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quinta-feira, 14 de março de 2024

As discussões irracionais sobre os lucros da Petrobras, por Luís Nassif

Por Luís Nassif, no GGN: Não há discussão mais irracional do que a polêmica envolvendo a Petrobras. Acusa-se o governo de intervir em uma empresa pública! Uma empresa pública, por definição, é uma empresa controlada pelo Estado. E, com tal, tem compromissos públicos. Obviamente, se é de capital aberto, tem obrigações com os acionistas, definidos pela Lei das Sociedades Anônimas e pelos estatutos da companhia.

www.seuguara.com.br/lucros da Petrobras/discussões/Luís Nassif/

Mas, respeitados esses limites, a orientação é dada pelo controlador, o governo. E a orientação é tanto mais legítima quanto mais legítimas forem as intenções do gestor em relação aos compromissos públicos da empresa.


A Petrobras é uma empresa estratégica. Fornece insumos essenciais para o funcionamento da economia. Mais que isso, é responsável por boa parcela do investimento público. Sua lógica pública é ajudar no desenvolvimento de setores da economia. Sua lógica, como empresa privada, é investir no desenvolvimento de tecnologias, na exploração de petróleo agora e na preparação para a transição energética.

É um conjunto monumental de responsabilidades em relação ao país e em relação ao seu futuro como empresa para o qual depende, essencialmente, dos seus resultados.


Há empresas privadas cujo objetivo do controlador é extrair o máximo possível de dividendos, gozar intensamente o presente e o futuro que exploda. Quando o controlador define como objetivo a ampliação dos investimentos, obviamente ele está defendendo a perpetuidade da empresa.

Uma empresa estratégica como a Petrobras, tem vários desdobramentos, dependendo da maneira como consegue resultados e como aplica seus lucros.

  1. Pode construir refinarias, reduzindo a dependência brasileira de importados e economizando divisas.
  2. Pode alavancar a construção de navios, através de suas encomendas a estaleiros nacionais, dinamizando inúmeras regiões do país.
  3. Pode incrementar a indústria de máquinas e equipamentos com suas encomendas.
  4. A construção de uma plataforma mobiliza desde indústria de máquinas equipamentos, motores, mobiliário entre outros setores.  
 
Caso o lucro seja distribuído como dividendos: 
  1. Parte vai para o governo e estará sujeito às restrições orçamentarias.
  2. Parte vai para os acionistas privados. 
É até ridículo comparar o impacto econômico das duas destinações. A primeira planta riquezas, gera emprego, estimula a economia. A segunda, ou para nas restrições orçamentárias ou serve apenas para enriquecer acionistas.


Quando um acionista adquire papéis de uma empresa pública, ele tem  em mente dois objetivos.

Tem a vantagem de ser uma empresa sem riscos, com previsibilidade, quase sempre atuando de forma monopolística. A desvantagem é que tem que cumprir funções públicas e o equilíbrio entre as duas missões cabe ao acionista controlador, o Estado.

Historicamente, ações da Petrobras - assim como as do Banco do Brasil, da Light - não eram expostas a jogadas especulativas.
Estavam em mãos de investidores conservadores, que as tratavam como uma poupança.


A imprudência do governo FHC, de abrir o capital na bolsa de Nova York, colocou a Petrobras nesse torvelinho especulativo. Aliás, os bravos procuradores da Lava Jato ajudaram a alimentar acionistas americanos nas ações coletivas contra a Petrobras; e ainda reservaram metade do dinheiro da tal Fundação para as ações coletivas internas, conduzidas pelo advogado Modesto Carvalhosa, seu parceiro político.

É hora de um mínimo de bom senso da parte da mídia, de entender a lógica de uma empresa pública de capital aberto. E de pensar minimamente no desenvolvimento brasileiro, em vez de montar lobbies para acionistas privados, em grande parte fundos estrangeiros. O que se pretende com esse terrorismo não é apenas desgastar o governo Lula. É derrubar o preço das ações da Petrobras para recompor na baixa.


