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sábado, 23 de agosto de 2025

Juca Kfouri manda Folha "abrir os olhos" diante do golpe de Bolsonaro

DCM: Em artigo publicado na última sexta-feira (22) na Folha de S.Paulo, o jornalista Juca Kfouri mandou o jornal "abri os olhos" diante do golpe do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Juca fez um alerta contra a normalização do golpismo bolsonarista e a forma como a imprensa - em especial a Folha - tem tratado os movimentos da extrema-direita no Brasil: 

www.seuguara.com.br/Juca Kfouri/Folha/golpe/Bolsonaro/

Os mesmos terroristas que quase levaram aos céus, em vez de aviões, o aeroporto de Brasília, e continuaram suas ações no dia 8 de janeiro, estão hoje na Câmara dos Deputados, na tentativa de golpear a democracia brasileira. (...)


Agora os porta-vozes da aventura são tipos inconversáveis, verdadeiros ogros do PL bolsonarista, como o violento Paulo Bilynskyj, o histérico Marcelo van Hattem, a mãe desnaturada Júlia Zanatta e o "patriota" Eduardo Bolsonaro, guiado pelo neto do derradeiro ditador, o fujão Paulo Figueiredo - entre outras figuras tão pequenas como Bia Kicis, a defensora da liberdade de imprensa que processou mais de uma dezena de jornalistas. (...) 

www.seuguara.com.br/Juca Kfouri/Folha/artigo/

Tratar com tons de normalidade o processo em curso é, de duas, uma: ou se fazer de avestruz ou colaborar para mais uma interrupção do processo democrático duramente conquistado como fez esta Folha ao apoiar o golpe seis décadas atrás - para depois se engajar corajosamente na campanha das "Diretas Já". (...)


Não há isenção possível entre Winston Churchil e Adolf Hitler. Ou entre Ilan Pappe e Binyamin Netganyahu.

Durante anos esta Folha adotou o lema "Um jornal a serviço do Brasil". (...) 

Então, trabalhar na Folha era motivo de orgulho mesmo quando, a FOLHA sendo FOLHA, tropeçava aqui e ali.

Hoje não está bem assim. (...)


Como são injustos, ingratos e oportunistas os que cobram de Lula o diálogo com quem nos ameaça e chantageia ao ignorar o ensinamento de Millôr Fernandes: "Quem se curva diante dos opressores mostra o traseiro para os oprimidos".

Abre os olhos, Folha!

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sábado, 16 de agosto de 2025

Política: Motta envia pedido de cassação de Eduardo Bolsonaro ao Conselho de Ética

Por Lucas Pordeus Léon, repórter da Agência Brasil: O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), enviou ao Conselho de Ética, nesta sexta-feira (15), 20 pedidos para abertura de processos por quebra de decoro parlamentar contra 11 deputados, incluindo quatro representações que solicitam a cassação do mandato do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

www.seuguara.com.br/Eduardo Bolsonaro/pedido de cassação/conselho de ética/

No mesmo despacho, Motta enviou representações contra outros 10 deputados por quebra de decoro parlamentar: André Janones (Avante-MG); Gustavo Gayer (PL-GO); Lindbergh Farias (PT-RJ); Gilvan da Federal (PL-ES); delegado Éder Mauro (PL-PA); Guilherme Boulos (PSOL-SP); José Medeiros (PL-MT); Sargento Fahur (PSD-PR); Kim Kataguiri (União-SP) e Célia Xakriabá (PSOL-MG).


Eduardo Bolsonaro

Filho do ex-presidenteJair Bolsonaro, Eduardo é investigado por obstrução à Justiça e coação no curso de processo judicial no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF). O parlamentar se licenciou do cargo e foi para os Estados Unidos, de onde passou a defender sanções contra a economia brasileira e autoridades do país.


O filho do ex-presidente é denunciado por atentar contra a soberania do país ao articular "sanções ao Brasil", em três representações do PT e uma do PSOL.

"O representado, em total dissintonia com a realidade, atentando contra os interesses nacionais, patrocina, em Estado estrangeiro, retaliações contra o seu próprio país e também contra um dos integrantes do Supremo Tribunal Federal", diz a representação do PT. 


O PT sustenta que as ações do parlamentar são articuladas para "coagir, intimidar ou retaliar membros do Poder Judiciário brasileiro, em especial o relator da ação penal contra Jair Bolsonaro e do inquérito da tentativa de golpe de Estado em curso no STF, o ministro Alexandre de Moraes.

Eduardo Bolsonaro, no entanto, alega que é "perseguido político". Ele afirma que a taxação comercial imposta pelos Estados Unidos contra a economia do Brasil só será revista com “anistia geral e irrestrita” a todos os condenados pela tentativa de golpe de Estado para anular as eleições presidenciais de 2022.


Motim

A pauta da anistia foi uma das reivindicações da oposição durante o motim de parlamentares na primeira semana de agosto, quando deputados impediram os trabalhos legislativos.

Em entrevista à GloboNews nesta quinta-feira (14), o presidente da Câmara, Hugo Motta, informou que não irá ceder à chantagem de pautar o projeto enquanto não houver maioria do colégio de líderes para votar o tema.

Segundo Motta, não é razoável anistiar quem planejou matar pessoas.

"Não há ambiente na Casa para uma anistia ampla, geral e irrestrita", afirmou.


O pai de Eduardo Bolsonaro, o ex-presidente Jair Bolsonaro, é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de liderar uma tentativa de golpe de Estado ao pressionar comandantes militares para anular a eleição presidencial de 2022.

Nas investigações, a Polícia Federal (PF) encontrou planos para matar e prender autoridades do país. Os acusados negam e o STF marcou o julgamento contra o ex-presidente para o dia 2 de setembro.

