sexta-feira, 7 de março de 2025
quarta-feira, 2 de outubro de 2024
O exercício da solidariedade exige planejamento, por Luís Nassif
Por Luís Nassif, no GGN: No lançamento do programa "pé-de-meia", Lula acertou em cheio na bandeira civilizatória que precisa ser hasteada. Contra o individualismo exacerbado da ultradireita, a solidariedade, mas não apenas como bons sentimentos. Bons sentimentos separam os civilizados dos selvagens. Mas, para conquistar corações, é preciso saber o que fazer com a solidariedade. Ela pode se transformar em altruísmo ou em ação. E há muito a ganhar em parcerias, em projetos, em planos de ações, desde que devidamente estruturados.
Nos anos 90, depois do pesado período de controle militar sobre a economia, surgiram muitas iniciativas de parcerias produtivas. Pequenas farmácias montaram centrais de compra, para poder enfrentar o poder das grandes redes. Houve a disseminação de arranjos produtivos locais. O cooperativismo cresceu e surgiram movimentos sociais relevantes, como o Movimento dos Sem Terra e dos Sem Teto, torpedos tendo em comum a cooperação visando fortalecer os pequenos. Mas tudo espontâneo, sem estímulo das ações do governo, com exceção do Sebrae e do sistema S.
O discurso de Lula chama a atenção para a relevância da solidariedade. Agora, precisa trazer ideias inovadoras e colocar seu Ministério para criar programas. Hoje em dia, tem-se um Ministério com baixa capacidade de criação e nenhuma de implementação. E há um mundo de possibilidades, se o governo souber utilizar as estruturas nacionais dos bancos públicos, dos Correios, do sistema S, do cooperativismo, da agricultura familiar.@canalgov BRASIL HUMANISTA, PÁTRIA SOBERANA | “É este o país que nós temos que construir: esse país humanista, solidário, em que a gente aprende a gostar um do outro, a se respeitar e a construir uma pátria efetivamente digna e soberana”, discursou emocionado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao anunciar a ampliação do programa Pé-de-Meia. As novas regras ampliam em mais de 1 milhão o número de beneficiados pela poupança do ensino médio. Desde o primeiro semestre de 2024, são abrangidos 2,7 milhões de estudantes de escolas públicas beneficiários do Bolsa Família. Os novos contemplados começam a receber o incentivo a partir de agosto. Já os alunos de EJA vão receber o incentivo em setembro, com o início do semestre letivo nessa modalidade de ensino. #lula #educacao #pedemeia #pobreza #brasil ♬ som original - CanalGov
terça-feira, 7 de maio de 2024
Como doar e ajudar as vítimas da tragédia do Rio Grande do Sul
Por Patrícia Faermann, no GGN: Para ajudar as vítimas das enchentes que assolam o Rio Grande do Sul, há pontos oficiais de coleta de doações e de arrecadação em dinheiro para auxiliar os milhares de desalojados, em abrigos públicos. As autoridades alertam, contudo, que foram criadas contas e perfis fakes nas redes sociais, que forjam a arrecadação de recursos para as vítimas, mas se tratam de golpes.
Por isso, o governo do Rio Grande do Sul criou um PIX oficial para as doações em dinheiro, chamado SOS Rio Grande do Sul. A doação deve ser feita para o PIX do CNPJ 92.958.800/0001-38, da Associação dos Bancos No Estado do Rio Grande do Sul e Banco do Estado do Rio Grande do Sul.
"Pessoal, atenção. No meio de tanta solidariedade, tem aproveitadores que usam a sensibilidade das pessoas para aplicar golpes. Isso é lamentável", alertou o governador Eduardo Leite (PSDB).
Em nota, o governo do Rio Grande do Sul explicou que a conta informada é vinculada ao banco estadual e é a mesma que foi utilizada em setembro de 2023 para as chuvas que causaram estragos na região.
Mas além das doações em dinheiro, entidades e órgãos oficiais também se mobilizam para a corrente do solidariedade às vítimas da tragédia.