                        

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sábado, 2 de março de 2024

Assassinato de famintos em Gaza e a falta de pudor do Jornal Nacional. Por Chico Alves

Por Chico Alves*, no ICL Notícias em 01/03/2024: Por muitas vezes, a imprensa brasileira foi cúmplice em episódios vergonhosos que marcaram história no noticiário local e também internacional. No âmbito doméstico, logo vem à lembrança a campanha sensacionalista contra Getúlio Vargas, que o levou ao suicídio; o apoio inicial ao golpe militar de 1964; a parceria nas atrocidades jurídicas da Lava Jato e a naturalização do extremista Jair Bolsonaro, que facilitou sua chegada ao poder. 

www.seuguar.com.br/Jornal Nacional/assassinato em Gaza/

No campo internacional, a imprensa local fez várias manchetes elogiosas a Hitler, no início de sua trajetória; apoiou o assassinato promovido pelos Estados Unidos na guerra do Vietnã e avalizou a falsa versão do governo norte-americano de que o Iraque foi o responsável pelo ataque às Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001.

A nova vergonha em curso é a cobertura do massacre que Israel impões à população civil de Gaza, usando os métodos mais cruéis de extermínio contra mulheres, crianças e doentes. Desde 7 de outubro, quando os terroristas do Hamas invadiram Tel Aviv, matando mais de mil pessoas e fazendo reféns cerca de 200, o grande veículos de mídia minimizaram a matança promovida em território palestino pelo governo de Benjamin Netanyahu.


Ontem, testemunhas relataram a ação de militares israelenses que atiraram contra palestinos famintos na fila da comida. Atingidas pelos disparos ou pisoteadas pela multidão que fugiu do ataque, 112 pessoas morreram.

O episódio chocou o mundo, mas não os responsáveis pelo principal telejornal brasileiro.

Líder de audiência, o Jornal Nacional, chamou dessa forma a notícia em sua abertura, na voz de Renata Vasconcelos: 


"Um tumulto na entrega e ajuda a palestinos deixa dezenas de mortos e feridos na Faixa de Gaza".

Isso mesmo, um "tumulto" foi o motivo das mortes, para o Jornal Nacional.

Aparentemente um mero problema de logística causou a tragédia. 


Na apresentação da matéria, o mesmo "tumulto" voltou a ser acusado pelas mortes. Nos 3 minutos e 30 segundos da reportagem, a fala do porta-voz do governo de Israel prevaleceu amplamente e apenas três frases foram concedidas a autoridades que acusaram as forças israelenses pelo massacre, rápidas citações ao Hamas, a Mahmoud Abbas e ao embaixador palestino nas Nações Unidas. Mas de 90% do tempo foi dedicado a desviar o foco do horror causado pela matança.


O jornal Estado de São Paulo seguiu esse caminho ignominioso e estampou a chamada na primeira página segundo a qual "Morte na fila da ajuda em Gaza trava possível trégua, diz Biden". O texto abaixo começa dizendo que "segundo Israel, vítimas morreram pisoteadas".


O Globo optou por caminho diferente do Jornal Nacional e manchetou que "Mais de cem palestinos são mortos ao buscar ajuda humanitária" e, de forma correta, cita no texto que Hamas e testemunhas acusam ataque a tiros de Israel.

A abordagem mais condizente com a crueldade do episódio foi a da Folha de São Paulo, que não teve meias-palavras: "Israel atira em multidão à espera de comida em Gaza".


Infelizmente, como sabemos, a maior parte da população brasileira se informa através da TV. O número de leitores que buscarão pela leitura nos jornais impressos ou mesmo redes sociais os detalhes do assassinato de palestinos na fila da comida é bem menor do que o número de telespectadores que assistiram ontem à apresentadora e a repórter do JN se desdobrando para minimizar o fato.

E assim, mais uma vez, gigantes da imprensa nacional (a TV Globo e o Estadão) atuam para desinformar o público brasileiro sobre um importante momento da história.

pode-se dizer que são cúmplices da barbárie?


*Chico Alves é jornalista, por duas vezes ganhou o Prêmio Embratel de Jornalismo e foi menção honrosa no Prêmio Vladimir Herzog. Foi editor-assistente na revista ISTOÉ e editor-chefe do jornal O DIA. É co-autor do livro "Paraíso Armado", sobre a crise na Segurança Pública no Rio, em parceria com Aziz Filho. Atualmente é editor-chefe do site ICL Notícias.