Edição: Fernando Fraga

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domingo, 10 de agosto de 2025

Hugo Motta pede afastamento de 15 deputados envolvidos em motim que paralisou Congresso

O presidente da Câmara dso Deputados, Hugo Motta, encaminhou à Corregedoria pedidos para o afastamento d temporário de até seis meses de 14 deputados  envolvidos no motim que paralisou as atividades do Congresso nesta semana. Após a análise da Corregedoria, o caso seguirá para o Conselho de Ética. 

www.seuguara.com.br/Hugo Motta/Câmara dos deputados/

Entre os bolsonaristas que ocuparam a Mesa Diretora para impedir a retomada dos trabalhos legislativos estão Nikolas Ferreira (PL-MG), Marcos Pollon (PL-SP), Paulo Bilynskyj (PL-SP), Zé Trovão (PL-SP), Júlia Zanatta (PL-RS) e Marcel Van Hatten (NOVO-RS). As ações que motivaram os pedidos de afastamento variam desde o uso da própria filha como escudo, no caso de Zanatta, até a obstrução física da retomada dos trabalhos e agressão ao jornalista Guga Noblat, por Bilynskyj. 


Além dos deputados que tentaram paralisar as pautas nacionais em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, está a deputada Camila Jara )PT-MS), acusada de empurrar o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) durante o tumulto. Camila Jara nega a agressão, afirmando que houve apenas um empurra-empurra.

A deputada Fernanda Melchionna (PSOL) criticou a inclusão de Jara na lista, classificando a decisão como uma "falsa simetria". Segundo ela, não se pode comparar a confusão envolvendo Nikolas Ferreira com o ataque orquestrado pela extrema direita contra as liberdades democráticas. Melchionna ressaltou que os bolsonaristas tentaram sequestrar a Câmara por dois dias, numa chantagem para garantir anistia aos golpistas.


A paralisação das atividades ocorreu após a decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado e está sendo investigado por obstrução do processo penal, em meio a ações dos Estados Unidos contra o comércio brasileiro e a sanção de Donald Trump contra Moraes, por meio da Lei Magnitsky.


"Traidores da pátria": Lula critica motim


Nesta sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o motim promovido pela oposição. Durante evento em Rio Branco, no Acre, ele pediu ao senador Sérgio Petecão (PSD-AC), presente na cerimônia, que não assine pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes.

"Você, [senador Sérgio] Petecão [PSD-AC], por favor, não assine pedido de impeachment do Alexandre Moraes, porque ele está garantindo a democracia. Quem deveria ter o impeachment são esses deputados e semnadores que ficam tentando fazer greve para não permitir que funcionem a Câmara e o Senado. Verdadeiros traidores da pátria", afirmou Lula.


www.seuguara.com.br/lista/deputados/motim/afastamento/

Via: GGN

Com informações da Agência Brasil


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sábado, 9 de agosto de 2025

Vídeo bem-humorado postado nas redes sociais desmente Nikolas sobre agressão de deputada

Um vídeo publicado nas redes sociais reinterpretou em tom bem-humorado o episódio envolvendo o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) e a deputada Camila Jara (PT-MS), que ganhou repercussão após a confusão durante sessão tensa na Câmara dos Deputados na noite desta quarta-feira (06).


www.seuguara.com.br/Nikolas Ferreira/Camila Jara/Câmara dos deputados/vídeo/

Em sessão tumultuada, marcada por ocupação da Mesa Diretora por parlamentares bolsonaristas, Nikolas disse ter sido agredido por Camila Jara, alegando que ela teria o atingido intencionalmente em área íntima. Camila nega a agressão. O episódio está em análise institucional, com o desfecho ainda indefinido. Imagens publicadas nas redes sociais demonstram que Nikolas mentiu.


Uma sátira, com análise irônica do episódio, foi divulgada nas redes com a legenda: "Nikolas é pego pelo VAR em lance polêmico do jogo da última quarta-feira pelo congresso Brasileirão." O conteúdo demonstra que a história contada por Nikolas é mentirosa.

A legenda complementa: "VAR é a sigla para Vídeo Assistant Referee (Árbitro Assistente de Vídeo). O VAR usa imagens de vídeo para revisar aquelas jogadas que deixam a galera na dúvida. O objetivo principal é reduzir os erros e garantir que o jogo seja o mais justo possível."



O tal "VAR do Congresso" virou meme. Internautas destacaram a criatividade da legenda, que transforma a polêmica política em uma "revisão esportiva", usando humor para questionar a versão de Nikolas sobre suposta agressão e mostrar que o deputado inventou a agressão.

www.seuguara.com.br/Nikolas Ferreira/Câmara dos deputados/vídeo/

Nas redes sociais, a deputada Camila Jara se manifestou dizendo que "a engrenagem que sustenta os extremistas  é a mentira e a desinformação".

"Circula um vídeo em que a imagem mostra o deputado Nikolas me acertando com o cotovelo, começando um empurra-empurra e caindo com a cadeira depois de impedir os trabalhos na Câmara dos Deputados e barrar projetos importantes, como a isenção do Imposto de Renda. Nas redes, ele cria uma narrativa, afirma que levou um soco nas partes íntimas, inflama sua horda de apoiadores e espalha mentiras virtuais com consequências bem reais. 


Hoje, recebei milhares de mensagens de ódio, com ameaças à minha vida e à integridade física das pessoas ao meu redor. A estratégia dos extremistas é calar, a todo custo, quem pensa diferente.

Essa máquina de ódio e mentiras tem que acabar", escreveu.



Situação entre Nikolas e Camila Jara

Nikolas publicou um vídeo para reforçar sua narrativa: no trecho, Camila teria dito "vamos bater no coleguinha?" e rido em seguida, além de mencionar que tinha dado algo usando um braço dolorido - frases que Nikolas usou como "confissão" da agressão.

A deputada, por meio de nota, negou a agressão. Segundo ela, o vídeo em questão foi gravado no dia 7 de agosto, durante um evento do Plano Nacional de Educação em Campo Grande, fora do plenário.

No momento, ela falava sobres conselhos da mãe na infância - especialmente "não bater nos coleguinhas" - e usou uma fala descontraída sobre sua saúde afetada pelo tratamento contra câncer para explicar a expressão "meu braço doído".


O PL registrou uma representação na Corregedoria da Câmara contra Camila Jara, por suposta quebra de decoro parlamentar, buscando sua suspensão cautelar e envio ao Conselho de Ética.

