durante conversa com Lisa Kubiske, conselheira da embaixada dos EUA em Brasília, que embora seu partido houvesse fechado aliança com o PT para a disputa das eleições presidenciais de 2010, preferia o nome do senador Aécio Neves (PSDB-MG) ao da então ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff, já cotada como candidata petista.



As informações constam em arquivo revelado pela plataforma Wikileaks em novembro de 2010. Enviado em 10 de setembro daquele ano a Hillary Clinton, secretária de Estado norte-americana à época, o documento, classificado como confidencial, é intitulado “Aliança de Lula com o PMDB: mais problemas do que ganhos?” e trata, como sugere o nome, das articulações entre a legenda e o ex-presidente.

QUER LER A MATÉRIA COMPLETA CLIQUE AQUI::

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Temer convoca ator pornô Alexandre Frota para “phoder” a Educação


- O ator de filmes pornográficos, Alexandre Frota, após o golpe de Estado, é o novo homem forte no Ministério da Educação (MEC). Ele foi alçado à condição de um dos principais conselheiros do presidente interino Michel Temer (PMDB) para a área educacional.



A visita do ator pornô se deu 24 horas depois que Temer e o ministro interino da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciarem que vão reduzir os recursos da Educação. Ou seja, literalmente, utilizando o novo linguajar da moda, o governo golpista pretende “phoder” os profissionais do magistério e a sociedade brasileira.

“Não estou parado hoje agora no Mec Ministério da Educação onde o Ministro nos recebeu para uma pauta colocada por nós .Brasília fervendo,com o Ministro Mendonça Filho”, postou Frota em seus perfis nas redes sociais.

“Estive com o Ministro da Educação hoje, e pude colocar algumas idéias para ajudar um país que eu… O ministro Mendonça Filho vai estudar todas nossas propostas, e tenho certeza que iremos ajudar…”, revelou o novo estrategista do MEC.

Pensando bem, Mercadante era melhor no MEC. Ou não?

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domingo, 22 de maio de 2016

Política: ‘Um Estado para chamar de seu: a farsa da “herança maldita” e o álibi para gastar (consigo)’

Por Romulus, no GGN - "Segue abaixo análise extremamente sensata apontando todas as malandragens do gabinete do golpe - que chamo de “golpinete” - em seu pronunciamento acerca da revisão do déficit orçamentário. É um álibi mal-ajambrado para não fazer ajuste de verdade – ou pelo menos limitá-lo às vítimas preferenciais do “golpinete” no orçamento: o andar de baixo.


Os ataques à fatia do orçamento que beneficia os pobres é uma perfumaria no ajuste fiscal necessário – conquanto fétida e vil. Assim, a malandragem do déficit inflado é na verdade o álibi do dos donos do poder – a velha direita patrimonialista – para gastar à vontade com o que realmente quer gastar. Ou com o que precisa gastar para manter-se no poder.

Essa direita patrimonialista e fisiológica está encastelada no PMDB e em outros partidos exclusivamente parlamentares. Trata-se de partidos de direita, mas que não tem nada de liberais. Adoram Estado gordo: desde que para si. Além dessa pauta básica, não têm ideologia ou programa e se dedicam exclusivamente a fazer bancadas no Congresso. Assim, podem garrotear quem quer que ganhe a eleição presidencial. Já com as bancadas grandes no Parlamento, conseguem extrair do orçamento o que quer que queiram (ou precisem).

Mais uma distorção do sistema político brasileiro.

E essa a direita patrimonial mama na teta sozinha?

Não.

Tiram leite para outros também, mesmo que a contragosto. Pagam pedágio em leite para aqueles que podem ameaçar tirar a teta de suas boca. Como no esquema da máfia, “compram a sua proteção”, capisce?

Assim se explicam “entendimentos” da direita patrimonialista com corporações públicas, como MPF, PF e Judiciário, e também com os Estados para a renegociação de suas dívidas com a União. No contexto dessas pressões, legítimas e ilegítimas, há uma diferença substantiva em relação ao governo Dilma: agora os Estados e as corporações é que têm a faca no pescoço da União, tomada de assalto pelo presidente golpista e seu “golpinete”.

Caso não cedam às pressões, os assaltantes do poder serão sumariamente apeados dele pelas bancadas no Congresso dos chantagistas ou pela ação moralista de ocasião das corporações. Difícil? De forma nenhuma. A operação golpe está aí para mostrar como se faz. Aliás, agora é ainda mais fácil, já que os chantagistas já adquiriram o know-how.

Ui!

- Percebem como ter um governo ilegítimo e fraco sairá caro para a sociedade?

- Percebem também quem pagará o famoso – e plagiado – pato nesse quadro?

Pois é.

Já percebi e os analistas estrangeiros também, como se depreende dos artigos indicados pelo comentarista ao final do seu comentário abaixo.

Concluo constatando a ironia histórica que vivemos:

Empreenderam um golpe de Estado na presidente legítima usando como álibi irresponsabilidade fiscal. Pois o presidente ilegítimo que empreendeu esse golpe praticará irresponsabilidade muito maior. Nem que seja apenas para pagar pelo tal golpe.

- Não é fascinante a política no Brasil?

- Não é fascinante como a direita liberal, moderna e cosmopolita, viajada e estudada, considera-se malandra mas vira e mexe é instrumentalizada pela velha direita patrimonial de província para seus fins políticos?

- Um beijo, Monica de Bolle. Estamos sentindo saudades dos seus vídeos!

- Miriam Leitão, um beijo para você também. Por que não escreve uma coluna fazendo uma resenha de "Os Donos do Poder", de Raimundo Faoro? Recomendo a leitura! Será ótima aquisição para essa sua biblioteca aí.

A desconsiderar o naco dos pobres no orçamento, devidamente castigado, a direita liberal não ganhará nada com o golpe que apoiou. Muito pelo contrário, como vemos agora. Tomará isso sim uma dedada no... olho da direita patrimonialista com o aumento do déficit.

Bem, isso a direita liberal verdadeira, a de convicção, bem entendido (Monica de Bolle?). Porque a direita liberal de araque – majoritária – a direita rentista que vive da bolsa-juros do orçamento público, essa vai ganhar no caos que seguirá com o aumento dos juros.