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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

O BBB do holocausto sobre as declarações de Lula, por Luís Nassif

Por Luís Nassif, no GGN: o banzé montado em cima das declarações de Lula - invocando o Holocausto como um maneira de radicalizar as críticas contra o genocídio de Gaza - tem o claro intuito de desestabilizar o governo. Não há outra explicação para esse carnaval no qual colunistas se vestem com as lantejoulas da adjetivação forte para aparecerem na passarela da mídia. Perto desse show de vaidades vazias, o BBB parece uma reality de pessoas maduras.

www.seuguara.com.br/declarações de Lula/holocausto/

Os fatos centrais são deixados de lado:

  1. O genocídio de Gaza, que vitima mulheres e crianças, destrói escolas, universidades e hospitais e deixa clara a intenção de expulsar 2 milhões de pessoas de Gaza
  2. A inércia do mundo ocidental, a ponto de dezenas de países interromperem ajuda humanitária porque supostamente se descobriu que meia dúzia de funcionários da ONU seriam simpáticos ao Hamas.
  3. A humilhação que a chancelaria de Israel submeteu o Brasil (o Brasil, sim seus viralatas!) ao levar o embaixador brasileiro ao museu do Holocausto e gravar a humilhação a que ele foi submetido.
Com raras exceções, vira-latas mesmo! Na linha de frente, colunistas sem nenhuma noção sobre soberania nacional, sobre os rituais da diplomacia, analfabetos em geopolítica, colocando-se como um professor Girafalaes arrotando lições a Lula e deixando passar em branco o ataque à soberania nacional perpetrado pela chancelaria de Israel. Atrás, o coral dos colunistas secundários aplaudindo a comissão de frente, rápidos em engrossar o cordão dos puxa-sacos, porque conta pontos junto às respectivas empresas de comunicação. No meio, vozes minoritárias tentando exercitar um mínimo de jornalismo.

Qual a intenção dessa tentativa clara de desestabilizar o governo Lula? O fator Milei. Não bastou o desmonte do estado, perpetrado a partir de Michel Temer. Não bastaram as 700 mil mortes na pandemia, a tomada do poder pelas milícias de Bolsonaro e pelos golpistas de Braga Netto. Não bastaram o desmonte de estatais, as negociatas com refinarias. Agora se quer o fim da saúde pública, da educação pública. E o holocausto serve de álibi.

Não bastam as concessões ao mercado, o arcabouço fiscal e a missão impossível do déficit zero, o extremo cuidado do BNDES para tirar leite de pedra e montar fundos de investimento com capital privado, a reconstrução da saúde e da educação. Dia desses, dois dos jornalões saíram com editoriais criticando os gastos brasileiros com... educação!

  • No mundo: O Brasil ocupa a 45ª posição entre 178 países, em gastos com educação como proporção do PIB, de acordo com o Relatório Mundial de Competitividade 2023 do IMD.
  • Na América Latina: O Brasil ocupa a 6ª posição entre 18 países, de acordo com o Panorama Social da América Latina 2022 da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL).
  • Na OCDE: O Brasil ocupa a 36ª posição entre 38 países, de acordo com o Education at a Glance 2023 da OCDE.  
E os jornalões criticando os gastos com educação.

Depois, abriram manchetes para o pedido de impeachment de Lula pelo partido Novo, por ter enviado uma ajuda humanitária brasileira ao departamento da ONU que ampara as vítimas da Gaza!


E porque isso? Porque querem uma Petrobrás privatizada, querem o fim do ensino público, querem o fim do SUS, dos últimos bancos públicos. E não se envergonham de compor uma frente com garimpeiros, milicianos, militares golpistas, pastores neopentecostais que se apropriam das verbas assistenciais.