Fonte: ICL

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terça-feira, 5 de agosto de 2025

Política: Parlamentares bolsonaristas ocupam mesas do Senado e da Câmara

Do Congresso em Foco: Senadores e deputados bolsonaristas ocuparam, nesta terça-feira (05), respectivamente, as Mesas Diretoras dos plenários do Senado e da Câmara dos Deputados. A ação dos parlamentares surge em um contexto de protesto contra a decretação de prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro.

www.seuguara.com.br/parlamentares/bolsonaristas/ocupação/mesa/Senado/

Anteriormente, a oposição fez discurso em frente ao Congresso Nacional. O grupo anunciou obstrução e defendeu projetos que estabelecem o fim do foro privilegiado e que garantem anistia aos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. De forma simbólica, esses parlamentares ocuparam as Mesas das Casas e se recusam a sair, sob a justificativa de que não saem até que "os dois presidentes se reúnam e resolvam o problema de soberania".


No senado, a Mesa foi ocupada pelos seguintes parlamentares: Jaime Bagattoli (PL-MT), Jorge Seif (PL-SC), Izalci Lucas (PL-DF), Damares Alves (Republicanos-DF), Eduardo Girão (Novo-CE) e Magno Malta (PL-ES), que ocupou a cadeira do presidente Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). "A mobilização é uma resposta à escalada de abusos e perseguições políticas. Não vamos nos calar", escreveu o senador Capixaba. 


Magno Malta ainda trouxe como pauta da oposição na Casa Alta a suspensão das sanções contra o senador Marcos do Val (Podemos-ES) e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O senador também afirmou em vídeo que o magistrado violou a 1ª emenda da Constituição dos Estados Unidos por decretar prisão domiciliar para Jair Bolsonaro. 


Na Câmara dos Deputados, Paulo Bilynskyj (PL-SP), presidente da Comissão de Segurança Pública, assegurou que nada será votado até que a anistia seja pautada. O projeto que prevê anistiar os presos de 8 de janeiro já possui requerimento de urgência com as assinaturas necessárias desde abril. No entanto, a prerrogativa de pautar o pedido é do presidente da Câmara.

www.seuguara.com,br/deputados/bolsonaristas/mesa da Câmara/ocupação/

Em relação a isso, o 1º vice-presidente da Câmara, deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), afirmou nesta terça-feira que, quando Hugo Motta (Republicanos-PB) estiver fora do país, pautará a urgência da anistia na condição de presidente interino da Casa. 


O movimento capitaneado pelo líder da oposição, Zucco (PL-RS), reuniu parlamentares com esparadrapos na boca em denúncia a uma pretensa "ditadura". Ao lado do deputado, aparecem Marco Feliciano (PL-SP), Marcel van Hatten (Novo-RS), Rodolfo Nogueira (PL-MS), Caroline de Toni (PL-SC), Cabo Gilberto Silva (PL-PB), entre outros.

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sábado, 2 de agosto de 2025

Política: Maior partido da Câmara, PL apoia tarifaço e ataque de Trump à soberania nacional

ICL: A decisão de Valdemar da Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), de expulsar o deputado federal Antônio Carlos Rodrigues (PL-SP) por ter defendido Alexandre de Moraes e crticado Donald Trump torna ainda mais clara a inversão de valores na legenda. Ao invés de defender os interesses do Brasil e dos brasileiros, o básico que se espera de um partido nacional, o PL se alia ao presidente dos Estados Unidos no Maior ataque à soberania do país em muitas décadas.
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terça-feira, 8 de julho de 2025

Veja a entrevista do ministro da Fazenda Fernando Haddad concedida ao site de notícias Metrópoles

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concedeu entrevista exclusiva ao Metrópoles, nesta terça-feira (08). O chefe da equipe econômica do governo Lula falou sobre a recente crise entre o Poder Executivo e Congresso Nacional envolvendo o IOF (imposto sobre Operações Financeiras), criticou o papel da oposição no Brasil, defendeu a meta fiscal e comentou sobre eleições 2026.

www.seuguara.com.br/Fernando haddad/ministro da Fazena/entrevista/

O ministro da Fazenda foi questionado sobre sobre outros temas da pauta econômica e sobre o futuro do governo e dele mesmo nas eleições de 2026. Haddad disse que em breve terá um encontro com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta. 


Veja a entrevista completa:



Fonte: Metrópoles

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segunda-feira, 7 de julho de 2025

Alexandre de Moraes piscou e voltou a ser o Ministro de Temer, por Luís Nassif

Por Luís Nassif, no GGN: A maior contribuição que o pequeno Hugo Motta recebeu, em sua cruzada para desestabilizar o governo, foi do Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Moraes escreveu um página épica na história do STF, ao enfrentar as hordas bolsonaristas. Mas se curva ao Centrão, cuja liderança é de seu ex-mentor Michel Temer.

www.seuguara.com.br/Alexandre de Moraes/STF/congresso nacional/IOF/emendas Pix/câmara dos deputados/constitucionalidade/STF/

O PSOL entrou com uma ação no Supremo questionando a constitucionalidade da decisão da Câmara, de derrubar o aumento do IOF, [link inserido por conta do blog do Guara] proposto pelo Executivo. Esse arroubo surge no rastro de um festival de escândalos com as emendas PIX e outras roubalheiras. 

Não apenas roubalheira: as emendas PIX desvirtuaram totalmente as eleições, ao conferir um poder desequilibrador aos parlamentares que concorrem à reeleição, e que têm acesso aos recursos do orçamento. Além, obviamente, de atropelarem um princípio constitucional que confere ao Executivo o poder sobre o orçamento. 


O Ministro Flávio Dino se coloca contra os abusos e enfrenta a quadrilha. E o que faz Moraes? Em vez de julgar a constitucionalidade ou não da medida, propõe-se a ser um poder moderador, mediando os embates entre Executivo e Legislativo. 