- Já viram esse filme antes?

Eu também.

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Atualização (22/5):

>> Meu amigo Ciro avisou ainda na noite do dia 20. No dia 21 até a imprensa familiar teve que dar: vimos matérias repetindo essas ideias na Folha e no Estadão.

>> Ainda no sábado o governo legítimo - o governo em exílio dentro do próprio país - faz um pronunciamento. O twitter oficial da Presidente Dilma publica um link (aqui) para nota bastante elaborada - e dura - do Ministro da Fazenda legítimo, Nelson Barbosa, embasando com dados e números a seguinte conclusão:

"Na verdade, o realismo fiscal e a mudança de foco do ajuste fiscal para a reforma fiscal já estão em prática desde o início desse ano. A diferença, agora, é que a equipe econômica decidiu rebaixar excessivamente as expectativas sobre o resultado fiscal para que, de hoje em diante, a adoção de qualquer medida que melhore as finanças públicas, mesmo aquelas já propostas pelo governo no final de 2015 e início de 2016, sejam retratadas como “novidades” ou “avanços” por parte do governo interino. Independentemente da retórica política que se adote, uma análise imparcial dos números apresentados ontem indica que a meta fiscal se transformou num piso fiscal, uma espécie de “cheque especial” de até R$ 170,5 bilhões que permite uma redução substancial de receitas e um aumento também substancial de despesas, e que dificilmente deixará de ser cumprido."

>> E antes, no mesmo dia, o amigo Ciro volta à carga, escancarando o jogo de cena do gabinete do golpe e indicando para os (amigos) liberais - já devidamente passados para trás por seus sócios no golpe - a verdadeira raiz do problema:

Deficit recorde e orçamento

Agora o governo temer manda um orçamento com um déficit "inflado" realisticamente.  Inflado porque reflete não a atualidade, mas a mais pessimista expectativa de futuro.  Reflete por exemplo a renegociação da divida dos estados (coisa ainda não feita).  Reflete também a não entrada da CPMF.  Reflete a frustração da expectativa de receita com repatriação de recursos. 

Isso se por um lado é louvável pelo realismo beirando o pessimismo, é condenável pelo inativismo.  Esse orçamento com "teto" de déficit de 170 bilhões é um orçamento feito sob medida para não se cair nos decretos suplementares que agora são passíveis de impeachment se não está se cumprindo a meta.  Faz-se uma meta com larga folga, então se permite.  Um dos primeiros frutos da insegurança jurídica que esse impeachment já criou (e também, a título de justiça como reação aos orçamentos polianescos do Mantega).  Agora todos os orçamentos tem de ser feitos com base no pior cenário, sob risco de impeachment do presidente que manda tal orçamento.

Isso também permite ao governo Temer jogar para a governo anterior a responsabilidade por algumas coisas que, embora politicamente inevitáveis, não foram ainda realizadas, como por exemplo a renegociação da divida dos estados.  Ela vai acontecer, independente de quem esteja no governo.  Agora, a responsabilidade pelo déficit oriundo dessa renegociação vai para o governo Dilma. 

O problema é que politicamente, o TETO de gasto sempre será o piso dos gastos.  A ideia de que, após mandar esse orçamento brutalmente realista, o congresso irá ainda assim se comprometer com consolidação fiscal, especialmente com o lado da receita, é wishfull thinking.  Esse congresso não é responsável fiscalmente.  Se fosse não teria torpedeado sistematicamente o ajuste de Levy.  Isso também terá efeito sobre as agências de risco.  O governo está, ao mandar tal orçamento, basicamente jogando o ajuste nas mãos do congresso.  Quando o governo anterior tentou fazer algo parecido, foi torpedeado de todos os lados.

Aliado a isso, a contratada queda da inflação está demorando a ocorrer.  Indicadores provisórios de maio já denotam uma certa aceleração.  A queda dos juros (e seu impacto sobre o déficit) vai ser mais lenta do que esperada anteriormente, ou seja, não haverá alivio na conta dos juros.

Cenário nada alvissareiro para o futuro. Investidores internacionais já se deram conta que a "mudança de regime" estava sobreprecificada.  Por mais que se pese que realmente há fatores internacionais nas quedas de bolsa e subidas do dólar nos últimos dias, há também o fator de realismo da real circunstância política-economica versus o otimismo grande demais que estava imperando nos mercados antes do afastamento da presidenta.

Matérias com analisas estrangeiros:

http://www.forbes.com/sites/kenrapoza/2016/05/20/brazils-new-govt-hamstr...
http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,o-tamanho-do-rombo,1000005...
http://www.wsj.com/articles/brazils-revised-2016-budget-plan-projects-wo...

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"Deve-se lembrar que quando Levy e Barbosa tentaram fazer o mesmo (mandando um orçamento "real") para o congresso foram destruídos pela imprensa e pelo mercado dizendo que tinham jogado a toalha do ajuste.  Aí mandam um orçamento ficticio contando com uma CPMF que já se sabia que não ia passar, entre outras coisas. Acho que meus amigos liberais (que respeito muito) ainda não perceberam que independente da qualidade da equipe econômica, quem manda nesse governo é a Câmara dos deputados.   E quem manda na camara dos deputados é o blocão que já estava mandando no governo Dilma.  E responsabilidade (seja fiscal, seja política, seja com o país) não é o forte desse pessoal. Eu queria ser otimista.  Mas infelizmente não posso ser."

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Ao comentário original de Ciro d’Araújo, feito ao post “O xadrez da era da eficiência de Temer”, de Luis Nassif.

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Barbosa rebate números apresentados por Meirelles

Do Congresso em Foco – “Ex-ministro da Fazenda da presidente afastada Dilma Rousseff diz que nova equipe econômica não considerou as previsões de arrecadação ao anunciar nova meta fiscal. Nelson Barbosa garante que estas medidas anunciadas já estavam sendo praticadas por ele”.
O ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa criticou o anuncio da meta fiscal anunciada ontem pelo governo, com previsão de déficit de R$ 170,5 bilhões, por exagerar a queda na arrecadação tributária e não considerar as previsões de receitas com novos tributos em análise pelo Congresso. Ele classificou de pessimistas as previsões da nova equipe econômica sobre o comportamento da economia. Em nota divulgada neste sábado (21), ele escreveu que o seu sucessor Henrique Meirelles anunciou a mesma politica fiscal adotada desde março por ele com ideia nova.