Repito o artigo de ontem à tarde, no auge das manifestações contra Lula: 

Há um conjunto de elementos para se acreditar em uma tentativa de pacto entre o crime organizado, o garimpo e igrejas neopentecostais para reorganizar a aliança que elegeu Jair Bolsonaro.

www.seuguara.com.br/declarações de Lula/holocausto/política/

Os indícios são muitos: 

  1. O importante "De olho nos Ruralistas" mostrou as conexões históricas entre Valdemar da Costa, presidente do PL, e o garimpo. O artigo foi reproduzido no ICL. O mesmo fez a UOL.
  2. Há tempos, Aldo Rebelo vem defendendo, junto aos militares, a exploração do garimpo na Amazônia como um ato de afirmação nacional. Hamilton Mourão já criticou o controle do garimpo em terras yanomami. General Heleno autorizou garimpo em Roraima. A Polícia Federal confirmou o boicote do Exército em ação contra o garimpo no Pará. A PF prendeu um general três estrelas que extorqui garimpeiros. Em 2020, o Ministério da Defesa proibiu uma ação do Exército contra o garimpo.
  3. leve-se em conta que o garimpo - e o jogo de bicho - forma os setores oferecidos aos membros dos porões, quando veio a redemocratização.
  4. No momento, há um movimento que pretende formar uma frente PL-MDB-PSD entre outros para fazer oposição a Lula. Segundo a Folha, o MDB lotou de lideranças a posse de Aldo como Secretário do prefeito Nunes de São Paulo. S e essa frente se consolida e elege o sucessor de Arthur Lira - com David Alcolumbre como presidente do Senado - acaba o governo Lula e qualquer pretensão de normalização democrática.
  5. Na outra ponta, o hoje inexpressivo Roberto Mangabeira Unger, reeditando os velhos vendedores de Bíblias do Velho Oeste, coloca seu projeto de país nas costas e sai vendendo - agora, para o próprio Bolsonaro.
  6. E a mídia avança em dois temas nítidos. O primeiro, a hiper-dramatização da fala de Lula, comparando Gaza ao Holocausto. Só a Folha de hoje traz 11 (onze) matérias sobre o tema.
  7. O segundo tema são os ataques diários dos jornalões - especialmente nos editorais - a Alexandre de Moraes. Jornais, como o Estadão, que saudaram a prisão preventiva de Lula, hoje utilizam o garantismo como arma de guerra contra o Supremo. Mesmo sabendo que Alexandre foi o grande defensor da democracia, inclusive correndo riscos de vida. Não fosse sua coragem e firmeza, Bolsonaro e seus militares certamente já teriam imposto censura à imprensa. Mas a imbecilidade brasileira é galopante.
É mais do que hora de Lula construir pontes políticas como a sociedade. O caminho é óbvio: um pacto de desenvolvimento e de governabilidade com a indústria e a produção - por tal entendendo-se a extrema rede de federações empresariais (da economia real), cooperativismo, agricultura familiar. A política industrial tem que ser conduzida diretamente pelo presidente da República.


Ou Lua se movimenta rápido, encontra uma marca para seu governo, reconstrói alianças com setor privado - depois da destruição das empreiteiras pela Lava Jato -, ampara-se no poder político das indústrias. Ou, em breve, o Brasil voltará aos caos e à destruição que caracterizaram o governo Bolsonaro. O antipetismo visceral fez a mídia bosonarar novamente.

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quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

A lógica bolsonarista e o editorialista da Folha, por Luís Nassif

Por Luís Nassif, no GGN: Há duas maneiras de enfrentar um tema polêmico. A primeira, é estudando, entendendo a lógica do tema e desenvolvendo argumentos consistentes para rebatê-lo. Se não tiver condições, crie um espantalho, uma caricatura do argumento, e espanque à vontade: espantalhos não reagem.

www.seuguara.com.br/editorial/Folha/bolsonarista/Luís Nassif/

É o que faz o inacreditável editorialista da Folha no editorial "Delírios petistas". Parece feito por um marciano que acabou de baixar na terra, sem nenhuma noção das grandes discussões econômicas que estão ocorrendo no mundo.


Hoje em dia, temas como políticas de austeridade dominam a discussão econômica mundial, através de autores do Nobel Joseph Stiglitz à jovem Clara Mattei. A lógica da política, visando beneficiar exclusivamente o grande capital e abortando qualquer tentativa de desenvolvimento é objeto de discussão geral. Atribui-se a ela a perda de dinamismo da economia norte-americana, o sentimento de orfandade da população em geral, em relação ao Estado, e, em última instância, o avanço da ultradireita mundial. Não é pouca coisa.