   1. A Constituição não outorga esse poder ao Supremo.

   2. Moraes piscou, demonstrou receio de futuras retaliações do Congresso.

   3. Ao piscar, empoderou o pequeno Hugo Motta e puxou o tapete de Flávio Dino.


Afinal, quem é Alexandre de Moraes: o corajoso Ministro que enfrentou os golpistas, ou o discípulo de Michel Temer, um dos país do Centrão? Seu compromisso é com a governabilidade ou em atender às demandas do chefe?


Leia também:


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quinta-feira, 3 de julho de 2025

Debate sobre IOF supera discurso 'rico contra pobres' e ganha adesão popular

Por Camila Bezerra, no GGN: A mídia tradicional destaca, nesta quarta-feira (02), que o Partido dos Trabalhadores (PT) está inflamando o discurso de ricos contra os pobres, tendo em vista a série de vídeos explicativos que o partido lançou nas redes sociais sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). No vídeo, a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) lembra que esta foi a primeira vez que o Congresso Nacional vetou o aumento do imposto, que agora segue  para o Supremo Tribunal Federal (STF).

www.seuguara.com.br/debate/IOF/Câmara dos deputados/discurso/

No entanto, não se trata de uma promoção do "nós contra eles", como a mídia tradicional costuma apontar sobre as ações de governos petistas, mas sim uma construção de narrativa que está ganhando o entendimento e apoio popular, como demonstrou a jornalista Eliara Santana, no programa Desinformação & Política, na última terça-feira (1º).


Durante a última semana, a cena política brasileira foi marcada por uma reviravolta envolvendo o Congresso Nacional e o governo federal, após uma manobra conduzida pelos presidentes das casas legislativas, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP). A movimentação, inicialmente recebida como um golpe duro ao Executivo, passou a ser reavaliada sob outro prisma: o de uma disputa entre interesses de classes, escancarada no campo tributário. 

Segundo análises veiculadas na mídia e repercutidas por economistas e articulistas, como Miriam Leitão, a motivação do Congresso não seria, como alegado, uma preocupação com o peso dos impostos sobre a população. " A questão não é econômica, nunca foi", afirma Eliara.


O Brasil vive hoje um cenário de crescimento econômico, queda do desemprego e aumento da renda média, fatores que indicam relativa estabilidade fiscal.

O desconforto do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com a mudança repentina no trâmite da pauta no Congresso, reforçou essa leitura. Desde o início, ele se mostrou firme, expressando surpresa com a guinada no debate.

A tentativa de desviar o foco da proposta original do governo - que busca corrigir distorções no sistema tributário - passou a ser percebida como uma estratégia articulada por setores privilegiados da elite econômica.


Ao longo da semana, a narrativa midiática foi se transformando. Se um um primeiro momento a imprensa interpretou o movimento do Congresso como derrota do governo, rapidamente essa visão foi ajustada como uma tentativa de impedir o avanço de medidas que ampliariam a justiça social. "No Brasil, quem paga imposto é o pobre", passou a ser uma frase recorrente entre analistas.

Essa guinada narrativa evidenciou o embate entre uma proposta de maior equidade tributária - como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil - e os interesses dos setores mais ricos da sociedade, historicamente beneficiados por brechas e privilégios ficais.

"O que ocorre é exploração. Os ricos não querem pagar impostos e conseguem mobilizar o Congresso para manter seus benefícios", continuou a apresentadora do Desinformação & Política. 


A discussão não ficou restrita aos gabinetes ou aos estúdios de televisão. O discurso sobre a desigualdade tributária começou a circular em outros espaços, como nas redes sociais e nas conversas cotidianas. Um exemplo simbólico foi o de um motorista de aplicativo em São Paulo, que, ao ouvir na Jovem Pan uma crítica ao governo, reforçou a ideia de que "quem está embaixo paga mais imposto".

"É assim mesmo, né? a gente do andar de baixo paga, acaba pagando muito mais imposto, sempre, né? E aí os ricos não querem pagar imposto, não querem que a gente deixe de pagar imposto", comentou o motorista à jornalista. 


Essa circulação do discurso evidencia o alcance da questão. "O peso do discurso se percebe quando ele começa a circular por todas as camadas da população. Está se formando uma consciência coletiva sobre a injustiça fiscal no Brasil", destacou Eliara.

A resposta do governo, articulada especialmente por Haddad, tem sido clara: não se trata de um aumento de carga tributária, mas de uma redistribuição mais justa. Essa proposta, no entanto, encontra resistência em  um Congresso que tem grande representação de setores econômicos poderosos.




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sexta-feira, 27 de junho de 2025

Começou o cerco total ao governo Lula, por Luís Nassif

Por Luís Nassif, no GGN: A decisão do presidente da Câmara Hugo Motta, de colocar em votação o PDL do IOF, sem sequer alertar o governo, é o dia D do golpe parlamentar. Não se trata mais de um jogo de perde-ganha, de toma-lá-dá-cá, no qual o Congresso mostra suas armas e chama o Executivo para conversar. Se não é isso, o que resta?

www.seuguara.com.br/governo Lula/Câmara dos deputados/Congresso Nacional/

Os desdobramentos são óbvios: a busca do confronto final. A intenção de Motta é colocar o governo em uma sinuca, paralisar o orçamento e promover agitações nos mercados. Tudo isso tendo em vista 2026.

Como a audácia do Congresso cresce exponencialmente a cada vitória, não se surpreenda se os desdobramentos incluírem reformas constitucionais capazes de consolidar a disfuncionalidade do sistema político.


A segunda frente de disputa será com o Supremo Tribunal Federal (STF). Há um sentimento difuso de reação contra o STF no Congresso, nos tribunais inferiores, alimentado pela mídia e pela falta de cuidado de alguns ministros com os atos públicos.

Há várias críticas ao governo Lula. Mas ele representa o último sopro de racionalidade na politica brasileira, a última cidadela contra a invasão de bárbaros. Há um processo de reconstrução das políticas públicas, em ritmo inferior ao da ansiedade geral, mas preservando os pontos centrais de racionalidade.


Uma derrota de Lula, seja para qual candidato bolsonarista for, significará um ataque bárbaro ao Estado brasileiro, um desmonte conduzido sob a ótica dos interesses privados mais abjetos e irresponsáveis. 