“A “novidade” da proposta atual consiste, portanto, em reduzir a meta fiscal desse ano em mais R$ 53,9 bilhões, sendo R$ 25,9 bilhões decorrentes da redução adicional de projeção de receita líquida e R$ 28 bilhões do aumento da projeção de despesas obrigatórias, em grande parte, decorrente da não incorporação de medidas em tramitação no congresso nacional” diz a nota. Barbosa ironizou e chamou de antigos os números apresentados pela equipe econômica, e que não há novidade além do que já havia sido previsto, calculado e negociado pelo governo com o Congresso, como a PEC da CPMF e o PL 4495/16, e projetos que alteram a concessão de benefícios assistenciais, como pensões e seguro-desemprego.

Último a ocupar o cargo até o afastamento da presidente Dilma Rousseff, há pouco mais de uma semana, Barbosa chamou de falácia o anúncio de Meirelles e do ministro do Planejamento, Romero Jucá: “Independentemente da retórica política que se adote, uma análise imparcial dos números apresentados ontem indica que a meta fiscal se transformou num piso fiscal, uma espécie de “cheque especial” de até R$ 170,5 bilhões que permite uma redução substancial de receitas e um aumento também substancial de despesas, e que dificilmente deixará de ser cumprido”.

Barbosa também acusou Meirelles e Jucá, nova equipe econômica do presidente interino Michel Temer, de se apoderar de medidas e politicas já adotadas desde março para anunciar agora como novidade. “O que é curioso no momento atual é a mudança súbita de interpretação política sobre a mesma estratégia fiscal apresentada no início desse ano”.

E acrescenta: “Diante dessa mudança, não causa surpresa que a atual equipe econômica tenha que relançar a mesma proposta fiscal apresentada em março como uma “novidade”, como uma nova era de “realismo fiscal”. E conclui: “Na verdade, o realismo fiscal e a mudança de foco do ajuste fiscal para a reforma fiscal já estão em prática desde o início desse ano”.

A proposta de revisão da meta fiscal enviada pelo governo ao Congresso em março previa um déficit primário de R$ 96,6 bilhões. Agora, com o desaquecimento da economia e a consequente queda na arrecadação, a nova equipe econômica também recalculou a arrecadação com valores bem abaixo dos de janeiro ou fevereiro.

E alertou : “A elevação substancial da previsão do déficit primário previsto para 2016, sem a apresentação de medidas para reduzi-lo, acabou por transformar a meta fiscal em um ‘piso fiscal’. Na prática, como dito pelo Ministro do Planejamento na entrevista coletiva, a meta de déficit de R$ 170,5 bilhões constitui um valor máximo para o déficit primário, ou seja, um valor capaz de acomodar os cenários mais pessimistas de frustração de receita e aumento de despesas”.


Leia a íntegra da nota do ex-ministro Nelson Barbosa


SOBRE A REVISÃO DA META FISCAL

Por Nelson Barbosa

A equipe econômica, ao definir a nova meta de resultado primário para 2016, manteve, na sua essência, a estratégia de política fiscal anunciada no início do ano e encaminhada ao Congresso Nacional por meio do PLN 01/16.

De forma idêntica ao anunciado em março, o governo em exercício novamente solicitou ao Congresso espaço para acomodar frustrações de receita, pagar investimentos e manter ações emergenciais. As estimativas e parâmetros que fundamentaram a decisão foram novamente atualizadas pelas equipes técnicas do Tesouro Nacional, Receita Federal e Secretaria de Orçamento.

O valor dos recursos a serem descontingenciados na proposta do governo provisório é o mesmo apresentado em março: R$ 21,2 bilhões. Também é igual o valor destinado ao PAC (R$ 9 bilhões), à Defesa (R$ 3,5 bilhões), à Saúde (R$ 3,0 bilhões) e às transferências da Lei Kandir (R$ 1,95 bilhão).
A apropriação da proposta do PLN01/16 pelo governo interino evidencia a necessidade de flexibilização da meta de resultado primário no curto prazo para que se mantenham os investimentos públicos, as despesas essenciais do governo e a acomodação das frustrações de receitas que têm se mostrado crescentes em função da queda do nível de atividade econômica.

Em relação a proposta anunciada em março, as principais modificações da proposta anunciada na sexta, 20 de maio, estão concentradas em três pontos:

1) A revisão dos parâmetros macroeconômicos, que afetou as projeções de receitas e despesas, faz parte dos trabalhos normais de revisão da programação fiscal realizado periodicamente pelas equipes técnicas dos ministérios da Fazenda e do Planejamento. Cabe ressaltar que foi mantida a estratégia adotada, desde o final de 2014, de basear as projeções do governo em parâmetros de mercado. Nesse ponto não houve, portanto, nem mais nem menos realismo por parte do governo provisório.

2) A decisão de retirar das estimativas de receita e despesa valores relacionados a projetos em tramitação no Congresso Nacional, como a PEC da CPMF e o PL 4495/16, que aperfeiçoa o pagamento de precatórios por parte da União, ou medidas administrativas que poderiam ser implementadas imediatamente pelo governo, como a melhoria de gestão na Previdência e na concessão de benefícios assistenciais de prestação continuada.

3) A decisão de incluir um teto para os passivos contingentes decorrentes da renegociação das dívidas dos estados. Na proposta apresentada em março, a iniciativa já constava como uma das possibilidades de redução da meta fiscal, mas não tinha sido fixado um valor máximo para o impacto fiscal dessa renegociação devido à incerteza política e econômica de tal processo.

Com base nos fatos acima, a nova proposta de redução da meta fiscal dá continuidade à estratégia de flexibilização da política fiscal anunciada pelo governo no início desse ano, por ocasião da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, em janeiro, iniciada com a abertura do orçamento, em fevereiro, e formalizada através do envio do PLN01/16, ao Congresso Nacional, em março.