Os contra-argumentos levantados é que o equilíbrio macroeconômico aumenta a confiança do capital que volta ao país. Aí haveria outro argumento mostrando que esse capita financeiro não aumenta a capacidade produtiva do país: limita-se a operações de arbitragem. 

Enfim, há uma discussão rica e interminável, disponível para economistas de bom nível.

Sem nível para entrar nesses meandros teóricos, o que faz o editorialista da Folha? Recorre a uma caricatura das críticas, para poder responder com uma caricatura de argumentos. E o leitor? Cada jornal conhece o leitor que merece. 


Diz ele: 

"Na fantasia do PT, apenas interesses perversos e forças malignas o impedem de solucionar todas as carências do país - em renda, educação, saúde, saneamento, infraestrutura - por meio do aumento contínuo do gasto público". 

Uma bobagem sem tamanho! Meio ponto da taxa Selic equivale a quase 0,5% do superávit primário. Ao mencionar "interesses perversos e forças malignas", assim entre aspas, o articulista visa apenas trazer a discussão para o nível de conversa de bar, como se ganhos do mercado com s os ganhos do mercado com tal política não passassem de superstição - e isto em um jornal que já foi dos mais relevantes do país. 


Ele cria a caricatura e rebate com a presunção vazia dos sofismadores:

"Por caricatural que pareça, o delírio se repete, em formulações variadas, nas manifestações de seus quadros e nos inúmeros documentos divulgados ao longo dos mais de 40 anos de vida do partido. No mais recente, datado de sexta-feira (8), a legenda arremete contra "a ditadura do Banco Central 'independente' e do austericídio fical".


"O tal austericídio, sabe-se, é a meta apresentada pelo próprio governo petista de equilibrar as receitas e despesas do Tesouro nacional no próximo ano, eliminando o déficit. Esse propósito seria uma imposição de um BC atrelado ao mercado financeiro, de rentistas e, claro, seus porta-vozes na mídia".

É óbvio! Não existe nada mais ostensivo e óbvio que a ideologia de mercado propagada essencialmente pela mídia. E nenuma interferência mais direta do mercado do que o Banco Central independente.


Só a mídia brasileira para permitir um editorial com tal grau de superficialidade, naquele que, nos anos 90, era considerado o mais influente jornal nacional. Hoje, conversa com seus leitores com a mesma sem-cerimônia de um influenciador bolsonarista com seu gado.

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sábado, 15 de julho de 2023

Congresso em Foco tira do ar entrevista de ex-mulher de Lira por decisão judicial

Congresso em Foco: O juiz Jayder Ramos de Araújo, da 10ª Vara Civil de Brasília, determinou a retirada do ar de uma entrevista concedida ao Congresso em Foco por Jullyenne Lins Rocha, ex-mulher do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A decisão, em caráter liminar, atende a pedido do próprio Lira, que entrou Na Justiça com uma ação por danos morais contra Jullyenne e o portal UOL, parceiro comercial e provedor de hospedagem deste site. O portal destacou a entrevista em sua homepage no dia 25 de junho de 2023.
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sexta-feira, 19 de maio de 2023

Lava Jato, o mais degradante episódio da história da mídia nacional, por Luís Nassif

Por Luís Nassif, no GGN: No dia 20 de dezembro de 2019, uma reportagem, de Ricardo Balthazar, na Folha, deu o melhor raio-x da mais abjeta cobertura da história do jornalismo brasileiro, um episódio que manchou indelevelmente a imagem de veículos, jornalistas, Ministros do Supremo, procuradores, delegados da Polícia Federal mas, especialmente, da mídia.
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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Sincericídio, por Izaías Almada

Por Izaías Almada*, no GGN: Amigo leitor, cuidado! A sinceridade pode se transformar em sincericídio. Em outras palavras: dizer a verdade sobre determinadas questões, mesmo considerando as leis da dialética que nos ensinam a entender a teoria dos contrários, pode nos expor e nos transformar em alvos da maledicência, do preconceito, do ódio. Sobretudo agora com essas maravilhosas "redes sociais"...

www.seuguara.com.br/sincericídio/Izaías Almada/

Pode existir uma sinceridade falsa?

"Fulano é sincero, fala tudo que pensa ali, na lata..."