Será que vale a pena conseguir um naco da Petrobras, do Banco do Brasil, apropriar-se de universidades federais, se a soma final será um país destruído, um projeto de nação totalmente comprometido? Aparentemente, para esses grupos vale, já que não abraçam nenhum sentimento de brasilidade. 


O apoio do próprio PT ao jabuti das termoelétricas, a indicação do Ministro Alexandre Silveira, das Minas e Energia, para a coordenação política da campanha de Lula, mostra que a estratégia montada tenta combater o adversário em seu próprio terreno, o das espertezas políticas. 

Troca-se um projeto conceitual, uma tentativa de um plano de matas, como fator aglutinador da sociedade, por um varejão de "entregas" com propósitos políticos. 


Se, mesmo assim, Lula se mostrar competitivo, a trucada do Congresso, de Hugo Motta e David Alcolumbre, traz riscos muito maiores. Há um crescimento exponencial do atrevimento do Centrão, que poderá promover um impasse terminal entre os Três Poderes, em um momento - como me lembra Luiz Alberto Melchert - em que a geopolítica dos Estados Unidos, com as big techs de aliadas, nunca esteve tão atuante. E a politização das Polícias Militares nunca esteve tão radicalizada. No Paraná, a PM invadiu uma sessão da Assembleia Legislativa que se propunha a discutir as mortes cometidas por ela.


O Plano de metas teria o condão de definir os atores para o próximo tempo do jogo, conseguindo ampliar a massa crítica de aliados contra o atraso. E consegue-se um instrumento de mobilização que vai além do campo restrito das bolhas políticas. Hoje em dia, a NIB (Nova Indústria Brasil) tem boas entregas, mas sem reflexo político porque é uma ação de Ministério - não de um Presidente.

A marcha da insensatez avança. Ou os setores nacionais se dão conta dos riscos que o país corre, ou será muito tarde para conter o desmonte, mantando qualquer possibilidade de reconstrução nacional.

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sábado, 15 de março de 2025

Nova ação no STF pede investigação de Bolsonaro pelo crime de violação da soberania

Por Ana Gabriela Sales, no GGN: A bancada do PT na Câmara dos Deputados acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) para abertura de uma investigação contra Jair Bolsonaro por crime contra a soberania nacional. Os deputados apontam que, em entrevista, Bolsonaro afirmou que transmitiu ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informações sobre acordos firmados entre Brasil e China, que envolveria a "construção de bombas atômicas"

www.seuguara.com.br/Jair Bolsonaro/nova ação/STF/

"Podem ficar tranquilos, já passei para a equipe do Trump isso aí, passei em primeira mão lá atrás", disse Bolsonaro, no dia 7 de março, direto do aeroporto de Brasília, em referência aos 37 acordos assinados entre o presidente Lula (PT) e o presidente Xi Jinping, em novembro de 2024, quando o líder chinês esteve no Brasil.

Na ocasião, Bolsonaro ainda afirmou: "Eles (o governo dos EUA) têm uma preocupação com o Brasil, eles não querem que o Brasil se consolide como uma nova Venezuela e nós sabemos que o problema do Brasil não vai ser resolvido internamente, tem que ser resolvido com o apoio de fora"


Segundo os parlamentares do PT, Bolsonaro "confessou abertamente ter se tornado um agente de informações de outra nação, buscando intervenção externa no Brasil"

"A fala do noticiado não se traduz num fato isolado, mas revela uma estratégia utilizada por seu grupo com o claro objetivo de desestabilizar a política nacional, atentando contra a soberania e a democracia brasileira", argumentaram os deputados no pedido, que foi encaminhado ao ministro do STF, Alexandre de Moraes. 


Os signatários sustentam que o ex-presidente atentou contra a soberania, conforme previsto no artigo 359-I do Código Penal, que criminaliza o ato de negociar com governo ou grupo estrangeiro, ou seus agentes, com o fim de provocar atos típicos de guerra contra o País ou invadi-lo.

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terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Ao lado de Lula, Motta defende 'pauta positiva' e Alcolumbre quer 'apoiar pautas do governo'

Por Leonardo Fernandes, no Brasil de Fato: O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), recebeu, no Palácio do Planalto, na manhã desta segunda-feira (3), os novos presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP). O encontro ocorreu dois dias após a eleição dos parlamentares para o comando das duas casas do Congresso Nacional.

www.seuguara.com.br/Lula/Hugo Motta/Davi Alcolumbre/

"Eu estou muito feliz, primeiro, eu sou amigo dos dois, tenho conhecimento do compromisso democrático que os dois têm, e eu quero, na frente de vocês, dizer para eles que eles não terão problemas na relação política com o Poder Executivo", disse o presidente ao final do encontro, em declaração à imprensa. 

"Tenho certeza de que a nossa convivência será exemplo para o futuro e exemplo para aqueles que hoje fazem parte do presente e que muitas vezes não querem entender a necessidade da convivência democrática. Eu tenho certeza de que a nossa convivência será um exemplo de fortalecimento da democracia brasileira", declarou Lula.


O novo presidente da Câmara se comprometeu em trabalhar para uma "pauta positiva"  a partir de uma relação harmônica com os demais poderes. "A Câmara estará à disposição para construirmos uma pauta positiva para o país, para a nossa democracia. Rege a nossa Constituição que os poderes devem ser independentes e harmônicos. E essa harmonia, penso eu, que é o que o Brasil precisa", declarou Motta.

"Que nós tenhamos a capacidade de lá tratarmos as pautas que serão enviadas pelo Executivo, tratarmos as pautas que serão propostas pelas deputadas, pelos deputados, pelas senadoras, pelos senadores, sempre buscando termos uma agenda que seja produtiva", afirmou o deputado.


Davi Alcolumbre ressaltou o simbolismo da iniciativa do encontro, que partiu de Lula, a quem fez deferência. "Quero fazer um registro importante desse gesto. E tem um simbologismo para a sociedade brasileira, que espera de nós as respostas adequadas aos nossos sonhos, aos nossos desejos, enquanto poder Legislativo e poder Executivo", declarou, dirigindo-se ao presidente da República. "Falo isso porque sei da sua capacidade de liderar o Brasil. Vossa Excelência, hoje, é o presidente do nosso país, tem compromisso com os brasileiros e o poder Legislativo não pode se furtar em ajudar o governo do Brasil a melhorar a vida dos brasileiros", afirmou Alcolumbre.