O GGN separou uma lista de lugares confiáveis onde a população pode levar as suas doações, confira:
Defesa Civil do Rio Grande do Sul:
A Defesa Civil estadual está recebendo doações, principalmente, de colchões, roupa de cama e banho e cobertores, todos em bom estado e higienizados; cestas básicas fechadas, ração para animais e água potável.
O s mantimentos devem ser levados ao centro logístico da Defesa Civil, localizado na Avenida Joaquim Porto Villanova, 101, bairro Jardim Carvalho, em Porto Alegre.
o Hotel do Grêmio, em Porto Alegre, o centro de treinamento Cristal, em frente ao Barra Shopping, e o o Estádio Olímpico da capital também contam com unidades da Defesa Civil para a coleta das doações. Em Canoas, o centro de treinamento feminino, na Avenida Farroupilha, 8001, recebe as doações para a Defesa Civil.
Correios de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul:
As agências dos Correios dos estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul estão recebendo, desde esta segunda-feira (06), doações de alimentos de cesta básica, produtos de higiene pessoal e roupas em perfeito estado e fará as entregas de forma gratuita à região afetada.
Polícia Rodoviária Federal:
Diversas unidades da Polícia Rodoviária Federal de todo o Brasil estão recebendo doações de agasalhos, roupas de cama, cestas básicas e Kits de higiene e limpeza. Verifique na sua cidade se a unidade da PRF é um dos postos de coleta.
Universidades de São Paulo:
A USP, Unesp, Unicamp, FUSP e a Faculdade de Medicina da USP também estão arrecadando água potável e material de limpeza, até o dia 8 de maio, quarta-feira, para encaminhar à Defesa Civil. As doações podem ser levadas na Avenida Professor Ernesto de Moraes Leme, nº 40, na Incubadora USP/Ipen do Butantã.
Outras entidades e organizações de direitos humanos e voluntariado estão se mobilizando para receber doações. Caso opte por alguma dessas opções, prefira doações em mantimento e certifique-se de que as unidades e postos de coleta em sua cidade são confiáveis.
Voluntários
A Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul está convocando profissionais da saúde que possam auxiliar como voluntários na tragédia. Médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, entre outros profissionais interessados devem se dirigir a hospitais e unidades de pronto atendimento para o cadastro.
O Hemocentro de Porto Alegre também sofre risco de desabastecimento de estoques de sangue. Por isso, o Departamento de Estadual de Sangue e Hemoderivados faz um chamado à doação de sangue de todos os tipos, no hemocentro da capital (Avenida Bento Gonçalves, 3.722 - Porto Alegre). O agendamento pode ser feito pelo telefone (51) 3339-7330 ou pelo WhatsApp (51) 98405-4260.
Leia mais:
![]() |
Clique aqui para ler a matéria |
![]() |
Clique aqui para ler a matéria |
terça-feira, 24 de janeiro de 2023
Instituto Vladimir Herzog solidariza-se com coronel perseguido pelo Exército
quarta-feira, 22 de abril de 2020
"Holocausto nunca mais" e "Solidariedade salva vidas": as frases projetadas nas torres do Congresso Nacional
sexta-feira, 15 de março de 2019
Jair de Souza: Senhor da guerra é para milicianos, não para Jesus e seguidores sinceros
sábado, 22 de abril de 2017
Algumas razões para não ir a Curitiba ao encontro de Lula
Em segundo lugar, porque um depoimento não pode se transformar em um cavalo de batalha.
Que os calvos nos desculpem a expressão, mas todo mundo está careca de saber que quem está se dando bem com a politização da justiça, com a decisiva ajuda da parte mais venal e hipócrita da mídia - é a direita.
Se Lula for abertamente hostilizado, ou alguma coisa injusta acontecer com ele, em Curitiba, o fato de ele estar enfrentando, sozinho, a situação, representará um tiro pela culatra para aqueles que querem enfraquecê-lo, fortalecendo, institucionalmente o seu papel, e ressaltando a injustiça e o arbítrio contra ele, não apenas junto à opinião pública nacional, mas aos olhos do mundo.