Porém, a elevação substancial da previsão do déficit primário previsto para 2016, sem a apresentação de medidas para reduzi-lo, acabou por transformar a meta fiscal em um “piso fiscal”. Na prática, como dito pelo Ministro do Planejamento na entrevista coletiva, a meta de déficit de R$ 170,5 bilhões constitui um valor máximo para o déficit primário, ou seja, um valor capaz de acomodar os cenários mais pessimistas de frustração de receita e aumento de despesas.

Para facilitar a comparação entre as duas propostas de redução da meta, a tabela 1 apresenta um resumo dos principais números apresentados em março e maio.

Com base na tabela 1 a nova meta de déficit de R$ 170,5 bilhões corresponde a uma redução da R$ 196,5 bilhões em relação à meta vigente, que é de um superávit de R$ 24,0 bilhões.

A redução de R$ 196,5 bilhões da meta fiscal anunciada na sexta-feira, 20, pelo governo provisório contempla os R$ 120,7 bilhões já incluídos na proposta de redução da meta apresentada em março.

Sobre a redução adicional de R$ 73,8 bilhões, cabe ressaltar que a proposta apresentada em março também incluía a possibilidade de redução da meta por passivos contingentes decorrente da renegociação das dívidas estaduais, mas sem especificar um valor. Na proposta anunciada ontem isso foi incorporado, mas com a definição de um teto de R$ 19,9 bilhões.

A “novidade” da proposta atual consiste, portanto, em reduzir a meta fiscal desse ano em mais R$ 53,9 bilhões, sendo R$ 25,9 bilhões decorrentes da redução adicional de projeção de receita líquida e R$ 28 bilhões do aumento da projeção de despesas obrigatórias, em grande parte, decorrente da não incorporação de medidas em tramitação no congresso nacional.

Em contraste com os R$ 170,5 bilhões de piso para o déficit primário da União anunciados pelo governo interino, a média das expectativas de mercado, levantadas pelo Ministério da Fazenda, aponta para um déficit de R$ 104 bilhões nesse ano. Esse valor é compatível com a proposta de redução da meta apresentada ainda em março, acrescida do impacto da renegociação das dívidas estaduais.
Independentemente das diferenças de projeções e avaliações sobre o cenário fiscal de 2016, é significativa a opção do governo por seguir a estratégia fiscal anunciada no início desse ano, qual seja: combinar a flexibilização da política fiscal no curto prazo com reformas fiscais de longo prazo que diminuam o crescimento do gasto obrigatório da União.

As propostas de março foram apresentadas e encaminhadas ao Congresso Nacional por meio do PLN01/16 e PLP257/16, de forma transparente e realista, com base nos parâmetros macroeconômicos estimados à época – cabe ressaltar que realizados com a mesma qualidade e rigor técnico inerente às equipes que permanecem no comando das principais secretarias do Ministério da Fazenda e do Planejamento.

Apesar de urgente, o debate sobre a mudança da meta fiscal foi bloqueado ao longo dos primeiros meses de 2016 pela crise política, que não permitiu, sequer, a instalação da Comissão Mista de Orçamento pelo Congresso.

Neste momento tudo indica que parlamentares que antes se posicionavam contra qualquer revisão da meta fiscal e de projetos importantes para a gestão fiscal irão abrir mão dos debates e audiências públicas para aprovar a mudança da meta em tempo recorde.

A aprovação da mudança da meta fiscal é necessária e urgente para evitar o contingenciamento total das despesas discricionárias da União, que nada ajudaria a economia brasileira nesse momento de redução da atividade econômica e acabaria por prejudicar a prestação de serviços públicos essenciais à população.

O que é curioso no momento atual é a mudança súbita de interpretação política sobre a mesma estratégia fiscal apresentada no início desse ano. Diante dessa mudança, não causa surpresa que a atual equipe econômica tenha que relançar a mesma proposta fiscal apresentada em março como uma “novidade”, como uma nova era de “realismo fiscal”.

Na verdade, o realismo fiscal e a mudança de foco do ajuste fiscal para a reforma fiscal já estão em prática desde o início desse ano.

A diferença, agora, é que a equipe econômica decidiu rebaixar excessivamente as expectativas sobre o resultado fiscal para que, de hoje em diante, a adoção de qualquer medida que melhore as finanças públicas, mesmo aquelas já propostas pelo governo no final de 2015 e início de 2016, sejam retratadas como “novidades” ou “avanços” por parte do governo interino.

Independentemente da retórica política que se adote, uma análise imparcial dos números apresentados ontem indica que a meta fiscal se transformou num piso fiscal, uma espécie de “cheque especial” de até R$ 170,5 bilhões que permite uma redução substancial de receitas e um aumento também substancial de despesas, e que dificilmente deixará de ser cumprido.


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sábado, 21 de maio de 2016

Laerte Rimoli é empossado presidente da EBC; jornalista é ligado a Cunha e PSDB

No Portal Imprensa - "O jornalista Laerte Rimoli é o novo presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Ele foi nomeado nesta sexta-feira (20/5) por Michel Temer (PMDB) e assumiu o lugar antes ocupado por Ricardo Melo, exonerado do cargo mesmo tendo um mandato de quatro anos ainda por cumprir.

Laerte Rimoli-EBC
Segundo a coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, a diferença entre o perfil dos dois comunicadores é notável. Rimoli já ocupou cargos públicos e ligados a partidos políticos, como assessor de imprensa do Ministério da Comunicação durante o governo de Fernando Henrique Cardoso e coordenador de campanha de Aécio Neves (PSDB) durante a última corrida presidencial.

Em dezembro de 2015, aceitou o convite de Eduardo Cunha (PMDB) e assumiu o cargo de diretor de comunicação da Câmara dos Deputados. Além disso, o novo comandante da EBC coleciona publicações contra Dilma e Lula em redes sociais, como “Dilma não tem vergonha de ser ridícula” e “Xô PT. Xô Dilma. Xô Lula”. Ela apagou a conta no Twitter após ser indicado para comandar a empresa estatal.