O senador disse ainda que "não há tempo para criar crise onde não existe" e se comprometeu a apoiar a pauta do governo federal. "Nós precisamos apoia a agenda do governo, precisamos debater na casa do povo, no Congresso Nacional, inclusive participar mais propondo mais iniciativas a partir do parlamento", declarou o novo presidente do Senado. "Nós vamos estar juntos", finalizou. 


Com a mudança nos comandos do Legislativo, o governo espera estabelecer uma nova relação com o parlamento, principalmente na Câmara dos Deputados, evitando os ruídos de comunicação que ocorreram no último período, quando o ex-presidente Arthur Lira chegou a chamar o ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha, de 'incompetente". Nesse contexto, o governo passou a ter dificuldades na articulação política com o Congresso, que ganhou novos contornos no final de 2024, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a suspensão do repasse de emendas parlamentares por ausência de transparência.


Edição: Martina Medina


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sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Desesperada, Zambelli faz apelo aos colegas na Câmara após ter mandato cassado

DCM: A deputada federal Carla Zambelli (PL) fez um apelo a colegas parlamentares nesta quinta-feira (30), após o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) cassar seu mandato por 5 votos a 2, sob a acusação de abuso de poder ao divulgar fake news. A ação foi protocolada pela deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP).

www.seuguara.com.br/Carla Zambelli/mandato cassado/TRE-SP/

Em busca de apoio, Zambelli enviou mensagens pelo WhatsApp a aliados, pedindo que saíssem em sua defesa nas redes sociais para demonstrar que conta com respaldo político, conforme informações do colunista Igor Gadelha, do Metrópoles.

"Infelizmente a votação terminou com somente 2 votos divergentes, com um resultado de 5 x 2 pela cassação do meu mandato e e 8 anos de inegibilidade. Peço que os colegas postem em seu X pra que os jornalistas vejam o apoio dos amigos. Foi um julgamento político e não jurídico no TRE-SP com o inclusão de fatos alheios ao processo", escreveu a deputada em um grupo de WhatsApp com outros parlamentares.


A bolsonarista anunciou que vai recorrer da decisão do TRE-SP, mas alertou sobre as consequências de uma eventual derrota judicial, destacando que, caso perca o mandato, sua vaga será ocupada por um parlamentar do PSOL. "Em caso de perda final, minha vaga vai para o PSOL e ainda perdemos mais 2 a 3 deputados de SP, afirmou.


Zambelli enfrenta acusações e polêmicas nos últimos anos, mas se mantém protegida pelo foro privilegiado. Entre os episódios mais graves está a perseguição armada a Luan Araújo, colunista do DCM, em uma área nobre de São Paulo, na véspera do segundo turno das eleições de 2022.


Nas redes sociais, a bolsonarista mentiu ao alegar que foi agredida. Na realidade, caiu sozinha enquanto discutia com Luan, que lhe disse: "Te amo, espanhola".

Nos vídeos que viralizaram, o jornalista corre em direção a um bar enquanto Zambelli e alguns homens aparecem em seu encalço. Pouco antes, um dos indivíduos que acompanhavam a parlamentar disparou um tiro em sua direção. "A intenção era me matar", disse ele ao UOL na época.



Outro caso envolve sua relação com o hacker da Vaza Jato, Walter Delgatti Neto, a quem solicitou a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para inserir um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). 

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segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

AGU orienta governo federal a não pagar R$ 4,2 bilhões em emendas

Do Conjur: A Advocacia-Geral da União enviou um parecer ao governo federal nesta segunda-feira (30/12) orientando o Executivo a não pagar R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão. No domingo (29/12), o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal |Federal, manteve o bloqueio de repasses, mas abriu exceção para o pagamento de parte das emendas. Segundo a AGU, no entanto, é preciso adotar uma "interpretação mais segura da decisão" de Dino.
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Xadrez de 2025 e as cinco bestas do apocalipse, por Luís Nassif

Por Luís Nassif, no GGN: 2025 será um ano decisivo para o primeiro passo do renascimento institucional do país. O Brasil passou pelo terremoto da década de 2010 - que começa com o jornalismo de esgoto, a partir de 2005, e encerra-se com a derrota de Jair Bolsonaro em 2022. Nesse período ocorreu um desmonte geral das instituições, abrindo espaço par o aventureirismo mais deletério já enfrentado pelo país em período democrático - sob os auspícios do Supremo Tribunal Federal, indo à reboque do efeito manada provocado pela mídia. 

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Narro em detalhes esse processo em meu livro "A Conspiração Lava Jato".

Criou-se um vácuo político que passou a ser ocupado a cotoveladas pelas principais corporações brasileiras. 

Nesse período de trevas, pelo menos as seguintes instituições saíram dos trilhos:

  • O Supremo Tribunal Federal, cooptado pela mídia com o uso recorrente do chicote e da cenoura e, como consequência, a Justiça. Especial destaque para a justiça federal, dentro do fenômeno Lava Jato, com juízes federais insurgindo-se contra a Constituição, como foi o caso Sergio Moro, sendo avalizados pela participação escabrosa do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, criando o estado de exceção para a Lava Jato. No seu rastro, houve a politização dos ministérios públicos estaduais, com muitos promotores montando acordos políticos com forças municipais, deixando o campo aberto para o avanço do crime organizado através das Organizações Sociais. 
  • Militares da Forças Armadas e das Policias Militares com atuação política, e empenhados claramente no movimento conspiratório de Bolsonaro-Braga Netto.
  • A Câmara dos Deputados, dominado por uma organização chantagista, chefiada pelo deputado federal Arthur Lira.
  • O mercado financeiro, dominado por um cartel de grandes fundos, impondo seus interesses e controlando totalmente dois preços fundamentais: o câmbio e os juros. 