Em terceiro lugar, porque vai se dar ao Sr. Sérgio Moro mais importância ainda do que ele já pensa que tem, o que o discreto - e modesto - magistrado, ao ver as pessoas se digladiando, na rua, em sua defesa - poderá acabar achando uma maravilha.
Em quarto lugar, porque os fascistas estão desesperados com a consolidação de Lula nas pesquisas, apesar do massacre midiático cotidiano, e precisam de um fato novo, chocante e contundente, aos olhos da maioria da população, para tentar mudar esse quadro.
Quando tem gente que está louca para produzir um confronto, pode até se armar um atentado, para acusar o adversário de estar por trás dele.
Ou, no mínimo, existe o risco de que se tente infiltrar sabotadores e vândalos no lado pró Lula, para atacar, vestidos de vermelho - quando é que esse pessoal vai entender que o uso do verde e amarelo não é prerrogativa oficial da direita?- as forças de segurança presentes e desaparecer logo depois na multidão, justificando todo o tipo de violência que venha a ocorrer em seguida.
Essa é a tática que foi usada pra engrossar as estúpidas manifestações de 2013 e 2014, no Brasil, que está sendo usada na Venezuela, e que foi adotada na Ucrânia e na maioria dos países árabes, no início da tal “primavera” que os mergulhou no inferno de destruição, miséria e guerra em que se encontram agora.
Ou alguém duvida que, em caso de confronto, com a mentalidade predominante atualmente na polícia, na justiça, no ministério público, as vítimas vão ficar todas de um lado e as simpatias - e as armas - todas do outro?
A recente condecoração, no Dia do Exército, com a máxima condecoração da Força Terrestre, de um jornalista que se deu ao trabalho de escrever um livro diminuindo o papel da FEB na Itália - publicamente criticado, quando de seu lançamento, pelo Comandante do Segundo Exército, General Sebastião Ramos de Castro - e de um magistrado que, com a sua atuação, está colocando em risco projetos estratégicos de material de defesa que levaram décadas para voltar a ser executados em nosso país, são significativos dos estranhos tempos que estamos vivendo.
Se, no lugar de aceitar provocação - a começar a do próprio juiz que pretende obrigar Lula a assistir ao depoimento de todas as suas dezenas de testemunhas de defesa - e ir para as ruas em Curitiba, as pessoas que estão se preparando para viajar para lá tivessem defendido a governabilidade e a democracia nas redes sociais, desde o início desse processo nefasto, em 2013, com o mesmo denodo e empenho, o fascismo jurídico-midiático não teria chegado ao ponto que chegou, a - suposta - luta contra a corrupção não teria se transformado em um amplo movimento pela antipolítica, Dilma não teria caído e Lula não estaria depondo nas condições em que irá depor no início do mês que vem em Curitiba.
A guerra pela Democracia, a Constituição e o Estado de Direito, para males do debate livre e benefício do pensamento único imperante, foi perdida na internet, que continua praticamente vazia de comentários, nos espaços ditos "neutros", de gente que está incomodada com o que está ocorrendo com o país.
E ela - infelizmente para aqueles que desprezam a persistência e o planejamento - só poderá ser vencida se for travada no mesmo espaço, com garra, paciência, serenidade, informação e coragem.
Isso, se as pessoas entenderem que é preciso se mobilizar - inteligentemente - tanto do ponto de vista dialético como do jurídico - como mostrou a indenização que Chico Buarque recebeu recentemente por ter sido caluniado.
E não esquecerem que é preciso correr contra o tempo para se evitar a ascensão de um governo radical e fascista no Brasil, já que resta menos de um ano para se tentar vencer a batalha da opinião pública, na defesa da democracia, da liberdade, do voto, da República e das instituições, até que seja dada, oficialmente, em meados de 2018, a decisiva largada da campanha para as próximas eleições presidenciais."
***
quinta-feira, 26 de janeiro de 2017
Seleção brasileira vence a Colômbia no jogo em tributo à Chapecoense
sexta-feira, 4 de setembro de 2015
Solidariedade - Bayern oferece abrigo, comida e aulas de alemão para refugiados em Munique

O clube pretende usar a estrutura das categorias de base para abrigar crianças, em ação conjunta com a cidade de Munique. O lugar onde ficarão os abrigados fica separado da parte de treinamento regular do time. O abrigo improvisado irá fornecer alimentação e aulas de alemão aos refugiados, para os ajudarem a se adaptar à Alemanha.