Melo fez carreira na iniciativa privada, em empresas como Bandeirantes, Globo, SBT e Folha de S.Paulo. O jornalista entrou com mandato de segurança para reverter a decisão de Temer, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) ainda não analisou o caso.

Em nota, a nova gestão da EBC diz que “assume com o compromisso de exercer uma administração essencialmente jornalística para bem informar o cidadão”.

O Diário Oficial que anunciou o novo presidente da empresa também trouxe a nomeação da jornalista Christiane Samarco para a diretoria-geral. Luiz Antônio Ferreira, atual assessor da diretoria de serviços, assume a pasta de administração e finanças.

Na posse, Rimoli diz que assume para devolver a EBC para a sociedade. “Nós vamos devolver esta empresa para a sociedade brasileira e vamos fazer o básico, que é jornalismo. Jornalismo como nós todos conhecemos, arroz com feijão. A empresa não pode servir a outros propósitos que não seja o propósito da informação”, disse."

VIA

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sexta-feira, 20 de maio de 2016

Política: Sete polêmicas em sete dias de governo Temer

DW/Brasil, em 19/05/2016 - "Uma semana após a posse, o governo interino de Michel Temer colecionou elogios pela escolha da equipe econômica e pelas primeiras medidas tomadas nessa área. Em outros setores, no entanto, vem sofrendo críticas, muitas delas resultado de declarações dos próprios membros do gabinete. Em poucos dias, vários deles se viram forçados a recuar. Nesse período, Temer também enfrentou seus primeiros protestos e um “panelaço”.



Veja abaixo sete episódios de tensão que o novo governo enfrentou na última semana:

Montagem do novo ministério

O novo ministério passou longe dos planos iniciais de Temer, que havia anunciando um time de “notáveis” para chefiar as pastas. No final, ele acabou cedendo à pressão dos partidos e indicou políticos para a maioria delas, mostrando que a disputa por espaço que vigorou no governo Dilma deve continuar sob Temer.

Houve uma enxurrada de críticas pela falta de negros e mulheres entre os novos ministros. Também sobraram reclamações sobre a ficha de alguns novos ministros – nove deles foram citados na Lava Jato. A própria montagem revelou um processo caótico de escolha. Uma série de nomes cogitados foi vazada para a imprensa, mas diante das repercussões, o governo voltou atrás nas escolhas.

Cunha e baixo clero da Câmara impõem investigado

Temer teve que se render a escolha do deputado André Moura (PSC-SE) como líder do governo na Câmara. Não bastasse a ficha do deputado, que é investigado por tentativa de homicídio e envolvimento na Lava Jato, a indicação revelou que o presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), continua a comandar o jogo político entre os deputados. Moura é um aliado de Cunha e está entre os membros da tropa de choque que tentam salvar o seu mandato.

Além de Cunha, sua indicação foi apoiada por diversos partidos do chamado “Centrão” e centenas de deputados do baixo clero da Câmara. Vários deles já começam a entrar em choque com o governo pela indicação de cargos e mais verbas. A indicação de Moura acabou irritando partidos que faziam oposição ao governo Dilma, como o DEM e o PSDB, que acusaram Temer de se submeter à pressão de Cunha.

Demissões, cortes e protestos

Para abrir espaço para acomodar os aliados, Temer promoveu demissões em massa em vários órgãos do governo. Algumas delas causaram barulho, como a do presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Ricardo Melo, que ocorreu sem aprovação do conselho da empresa. Seu mandato previa que ele ficasse no cargo até maio de 2020. Houve protestos de funcionários e Melo afirma que considera entrar na Justiça para recuperar o cargo.

Servidores da antiga Controladoria-Geral da União também ficaram insatisfeitos com as mudanças e ameaçam entrar em greve se elas não forem revertidas. A CGU, que era ligada diretamente à Presidência, foi extinta e passou a ser o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle.

Recuo do ministro da Saúde

O novo ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR), um deputado sem experiência na área, disse ao jornal Folha de S.Paulo que quanto mais pessoas puderem ter planos de saúde, maior será o alívio do governo para manter o Sistema Único de Saúde (SUS). Barros também afirmou que a capacidade financeira para suprir garantias constitucionais como a saúde “não são suficientes”.

Várias associações médicas repudiaram as declarações e acusaram o novo governo de planejar a redução do sistema. Horas depois, diante da repercussão negativa, Barros disse que o SUS não será alterado. No mesmo dia, uma reportagem apontou que a campanha de Barros em 2014 recebeu 100 mil reais do presidente de uma das maiores operadores de planos de saúde do país.

Tensão com a extinção do Ministério da Cultura

Temer extinguiu o Ministério da Cultura (Minc) e determinou que suas atribuições fossem incorporadas ao Ministério da Educação (MEC), pasta que passou a ser chefiada por um político do DEM. A medida revoltou vários membros da classe artística. Manifestantes tomaram prédios públicos em dez capitais. Diante da repercussão, o governo considerou permitir que a pasta seguisse separadamente. Depois, recuou do recuo e decidiu mesmo incorporar o Minc como uma secretária vinculada ao MEC.

Também houve dificuldades em nomear um chefe para a nova secretaria. O presidente interino queria uma mulher, mas diante de uma série de recusas, acabou escolhendo o secretário de Cultura municipal do Rio de Janeiro, Marcelo Calero. Por fim, o ministro da Educação, Mendonça Filho, disse que pretende trabalhar para ampliar o orçamento da Cultura em 2017.

Recuo do ministro da Justiça

O novo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou em entrevista que a escolha do procurador-geral da República não deve seguir necessariamente a lista tríplice elaborada por votação entre membros do Ministério Público.

A declaração repercutiu mal entre procuradores. Desde o início das administrações petistas, em 2003, a escolha do procurador-geral tem sido feita com base na lista. Horas mais tarde, Moraes foi desautorizado pelo próprio Temer. A assessoria do presidente interino declarou que ele pretende manter a escolha pela lista. O próprio Moraes admitiu depois que não havia conversado sobre o tema com o presidente.