O Supremo Tribunal Federal

A reinstitucionalização passa por várias etapas.

Apesar de todas as concessões, o STF acordou a tempo e foi a primeira instituição a reagir aos desmonte institucional, da qual ela foi agente ativo, pelo menos até a eleição de Bolsonaro.

Um dia, Antônio Dias Toffoli e Alexandre de Moraes revelarão as razões que levaram à abertura do chamado Inquérito do Fim do Mundo. Na época, Toffoli me convidou para uma conversa em São Paulo, falou da urgência de se começar a investigar o que estava ocorrendo. Não deu maiores detalhes. 


Mas ficou claro que já tinham identificado os preparativos de um futuro golpe de Estado a ser aplicado por Bolsonaro. O inquérito foi entregue a Alexandre de Moraes, que se cercou de um conjunto de assessores de sua estreita confiança. Ali começou a ser preparada a resistência que, mais tarde, impediu a concretização do golpe e permitiu a apuração da conspiração bolsonarista-militar.


A astúcia e coragem pessoal de Moraes o absolvem de todos os erros anteriores - um dos quais foi ter aberto o governo Temer a militares com histórico de golpismo, como Sérgio Etchegoyen. Entrará para a história como peça central de defesa da democracia.

A partir de sua atuação, gradativamente o STF assumiu o papel de âncora central da Reinstitucionalização, ajudando a enfrentar as cinco bestas do apocalipse da democracia.


Besta 1 - a desorganização da Justiça 

O profundo processo de deterioração dos organismos judiciários - tribunais, Ministérios Públicos, Polícia Federal - depende fundamentalmente de quatro instituições, em geral bastante corporativistas: 

  • Supremo Tribunal Federal
  • Conselho Nacional de Justiça
  • Conselho Nacional do Ministério Público
  • Procuradoria Geral da República. 
O STF já se recolocou.


O Conselho Nacional de Justiça se redimiu, através do relatório do ex-corregedor Luiz Felipe Salomão, sobre os abusos da Lava Jato e do Tribunal Regional Federal da 4ª Região.


A cumplicidade entre a Lava Jato, juízes federais e o Tribunal Federal Regional da 4rª Região é um dos capítulos mais vergonhosos da história jurídica do país; O ápice foi a 8ª Turma aumentando, de forma unânime (contrariando qualquer análise probabilística), as penas de Lula, para evitar a prrescrição por idade.

Os responsáveis foram os desembargadores João Pedro Gebran Neto (relator), Leandro Paulsen e Carlos Eduardo Thompson Flores. 

www.seuguara.com.br/TRF-4/desembargadores  João Pedro Gebran Neto (relator), Leandro Paulsen e Carlos Eduardo Thompson Flores/

O segundo episódio foi a constituição de uma fundação, destinada a desviar dinheiro da Lava Jato.

Esse esquema começou a ser desmontado na gestão Augusto Aras, na Procuradoria Geral da República, mas, especialmente, pelo relatório da corregedoria do Conselho Nacional de Justiça, por Luiz Felipe Salomão.

Foi a recolocação do CNJ na restauração da institucionalidade.

A resistência a esse processo restaurador da justiça emperra em dois poderes.

Um, a Procuradoria Geral da República, especificamente o PGR Paulo Gonet; outra o Secretário Nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo.

www.seuguara.com.br/Paulo Gonet/ex-PGR/Mário Sarrubbo/Secretário Nacional Segurança Pública/

O PGR Gonet mantém engavetado o inquérito de Salomão - que acusa de peculato diretamente o ex-juiz Sergio Moro, a juíza Gabriela Hardt e o ex-procurador Deltan Dallagnol -. e tem criado dificuldades para a apuração dos desvios do juiz Marcelo Bretas, o halterofilista acusado de cumplicidade com um advogado neófito, na operação no Rio de Janeiro.


O Secretário Sarrubbo, por sua vez, está empenhado em desmoralizar uma correição do Conselho Nacional do Ministério Público, que atingiu um promotor aliado.

O CNMP era visto, até então, como o mais corporativista das organização do sistema judicial. Justo em uma área - as prefeituras - em que se amplia perigosamente a atuação do crime organizado e contra a qual os promotores estaduais deveriam estar na linha de frente.

O órgão começou a se redimir em São João da Boa Vista, investigando a atuação de um promotor aliado da prefeita local, com contratos suspeitos nas áreas de lixo e saúde. São os dois setores preferenciais de atuação das organizações criminosas, segundo o promotor Lincoln Gakiya, que lidera o GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de São Paulo.


A investigação sofreu interferência direta de Sarrubbo, responsável pela organização do combate ao crime organizado do Ministério da Justiça, interferindo nas investigações do CNMP, como testemunha de defesa do promotor e com ataques ao corregedor responsável pela correição original - mostrando que se valeu do inquérito para acerto de contas pessoal.

Como os promotores estaduais deveriam ser a linha de frente contra o avanço do PCC nas Organizações Sociais, a presença de Sarrubbo traz indagações concretas sobre qual seu grau de compromisso no combate efetivo às organizações criminosas. E como ficará sua situação política, se as investigações da PF baterem no promotor aliado. 

Esse inquérito será fundamental para se avaliar até que ponto o CNMP - e o próprio Ministério da Justiça - estão à altura do grande desafio de colocar os MPs estaduais alinhados no combate ao crime organizado.


Besta 2 - a conspiração militar

Graças ao papel decisivo de Alexandre de Moraes, a prisão do general Braga Netto operou como um divisor de águas na história militar do país. Com um comandante legalista no Exército, com a Marinha expurgada do Almirante Almir Garnier, o comandante que apoiou o golpe tentado por Bolsonaro, com informações sobre a resistência do Alto Comando ao golpe - sejam quais foram seus motivos -, há condições objetivas de, pela primeira vez na história, as Forças Armadas cumprirem sua função institucional de defesa da pátria contra inimigos externos, deixando de lado a contaminação recente, estimulada pelo general Villas Boas.