No dia 12 de setembro, no jogo contra o Augusburg, os jogadores do Bayern de Munique entrarão e campo com crianças refugiadas como uma forma de tomar posição sobre isso. O dinheiro doado para ajudar os refugiados, € 1 milhão, será arrecadado com um amistoso ainda planejado. “O Bayern está tomando uma posição e eu estou feliz com o envolvimento do clube”, disse o prefeito de Munique, Dieter Reiter. “É por isso que eu alegremente aprovei o apoio da cidade”, continuou.
A expectativa é que a Alemanha receba cerca de 800 mil imigrantes até o fim do ano, quatro vezes mais do que o país recebeu em 2014. A questão dos imigrantes se tornou importante na Alemanha, com muitos imigrantes vindos da Síria e de outros países, especialmente fugindo da pobreza e buscando asilo político.
As torcidas de quatro clubes alemães fizeram manifestação de apoio aos refugiados com mensagens de “Bem-vindos, refugiados” ou “Bem-vindos à Alemanha”. A Federação de Futebol Alemã (DFB) divulgou uma mensagem condenando os ataques aos refugiados nas suas acomodações na Alemanha, assim como condenou também a xenofobia. A entidade planeja um amistoso chamado “Refugiados Unidos” na próxima semana com funcionários da federação para arrecadar fundos."
***
sexta-feira, 3 de julho de 2015
Em tempos de intolerância e anti-humanismo, um gesto de SOLIDARIEDADE
no G1
Uma das vítimas do assalto a um ônibus na manhã desta quarta-feira (1) na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, socorreu o criminoso que a roubou após ele ser baleado por um policial civil que reagiu à ação. A médica Simone de Souza contou ao RJTV que o assaltante tinha acabado de roubar a carteira dela, mas que não hesitou, nem hesitaria, em socorrer qualquer pessoa.
O trajeto que Simone faz todos os dias de ônibus pro trabalho foi interrompido por um assalto às 6h30. Ela estava no primeiro banco, bem atrás do motorista e viu quando três assaltantes entraram. Um deles estava com uniforme de frentista.

“Na hora [um dos assaltantes] botou arma na cabeça do motorista e disse que era assalto e que motorista não fizesse nada”. Lembra a médica. Além de pistolas, os assaltantes tinham uma granada e faziam ameaças.
Um dos passageiros era um policial civil, que atirou nos criminosos. Um deles, depois de ser atingido, caiu no colo da médica. Todos os passageiros saíram do ônibus, mas Simone resolveu voltar para prestar socorro.
“Quando percebi que ele estava vivo, pedi para o policial me emprestar a luva. Me emprestou e pedi para ligar para os Bombeiro, que chegaram logo. E ele estava com vida ainda e onde tem vida medicina tem que atuar”, contou Simone.
O assaltante não foi identificado. Ele está internado sob custódia em estado grave.
Um vídeo feito pelo jornal O Globo mostra a reação de um policial militar diante do bandido ferido. O PM pisa na perna dele e ironiza. “Vai ver o capeta de perto”, disse o militar.
Outro assaltante levou um tiro na barriga e foi preso. Um terceiro fugiu.
A médica contou que esta foi a décima vez em que foi vítima de assalto. Mesmo assim, ela acredita que a violência da cidade tem cura.
“Antes de tudo, somos seres humanos e a gente tem que lutar pelo outro. A gente levanta bandeira de paz e tem que lutar pela paz, pelo outro, acreditar que dá para mudar. Tem gente que acha que eu não devia ter voltado [para socorrer o assaltante]. Opinião e juízo tem que ser respeitado. O importante é a gente seguir nosso coração. Enquanto a gente seguir nosso coração acho que a gente está no caminho certo. Voltei e voltaria de novo independente do julgamento que eu vou ter. Eu acredito no Rio, no carioca, no brasileiro. A gente tem jeito”, afirmou Simone.