Shakespeare, em muitas de suas peças, abordou o assunto com maestria e precisão. Macbeth, Rei Lear, Othelo, Julio Cesar, Hamlet... Ser ou não ser, eis a questão! Sinceridade ou falsidada? Verdade ou mentira? 

Será a sinceridade uma qualidade do ser humano? Em meu modesto ponto de vista sobre a questão, penso que sim, é uma qualidade, mas...


Nos tempos que nos são dados para viver, nessa época de tantas notícias falsas, cujo resultado será cada vez mais gerar a dúvida entre as pessoas, a sinceridade pode se tornar perigosa, pois quando se trata de dividir a riqueza produzida pelo homem, praticar a justiça social, o buraco é mais em baixo.

Perguntem aos proprietários das Lojas Americanas, senhores formados na quintessência do capitalismo neoliberal, alunos do norte americano Bernie Madoff: farinha pouca meu pirão primeiro! 


Aos poucos, no dia a dia, rádios, canais de televisão, jornais, revistas e, sobretudo, as maravilhosas redes sociais vão nos empurrando goela abaixo verdades e mentiras nos noticiários e análises feitas sobre o momento político no Brasil e no mundo, aonde as dúvidas vão se amontoando e já não sabemos discernir onde está a verdade ou a mentira de determinado fato ou acontecimento.


"A China está espionando os Estados Unidos através de balões", "Putin quer provocar a terceira guerra mundial", "Bolsonaro afirma que em seu governo não há corrupção" e vai por aí afora. Se os principais órgãos de informação mundial dizem, aí então é a pura verdade...

Não é assim, caro leitor? Alguma dúvida? 


E aquela senhora que disse ter visto Jesus Cristo numa goiabeira? Foi eleita senadora pelo Distrito Federal, rsrsrs... Quanta ingenuidade, quanta ignorância!

Agora, o que interessa mesmo não vem ao de cima. Por que será? Fiquemos com um único fato exemplar: quem mandou matar Marielle?

Sobre essa verdade, ainda não resolvida, nem o novo governo que tomou posse em janeiro ainda disse a que veio.


Termino por dizer aos analistas, críticos de ocasião e jornalistas da "reconciliação democrática brasileira" após a tragédia do litoral norte de São Paulo: Senhores, a democracia brasileira só existirá e se solidificará no momento em que o país resolver seriamente eliminar as vergonhosas diferenças sociais que acompanham a nossa história desde a chegada de Cabral ao litoral baiano em 1500.

Verdade ou mentira?



*Izaías Almada é romancista, dramaturgo e roteirista brasileiro nascido em BH. Em 1963 mudou-se para a cidade de São Paulo, onde trabalhou em teatro, jornalismo, publicidade na TV e roteiro. Entre os anos de 1969 e 1971, foi prisioneiro político do golpe militar no Brasil que ocorreu em 1964. 

Imagem: reprodução

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quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Os recados dos militares ao público via jornal de direita

Redação/GGN: A rede de informação bolsonarista tem no jornal paranaense Gazeta do Povo um de seus importantes componentes por seu comprometimento com o agora ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e as forças militares.
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segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Xadrez da intentona militar, por Luis Nassif

Por Luis Nassif, no GGN: Peça 1 - as peças do jogo militar - à medida que os fatos vão se somando, fica cada vez mais claro que a intentona de 8 de janeiro foi uma tentativa de golpe militar, assim como o bolsonarismo foi apenas uma capa para a tomada de poder pelas Forças Armadas.
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segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Lula, a nova paixão da Globo, por Luiz Nassif

Por Luiz Nassif, no GGN: Grande cronista, e anticomunista ferrenho, em muitas de suas crônicas dos anos cinzentos, Nelson Rodrigues saudava Roberto Marinho. Dizia ele que O Globo era o único jornal em que os jornalistas seguiam a linha definida pela casa. De fato, Roberto Marinho e "meus comunistas" - como eram tratados por Marinho - viviam em perfeita harmonia, seguindo uma máximo pacificadora: o dr. Roberto mandava, eles obedeciam.
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terça-feira, 6 de dezembro de 2022

Lula às voltas com o capital financeiro. Por Paulo Nogueira Batista Jr.