Descompasso sobre a recriação da CPMF

Na semana passada, o novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deixou em aberto a questão da recriação da CPMF, afirmando que “caso necessário” o governo trabalharia para instituir um novo tributo como forma de equilibrar as contas públicas. Três dias depois, o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, uma das pontes de Temer com o Congresso, disse ser contra a volta do tributo, afirmando que “esse não é o momento”. Logo depois, foi a vez de Meirelles recuar e afirmar que a discussão sobre o assunto é “prematura”.
 
Deutsche Welle
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segunda-feira, 16 de maio de 2016

Política: Geddel pede apoio de Lula ao Governo Temer

Bahia 247 - "Responsável pela articulação política do governo Michel Temer, Geddel Vieira Lima, ministro da Secretaria de Governo, admitiu que deverá procurar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ajudar o governo a tirar o País da crise política e econômica; "Não tenho nenhuma dificuldades de dialogo com ele e tenho certeza de que, passado esse momento de emoção, o Lula, na condição de ex-presidente, haverá de dar sua contribuição para o distensionamento", afirmou Geddel; "Não creio que alguém que presidiu o País possa querer que o Brasil afunde ainda mais nesta crise econômica".

Imagem: reprodução/www.erasooquefaltava.net
O responsável pela articulação política do governo Michel Temer, Geddel Vieira Lima, ministro da Secretaria de Governo, admitiu que deverá procurar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ajudar o governo a tirar o País da crise política e econômica. Mesmo o PMDB sendo um dos principais agentes de desestabilização do governo da presidente Dilma Rousseff.

"Tenho apreço, muito carinho e respeito pelo ex-presidente Lula. Tivemos divergências nem tanto por conta dele, mas pela a falta de habilidade e aptidão da presidente Dilma. Portanto, não tenho nenhuma dificuldades de dialogo com ele e tenho certeza de que, passado esse momento de emoção, o Lula, na condição de ex-presidente, haverá de dar sua contribuição para o distensionamento. Não creio que alguém que presidiu o País possa querer que o Brasil afunde ainda mais nesta crise econômica", disse Geddel, em entrevista ao Estado de S. Paulo neste domingo, 15.

O articulador do governo interino disse esperar uma trégua dos movimentos sociais. "Temos a expectativa de que a sociedade compreenda que é preciso de um tempo mínimo para se organizar e começar a dar as respostas. Mas estamos prontos e preparados para o desafio que vem pela frente", afirmou. 

E garantiu que o governo Temer não "venderá ilusões". "Não vamos vender ilusões. Vamos apresentar propostas concretas e buscar a adesão. E trabalhar para que dê certo. Sabemos das dificuldades, mas o que nós vamos fazer é exatamente não vender ilusão. Vamos apresentar metas, projetos exequíveis e que sejam cumpridos. O que o mercado, o povo brasileiro e o mundo quer é um País previsível, com segurança jurídica, que desperte o apetite do investidor. E tendo um ministro da Fazenda com a capacidade do Meirelles acredito que vai dar certo", afirmou. 

Leia na íntegra a entrevista de Geddel Vieira Lima."
 
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domingo, 15 de maio de 2016

Política - Temer extingue CGU e nomeia ministério de notáveis suspeitos

Por Redação do Correio do Brasil – de Brasília e São Paulo – "Entre os ministros escolhidos por Temer para o primeiro escalão, a Lei da “Ficha Limpa” não é a maior das preocupações, a começar pelo próprio chefe do Executivo" – "Com apenas uma assinatura, uma das primeiras desta sexta-feira, primeiro dia útil do governo imposto, o presidente de facto, Michel Temer, extinguiu a Controladoria Geral da União (CGU), instância de governo responsável por combater a corrupção no funcionalismo público. A CGU foi criada em 2001, no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC). Para o lugar da Controladoria, o governo definido por um processo, em julgamento no Senado, criou o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle, sob a chefia de Fabiano Silveira, ex-conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Suspeitos-ficha limpa-Temer
Entre os ministros escolhidos para o primeiro escalão, a Lei da ‘Ficha Limpa’ não é a maior das preocupações, a começar pelo próprio chefe do Executivo, investigado na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. O partido de Temer, de acordo com pesquisa do TSE em 2015, é o segundo mais corrupto do país, atrás apenas do PSDB.

Pouco antes de assumir o Palácio do Planalto, Temer foi condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, em segunda instância — o que o torna inelegível por oito anos —, por doações de valores em dinheiro para campanhas, em 2014, acima do limite legal — fato que, por si só, torna o político “ficha suja”. Temer também foi citado na delação do ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), delator na Lava Jato, em março, porém, Rodrigo Janot não pediu a abertura de inquérito para investigação ao Supremo Tribunal Federal. Na outra ponta, os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ao lado da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) tiveram seus nomes citados em processo criminal, por suspeitas semelhantes.

Temer também é alvo de outras investigações no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato na Corte Suprema, “Eduardo Cunha cobrou Leo Pinheiro (dono da construtora da OAS) por ter pago, de uma vez, para Michel Temer a quantia de R$ 5 milhões, tendo adiado os compromissos com a ‘turma’.”

Entre os ministros indicados por Temer, há também investigados na Lava Jato, que passam agora a ter foro privilegiado. O senador Romero Jucá (PMDB-RR), ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, é investigado STF pelas operações Lava Jato e à Zelotes. A suspeita, além de desvio de dinheiro da Petrobras, é de corrupção passiva e formação de quadrilha.

Jucá e outros integrantes do PMDB também foram apontados por Delcídio em crimes de desvios de dinheiro nas obras da Hidrelétrica de Belo Monte. Novas investigações já foram solicitadas por Rodrigo Janot, titular da Procuradoria Geral da União (PGR).

“Os reais impactos das transformações deste governo provisório apenas poderão ser avaliados com o tempo, mas para quem está atento à atuação do agora presidente interino, é possível afirmar que tais medidas não visam apenas à economia dos gastos. As escolhas de Temer estão focadas no conservadorismo, com uma equipe conhecida pela reputação de combate às lutas sociais”, afirma Francine Oliveira, redatora e mestre em Teoria Literária, em uma rede social.