A Polícia Militar informou que vai apurar a conduta do PM que pisou no assaltante baleado.
***
quinta-feira, 12 de junho de 2014
Sem teto da ocupação Copa do Povo comemoram decisão de Dilma
“Fui eu que construí esse barracão”, aponta satisfeito para o local onde ocorrem as reuniões do MTST, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, que coordena a ocupação. Jailton também montou uma pequena horta de plantas medicinais, que os sem teto chamam de farmácia popular.

Na Copa do Povo praticamente tudo é coletivo: banheiro, cozinha. Apenas os barracos com chão de terra batido, cobertos e forrados com plásticos pretos, onde os sem teto dormem, são privativos. Na maioria deles, só cabe uma cama. Alguns moradores cobrem os colchões com plásticos para evitar que a chuva molhe a espuma durante o período em que estão fora de casa.
Solidariedade
Quem está desempregado, ajuda nas oito cozinhas comunitárias distribuídas pelo acampamento. Rafael Leite, 25, pai de Kimberlly,de um ano e sete meses, levantou cedo para levar a filha na creche e correr para preparar o café da manhã de outras crianças e sem teto que vivem no acampamento. “Eu faço café da manhã, almoço. Cada um ajuda um pouquinho”.
Ele conta que algumas padarias doam pãezinhos. As outras refeições também dependem de doações: “arroz, feijão, tudo é doado”.
Sobre a decisão do governo federal de construir moradias populares no acampamento, ele brinca: “O terreno tava abandonado há 30 anos. A gente lutou muito, batalhou e agora sai essa notícia de que a gente ganhou o nosso pedacinho de chão. Agora é só felicidade. Vamos esperar sair os nossos apês”, afirma rindo.
Outra que não continha a alegria, era a aposentada Márcia Belarmina da Paixão, 51. Há 20 anos em São Paulo, a pernambucana sempre morou em favelas. Veio para a Copa do Povo porque o barraco onde vivia no Jardim Colonial corre risco de desmoronar. “Já perdi seis vezes a casa. O barro cai em cima e desmorona, é de madeira. Muita gente doou coisas, mas eu fui perdendo, perdendo. Já perdi tudo”, conta entristecida.
Quando estava na ativa, Márcia trabalhava como doméstica. O baixo salário não permitiu que o sonho da casa própria se concretizasse. “O dinheiro nunca deu pra comprar. Dilma eu te amo!”, exclama ao se referir à autorização, para a construção das moradias, dada pela presidenta.
Respiração ofegante e pernas inchadas não tiram dela a gana de conquistar o primeiro endereço, para ela, marido e três filhas. “Todos nós merecemos uma moradia digna. Lá onde eu vivo, não tem correspondência (correio não passa). Também tô muito feliz porque têm moradores de rua que estão vivendo aqui, vão conquistar uma casinha”, frisa. “Se eu pudesse chegar na Dilma, eu ia até lá (Brasília), pra dizer que eu amo ela.”
Ajoelhou para agradecer
A desempregada Dalva Souza, 37, conta que ficou tão emocionada quando recebeu a notícia, que chegou a ajoelhar no chão e chorar. “Abracei minha Vitória (a filha de um ano e meio) e agradeci a deus de joelhos. Chorei, bati os joelhos no chão. E tem de agradecer a Dilma também”, enfatiza.
Ela já teve casa, mas perdeu o imóvel quando se separou do marido. “Ajudei a construir e fui expulsa”, conta com os olhos marejados. Para ajudar no orçamento da nova família, Dalva toma conta de Gustavo, um menino da mesma idade de Vitória, filho de um casal de moradores do acampamento que trabalham.
No início da manhã desta terça, 10, ela levou o garoto para comer pão com manteiga em uma das cozinhas da ocupação. Quem serviu o bebê foi o cozinheiro desempregado, Daniel Lima Custódio, 25. O rapaz tem sobrevivido com o seguro-desemprego que recebe do último serviço.