Paulo Nogueira Batista Jr., em colaboração para o Tijolaço: Só o Lula mesmo! Imagine, leitor, a eleição de 2022 sem ele na disputa. Estaríamos neste momento diante de mais quatro de desastre e desagregação. Agora, leitor, imagine o dificílimo quadro pós-eleitoral sem Lula. Digo isso sem nenhuma satisfação ou idolatria. A nossa dependência em relação a um só homem é altamente problemática. Muito pior do que a dependência da seleção brasileira jamais foi em relação a Neymar.

www.seuguara.com.br/Lula/capital financeiro/política/

Nietzsche dizia que a capacidade de suportar sofrimento é o que determina a hierarquia. Lula tem essa capacidade em altíssimo grau. E é com ela que estamos contando (de novo!) para tentar superar os imensos desafios pós-eleição. Imensos porque a sociedade brasileira está profundamente degenerada. Não apenas os bolsonaristas estacionados em frentes aos quartéis ou bloqueando rodovias, mas grande parte das camadas dirigentes, do Congresso, do empresariado e da mídia. Há muitas exceções a isso, felizmente, mas o quadro geral é desolador.


O presidente eleito enfrenta, ao mesmo tempo, pelo menos três blocos hostis a ele e ao que ele representa: a extrema direita (rebelada contra o resultado das eleições com apoio de parte das Forças Armadas), a direita fisiológica que domina o Congresso (o chamado Centrão) e, last but not least, o capital financeiro. Este último, referido impropriamente como "mercado", tem estreita ligação com a finança internacional e domina amplamente a mídia tradicional, que em geral vocaliza de modo automático e monótono seus interesses e preconceitos. A direita fisiológica e o capital financeiro são mais hipócritas e disfarçam sua hostilidade, mas ela é real e não deve ser subestimada.


Evidentemente, os três blocos não são estanques. Colaboram com frequência, e não raro ativamente. Aliaram-se, por exemplo, para patrocinar a devastação bolsonarista. Agora tentam inviabilizar ou capturar o novo governo. Estou exagerando? Não creio.

O bloco mais perigoso talvez seja aquele formado pelo capital financeiro e a mídia tradicional. É dele que gostaria de falar um pouco hoje.


Para além do óbvio - o nexo dinheiro/poder/influência - o perigo reside no fato de que boa parte desse bloco embarcou na famosa Arca de Noé do Lula. Em outras palavras, aderiu à frente ampla formada para derrotar o bolsonarismo nas eleições. Agora querem cobrar caro pela sua participação. Era previsível.

Imediatamente depois das eleições, sem dar tempo para a poeira baixar, promoveu-se uma campanha midiática para intimidar e enquadrar o presidente eleito. E a campanha continua. Uma verdadeira inquisição financeira, como notou Luiz Gonzaga Belluzzo.


O mote é a "responsabilidade fiscal" e as supostas indicações que Lula teria dado, depois da vitória eleitoral, de não entender a importância desse princípio. Ora, ora, nada que Lula tenha declarado depois das eleições diverge do que ele disse, repetidamente, durante a campanha. Ou ele não avisou, várias vezes, que não conviveria com o teto constitucional de gastos? E que o enfrentamento da crise social seria a prioridade número 1 do seu governo?


O debate econômico quase desapareceu da mídia tradicional. Há muito tempo. O que se tem, na maior parte do tempo, é a repetição monocórdia de uma mesma mensagem, dos mesmos slogans, transmitidos por economistas e jornalistas a serviço da turma da bufunfa. Não são muito frequentes os lampejos de inteligência ou criatividade. Como dizia Nelson Rodrigues, subdesenvolvimento não se improvisa. É obra de séculos.


O que está por trás do barulho todo? Em uma frase: o capital financeiro quer povoar o futuro governo Lula de funcionários do status quo. Como Lula não entregou, ou ainda não entregou os pontos, o barulho continua. Temos de tudo: entrevistas, editoriais, noticiário editorializado, opiniões, artigos e, de quebra, cartas abertas ao presidente eleito. O Banco Central já está sob comando do capital financeiro, graças à lei de autonomia,  aprovada durante o governo Bolsonaro. Não é o suficiente, porém, para eles. Querem também o comando do Ministério da Fazenda e tentam induzir o presidente Lula a colocar lá alguém palatável, que não desafie seus interesses e privilégios. Alguém que dance conforme a música.