Oliveira acrescenta que “entre os interesses do atual presidente estão o incentivo às parcerias público-privadas, o que agrada a empresários e investidores. No entanto, não foram descartados aumento das taxas de juros e a volta da CPMF. A garantia da manutenção de programas sociais, por sua vez, não significa que as regras dos mesmos não poderão ser mudadas – isso pode envolver mudança dos critérios e até mesmo corte nos valores dos benefícios ou no número de beneficiados. Outro temor da população é referente a uma reforma previdenciária”.

“A extinção do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos deve ser observada com especial atenção, pois a visibilidade dessas causas sairá bastante prejudicada, uma vez que passam a integrar a pasta de Justiça e Cidadania, chefiada por um advogado contrário à concessão de direitos às minorias – alguns deles conquistados a duras penas e que podem se tornar negligenciados” acrescentou.
 
Notáveis suspeitos
 
Sem nomear ainda o segundo escalão, mesmo naquele que foi ministério e agora é a secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, o governo de Michel Temer resumiu a lista do seu ministério a uma sequencia de notáveis suspeitos. Levantamento publicado nesta sexta-feira, pela Frente Brasil Popular (FBP), aponta a série de processos em andamento contra o primeiro escalão da equipe Temer:
 
Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil
• Citado no escândalo dos Precatórios, o então ministro dos Transportes Eliseu Padilha (1997-2001), durante o governo FHC, segue como réu em ações que tramitam no STF.

Gilberto Kassab, ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
• Denunciado pelo Ministério Público pelo desvio de, no mínimo, R$ 200 milhões da Secretaria de Finanças de São Paulo quando prefeito, Kassab (PSD) também é réu em processo por improbidade administrativa, acusado de repasse de recursos públicos sem licitação e sem interesse público. Os recursos seriam destinados ao patrocínio das lutas de UFC Brasil 2013. O valor inicial do patrocínio era de R$ 2,5 milhões e depois foi reduzido para R$ 700 mil, segundo o Ministério Público de São Paulo.

Raul Jungmann, ministro da Defesa
* Acusado pela PGR de participar de um esquema de desvio de recursos públicos para pagamento de contratos de publicidade no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Em virtude do término do mandato de Raul Jungmann como deputado federal, em 2010, o ministro do STF Luiz Fux determinou a baixa dos autos da investigação por supostas fraudes à lei de licitações contra o ex-parlamentar para o Juízo da 12ª Vara Federal do Distrito Federal. A ação segue em aberto.

Romero Jucá, Planejamento, Desenvolvimento e Gestão
• Está na lista da Procuradoria Geral na Lava Jato e na Zelotes, acusado de ser um dos beneficiários do esquema de desvios de recursos na Petrobrás e na Receita Federal.

Geddel Vieira Lima, ministro-chefe da Secretaria de Governo
• É investigado por desvio de função e uso de influência política para atuar em favor de interesses da construtora OAS em bancos públicos, na Secretaria de Aviação Civil e junto à prefeitura de Salvador.
Sérgio Etchegoyen, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional.

• Filho do general Leo Guedes Etchegoyen, foi citado na Comissão da Verdade por graves violações aos diretos humanos durante a ditadura militar.

Bruno Araújo, ministro das Cidades
• Líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Araújo teve o nome citado na planilha de pagamentos do ‘departamento de propina’ da empreiteira Odebrecht e figura como mais um dos investigados na Operação Lava Jato.

Blairo Maggi, ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
• O senador Blairo Maggi está no centro de uma investigação federal sobre desvios de recursos públicos em Mato Grosso.

Henrique Meirelles, ministro da Fazenda
• Foi acusado, de evasão de divisas e crime contra o sistema financeiro, de acordo com o relatório do senador tucano Antero Paes de Barros (PSDB-MT), de crimes de evasão de divisas e crime contra o sistema financeiro no escândalo do Banestado.

José Mendonça Bezerra Filho, ministro da Educação e Cultura
• Quatro diretores da construtora Camargo Corrêa e outras seis pessoas citam uma contribuição de R$ 100 mil de uma empresa do grupo ao ex-governador de Pernambuco. Mendonça Filho também aparece na Operação Castelo de Areia, suspeito de ter recebido R$ 100 mil da empreiteira Camargo Correia. Ele admitiu ter recebido mais, R$ 300 mil, mas dentro da lei – o mesmo que alega o tesoureiro do PT.

Osmar Terra, ministro do Desenvolvimento Social e Agrário
• O Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul apontou irregularidades nas gestões de Terra na Secretaria de Saúde e em uma prefeitura. Foi condenado ao pagamento de multa.

Leonardo Picciani, ministro do Esporte
• Seguiu os passos do pai entrando para a política, elegendo-se deputado federal, mas acabou descobrindo sua vocação familiar para fazer negócios. Em 2000 declarou no Imposto de Renda R$ 365.624,60, e agora, com o aumento de participação na Agrobilara, seu patrimônio deu um salto para R$ 9.885.603,00.

Ricardo Barros, ministro da Saúde
• É citado em inquérito que investiga orientação dada por ele para direcionar uma licitação de publicidade da prefeitura de Maringá.

José Sarney Filho, ministro do Meio Ambiente
• É um dos investigados pelo Ministério Público por usar passagens áreas para voar com a mulher e o filho para o exterior.

Henrique Alves, ministro do Turismo
• Na série de mensagens trocadas entre Eduardo Cunha e o ex-presidente da construtora OAS Léo Pinheiro, de 2012 a 2014, o deputado aparece, em várias ocasiões, pedindo ao empreiteiro repasse de dinheiro para o atual ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves. É investigado na Operação Lava Jato.

José Serra, ministro das Relações Exteriores
• Está presente em 20 páginas de certidão emitidas por crimes eleitorais e responde a três processos ativos por corrupção.

Ronaldo Nogueira de Oliveira, ministro do Trabalho
• É julgado por irregularidades na gestão da Câmara de Carazinho (RS) em processos no Tribunal de Contas do Estado.