Antes de mudar para a Copa do Povo, ele morava no Carrão, também na zona leste, mas o preço do aluguel, o trouxe para Itaquera. Daniel ficou sabendo da ocupação pela sogra. “Gosto mais dela, do que da minha mulher”, brinca.
A precariedade do acampamento não tira o ânimo dele. “Tomo banho frio, mesmo, não tem luz…” Na maior parte do acampamento não existe energia elétrica. Ele explica que para iluminar os barracos e as cozinhas à noite, os sem teto usam lanternas, lampiões e velas, de vez em quando, por causa do risco de incêndio.
Preocupado com a limpeza do ambiente, ele varre o chão de terra batido durante a conversa com a reportagem de Viomundo. A cozinha que administra, além de dois fogões e mesas, também tem um quadro emoldurado de uma paisagem pendurado em uma das madeiras que sustentam a estrutura. A água para lavar as louças é trazida em garrafas pet, que ele começa a organizar assim que termina de varrer o chão.
Um cartaz no interior do cômodo informa o horário em que as refeições são servidas. Café da manhã, das 8h às 10h, almoço, das 13h às 15h, café da tarde, das 16h às 17h, e janta, das 20h às 21h.
Baiano de Vitória da Conquista, o jovem conta que sempre pagou aluguel em São Paulo, onde vive há 18 anos. Mais reticente do que os colegas sem teto, Daniel afirma que “tava mais do que na hora de resolver o problema. Porque pra gastar bilhões em estádios, tem. Lá na Bahia o governo constrói casas, rapidinho, não é que nem o governo de São Paulo”, alfineta.
Vizinhos do Itaquerão
“Se algum gringo vier assistir o jogo no Itaquerão e quiser dormir no meu barraco, pode vir”, afirma Daniel ao oferecer solidariamente a habitação.
A maioria dos entrevistados pela reportagem do Viomundo é corinthiana e está duplamente alegre com a decisão do governo federal. Ao mesmo tempo em que vão conquistar um teto, se tornam praticamente vizinhos do estádio do time do coração.
“Sou corinthiana fanática. É um privilégio morar aqui. À noite nos dias de jogos, o Itaquerão fica todo iluminado”, revela a desempregada Gisleine Cristina dos Santos, 24, mãe de um menino de um ano e quatro meses.
Solteira, ela deixa a criança com mãe do pai criança, enquanto espera pelo teto. “Quando eu trabalhava, ganhava o salário mínimo e pagava R$ 350 de aluguel. Não dava pra me manter. Agora, não pagando aluguel vai dar. Vou conseguir arrumar um emprego. Deus abençoe a Dilma.”
“Nossa luta não é contra a Copa, contra o futebol, mas contra o dinheiro que foi gasto”, ressalta o corinthiano Daniel Rodrigues de Carvalho, 32. Desempregado, faz bicos como motorista de van esporadicamente. O orçamento minguado também o empurrou para a Copa do Povo. Assim como os demais sem teto, ele ocupa um dos milhares de barracos erguidos ao longo do terreno íngreme, que quando chove torna-se um perigo para quedas.
Ele recorda que frequentava o terreno, que deve se transformar em sua moradia, desde criança. “A gente vinha jogar bola no campo de futebol. Caçava passarinhos. Peguei uns tico-ticos aqui. Estou muito feliz com a notícia. É uma sensação de satisfação, de felicidade”, fala com os olhos marejados. “Conseguimos uma vitória, mas a guerra não acabou. A luta contínua”, pondera.
Imagem: reprodução/Viomundo/Foto: Caio Castor
sábado, 20 de julho de 2013
“Mais Médicos” – onde foi parar a solidariedade humana?
quarta-feira, 22 de maio de 2013
quinta-feira, 9 de maio de 2013
Não tenho tempo. Reveja seu ponto de vista.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
"A César o que é de César e a Deus o que é de Deus"
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
Inventaram a máquina que mede a generosidade das pessoas
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Amigos do Japão e Amigos do Paraná.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
SOS SANTA CATARINA.

Post relacionado: BRUSQUE (SC) PEDE SOCORRO.
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
BRUSQUE (SC) PEDE SOCORRO!