Haverá a renovação do Alto Comando, permitindo a seleção de oficiais comprometidos com a democracia. Mas a profissionalização das Forças Armadas passa por reforma estruturais que estão longe de serem tentadas. E há um bom contingente de oficiais, de coronéis para baixo, de olho nas benesses conquistadas pelos militares que trocaram a dignidade da farda pela recompensa financeira de aderir ao bolsonarismo.

Será uma das principais frentes para a consolidação da re-institucionalização nacional.


Besta 3 - a conspiração da Polícias Militares

O empoderamento da POlícias Militares foi uma das principais armas articuladas pelo bolsonarismo. O motim de 2020, da PM de Fortaleza, a milicialização da PM paulista por Tarcísio-Derrite, o papel da PM do Distrito Federal no 8 de janeiro.

Seria conveniente uma leitura do livro "O Procurador", de Luiz Costa Pinto, sobre a articulação dos procuradores gerais para evitar o golpe de Bolsonaro. Houve uma articulação discreta, através da qual os procuradores estaduais decretaram estado de emergência, obrigando as PMs a ficarem nos quartéis. 


Hoje em dia, a violência de várias polícias estaduais revela apenas no nível de empoderamento do setor, com a perda da disciplina produzida pela politização de oficiais, pelo influenciadores digitais da própria PM.

Ponto central seria o controle a ser exercido pelos Ministérios Públicos estaduais. Daí a relevância do papel fiscalizador do CNMP e o desserviço prestado pelo Secretário Sarrubbo.


Besta 4 - a conspiração do Centrão

No segundo ato político mais relevante do ano, o Ministro Flavio Dino, do STF, aplicou um cheque mate no Centrão, sem interferir nas prerrogativas da Câmara ou do Executivo. Exigiu apenas que fossem identificados os autores e os destinatários das emendas.

Lembra um pouco o que ocorreu em São Paulo, nos massacres de 2006. Eram assassinadas cerca de cem pessoas por dia. O massacre só cessou quando os procuradores da República conversaram com o Conselho Regional de Medicina que convocou médicos para comparecerem ao Instituto Médico Legal. O laudo do  legista é o ponto de partida para qualquer inquérito ou denúncia. Imediatamente cessou o morticínio, embora até hoje o Secretário de Segurança da época, Saulo de Castro Abreu, não tenha sido judicialmente responsabilizado.


O CPF e o CGC nas emendas são o ponto de partida para a investigação policial. A decisão de Dino ocorre em um momento em que a Polícia Federal investiga emendas já liberadas, mostrando relações de deputados com o crime organizado.

Pode terminar a blindagem que até agora beneficiou Arthur Lira, em um período em que a vulnerabilidade institucional permitia a chantagem política. Os desdobramentos da decisão poderão desarticular a mais desmoralizante organização política que já atuou no Congresso Nacional.


Besta 5 - a conspiração do mercado

A última besta é o controle do mercado sobre dois preços básicos da economia: câmbio e juros.

Há duas formas de controle: o institucional, baseado no conjunto de regras definido pelo sistema de metas inflacionárias; e a atuação de um cartel, no câmbio e em juros.

Já começou o combate às duas formas de atuação.


Em reação ao cartel do câmbio, há denúncias formalizadas no CADE (Conselho Administrativo de Direito Econômico) e na CVM (Conselho de Valores Mobiliários). São duas organizações capturadas pelo mercado. Mas, como envolve custos públicos - de carregamento da dívida - a AGU (Advocacia Geral da União) poderá acionar o TCU (Tribunal de Contas da União), a CGU (Controladoria Geral da União) e até a Polícia Federal.

Um trabalho mais apurado seria possível com uma cooperação com a polícia do Reino Unido, que apurou nas manipulações do câmbio e da libor. A Procuradoria Geral da República poderia montar um grupo para estudar esses ângulos do crime financeiro. Seria uma maneira de se redimir do corporativismo que a contamina e conferir um papel de destaque ao MPF.


A segunda frente é em relação às formas de fixação da taxa Selic. Há ações em andamento, com todo cuidado que o tema merece, sem histrionismo, sem ameaçar o mercado, apenas trazendo questões de constitucionalidade: a política monetária afeta emprego, nível de atividade, orçamento público. Sua definição não pode ser prerrogativa do mercado e do Banco Central - como é hoje, com o BC submetido aos movimentos especulativos do mercado. E trazer o mercado de volta ao seu papel legitimador: o de financiador de desenvolvimento.

Trata-se de um movimento inicial, mas relevante para começar a discussão de um novo tempo de cidadania, que acabe com os superpoderes de todos esses agentes, que se prevaleceram nas últimas décadas do enfraquecimento do poder Executivo.

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sábado, 28 de dezembro de 2024

Câmara responde STF e não apresenta atas solicitadas por Dino

Priscilla Mazenotti, repórter da Agência Brasil: A Câmara dos Deputados obedeceu ao prazo dado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino e respondeu aos questionamentos feitos quanto ao pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão. E informou que não vai recorrer do bloqueio do pagamento das emendas, por entender que a medida deve ser feita pelo Congresso Nacional.

www.seuguara.com.br/Câmara dos deputados/STF/emendas parlamentares/atas/

O prazo terminava às 20h dessa sexta-feira, 27, e agora, cabe ao ministro Dino analisar o documento e dar uma resposta.

É que, no entendimento de Flávio Dino, a Câmara ainda não tinha cumprido as decisões do STF sobre transparência e rastreabilidade no repasse desses recursos.


Na resposta encaminhada pela Casa, o argumento foi o de que não havia previsão legal para que as indicações de emendas de comissão tivessem que ser votadas pelas comissões antes da Lei Complementar nº 210, de 2024, editada para cumprir justamente as regras de liberação dos recursos. Outro ponto foi o de que a liberação das emendas seguiu a tramitação correta de acordo com pareceres dos ministérios da Fazenda e do Planejamento, da Casa Civil e da Advocacia-Geral da União.


Já sobre a falta das atas das sessões das comissões para aprovação das emendas, a Câmara argumentou que a obrigatoriedade só será aplicada a partir dos orçamentos para os anos seguintes.


Edição: Juliana Batista - Marizete Cardoso

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