Alexandre de Moraes, ministro da Justiça e Cidadania
• Secretário de Segurança do Estado de São Paulo, que deveria combater o crime organizado, é citado em inquéritos que investigam o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Mauricio Quintella, ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil
• Denunciado por ter solicitado ao empreiteiros a quantia de R$ 120 mil, dividida em três parcelas, para praticar ato de ofício consistente na apresentação de emenda parlamentar à Medida Provisória 266/2005 para financiar projeto de interesse da empresa Gautama. É investigado na PGR."
 
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terça-feira, 3 de maio de 2016

Política: ‘Sete inúteis e dois brigando pelo governo’

Por Fernando Brito, em seu blog - "Serve-me de mote, quase de plágio, o post da criadérrima cobra Dácio Malta, referência para uma geração de jornalistas cariocas, onde ele alinhava a folha corrida dos Temer Men que aparecem aí na foto. Faltam dois: Henrique Meirelles e José Serra, que serão assunto para o final.

Mas vamos à descrição de Dácio: curta e grossa.

Os homens de Temer da esquerda para direita.



Moreira Franco – A ultima eleição que concorreu foi para prefeito de Niterói. Chegou a ir para o segundo turno, mas por motivos até hoje nebulosos renunciou a candidatura. Depois disso não foi candidato nem ao menos a deputado federal. Não tinha votos.

Henrique Alves – Sete vezes deputado federal concorreu ao governo do Rio Grande do Norte, com o prestígio de ser presidente da Câmara. Dono da afiliada da TV Globo teve, graças a coligação que formou, todo o tempo do mundo na TV: mais de 90%. Perdeu a
eleição para um candidato do PSD.


Romero Jucá – Senador serviu a todos os governos. Foi Sarney, foi Collor, foi Itamar, foi Fernando Henrique, foi Lula, foi Dilma e será Temer. Em 2019 apoiará o governo a ser eleito. Seja ele qual for.

Eduardo Cunha – Esse todos conhecem.

Eliseu Padilha – Outro sem voto. Não se elegeu nem ao menos deputado federal em seu Estado, o Rio Grande do Sul, onde é conhecido como Eliseu Quadrilha.

Geddel Vieira Lima – Outro derrotado. É da Bahia e também sem mandato.

Não tendo o que fazer, esses senhores são os animadores do golpe.
Michel Temer, outro sem voto, é o instrumento para que o Sindicato dos Ladrões chegue ao poder.
Se vencerem, terão pouco mais de dois anos para enriquecerem ainda mais.
Por isso a pressa.

O que vai sair daí? Uma nova política? O império da decência? Austeridade, moralidade, pureza?
Francamente, nem bebendo dá para acreditar por um instante.

É o ministério dos  inúteis, dos fracassados, dos que tem como resultado de sua carreira política nada mais que sua própria carreira.

Não produziram nada de bom para alguém senão para eles próprios.

Mas restam os dois indigitados: Meirelles e Serra.

A estratégia de Meirelles para obter alívio rápido da inflação chama-se câmbio. Ele está convencido – e com alguma razão, que os preços internos voltaram a ter o dólar como referência e vai trabalhar para a baixa da cotação ou a sua estabilidade, no curto prazo.

Meirelles trabalhará pela estabilidade;  já Serra trabalhará  por uma “janela de oportunidade” que possa atrair rapidamente capitais para o Brasil e isso implica em uma situação de maior fraqueza do real com, portanto, efeitos inflacionários.

Serra não será um chanceler geopolítico, mas financeiro.

Estes sãos os homens que importam no governo Temer.

Os outros, inclusive o próprio presidente-usurpador, serão meros figurantes."

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domingo, 1 de maio de 2016

Política - ‘Tudo por um vice envolvido na Lava Jato?’

Por Bresser Pereira - De seu Facebook - "Que loucura! O Brasil perdeu o rumo. Em nome do Combate à Corrupção, estamos trocando um presidente sobre o qual não há qualquer processo, por um vice-presidente envolvido sob diversas maneiras na Operação Lava Jato.
Em nome do Direito, estamos trocando um presidente que fez “pedaladas”, por um vice-presidente que também as fez.


Em nome da Economia, estamos trocando um ministro da Fazenda competente, Nelson Barbosa, que está buscando retomar o investimento público e impedir a revalorização do real para enfrentar a recessão, por um ministro, Henrique Meirelles, cuja única proposta é a “austeridade fiscal”, e que, enquanto no Banco Central, durante governo Lula, recebeu de FHC, em janeiro de 2003, uma taxa de câmbio de R$ 7,30 reais por dólar (a preços de hoje) e a entregou a Dilma, em janeiro de 2001, a R$ 2,20 por dólar, quando a taxa de câmbio competitiva, de equilíbrio industrial, gira em torno de R$ 3,90 por dólar – por um novo ministro que foi, portanto, o principal responsável por tirar competitividade das boas empresas industriais brasileiras, e, assim, causar a desindustrialização brutal e o baixo crescimento do país .

Em nome da Hegemonia de capitalistas rentistas e financistas, estamos trocando um presidente que tudo fez pelo acordo de classes, mas fracassou, por um presidente que provavelmente chegará ao poder dentro de duas semanas porque foi apoiado por grupos de direita envolvidos na luta de classes.

O novo ministro e o novo presidente “devolverão a confiança aos empresários”, nos dizem os defensores desse impeachment em marcha. Na verdade, graças ao câmbio competitivo, a confiança já está retornando, e a economia já está começando a se recuperar. É para isso que está trabalhando o ministro Nelson Barbosa, procurando aumentar o investimento público e tentando impedir a revalorização do real. Mas com a notícia de que Meirelles deverá ser o ministro da Fazenda, o real já voltou a se valorizar, e a recuperação durará mais, não menos tempo.

Aécio Neves, Eduardo Cunha e Michel Temer, PSDB e PMDB, a direita e a classe média tradicional venceram. Paralisaram o Brasil, desestabilizaram a democracia, tornaram o país sujeito a crises políticas sempre que a popularidade do presidente da República cair, trocaram o acordo pela luta de classes, mas satisfizeram seu desejo de poder. 
Que desastre, que loucura, que irresponsabilidade!"

VIA
 
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