No entorno de Lula, no campo da esquerda ou da centro-esquerda, há muita gente de alto nível e espírito público. Por outro lado, há também gente ansiosa para agradar e se mostrar "responsável", buscando viabilizar projetos individuais de poder. Instala-se assim uma race to the bottom, um nivelamento por baixo, com algumas pessoas disputando para ver quem se mostra mais confiável aos olhos do capital financeiro e da mídia corporativa.


É a síndrome de Palocci. O que o capital financeiro busca, na verdade, é um novo Palocci, E seus representantes manifestam, abertamente, o desejo de que Lula 3 seja parecido com o Lula 1, isto é, aquele Lula dos anos iniciais de governo, mais dócil, enquadrado, com Palocci na Fazenda e Meirelles no Banco Central. Meirelles era um típico executivo do mercado financeiro, mais ou menos equivalente a Roberto Campos Neto, o atual presidente do Banco Central. Palocci era um político do PT que se viabilizou dando todas as garantias de que nada faria contra os poderes estabelecidos. E copiou descaradamente a política que vinha sendo seguida por seu antecessor, Pedro Malan, o ministro da Fazenda de Fernando Henrique Cardoso - sem nunca pagar os devidos direitos autorais. Colheu todos os elogios da Faria Lima e da mídia. Deslumbrou-se. E terminou  melancolicamente, na traição mais abjeta. 


Lula prometeu que voltaria "para fazer mais e melhor". Não conseguirá se perder o controle da área macroeconômica do governo. 


Imagem: reprodução


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terça-feira, 15 de novembro de 2022

Xadrez da chantagem do tal mercado, por Luís Nassif

Por Luís Nassif, no GGN: Peça 1 - o que é o tal mercado - Nem se fale do ridículo do tal mercado fazer subir o dólar e a Bolsa e o movimento refluir no dia seguinte. Foi um vexame maior do que os bloqueadores de estradas. Mas é interessante entender esse jogo de forças. O que a mídia chama de "mercado", que os jornalistas tratam como entidade mítica, impessoal, na verdade trata-se de um clube de operadores -

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quarta-feira, 6 de julho de 2022

Bolsonaro, de volta à "Globo-Lixo". Por Fernando Brito

Publicado por Fernando Brito, no Tijolaço: Jair Bolsonaro, informa, o UOL, está tirando de seus fanáticos o argumento de dizer que o desgaste de sua imagem é produto da "vingança" da Globo - ou "Globo-Lixo", como a chamam, não sem doses de razão - por ter perdido as verbas de publicidade com que era blindada em outros governos.
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sábado, 25 de junho de 2022

Por que é incorreto afirmar que institutos de pesquisas "erram" resultados eleitorais

AFP/Brasil: Publicações que circulam desde 14 de junho de 2022 somando mais de 550 mil visualizações nas redes sociais indicam supostos erros ou manipulações em levantamentos feitos por institutos de pesquisa no Brasil. A comprovação disso, segundo usuários, seria a falha na previsão de resultados nas eleições gerais de 2018. Mas especialistas explicaram ao AFP Checamos que pesquisas são diferentes de prognósticos, e que servem na verdade, para descrever como está a opinião pública em um momento específico: o espaço de tempo delimitado na pesquisa.

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sábado, 18 de junho de 2022

Para culpar Lula, Folha tortura o direito e o jornalismo. Por Mario Vitor Santos

Por Mario Vitor Santos*: A Folha, mais antipetista dos veículos "imparciais" brasileiros, coloca agora também na rua o estribilho a ser tocado pelo bolsonarismo e seus aliados nestas eleições. O movimento envolve a criação de uma nova classe de cidadãos plasmada na medida para servir ao caso do ex-presidente Lula. Trata-se do sujeito "inocente, mas não inocentado".
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sexta-feira, 17 de junho de 2022

O incrível negacionismo do golpe. Por Eduardo Guimarães

Por Eduardo Guimarães, para o 247: Em 17 de junho de 2022, o site do jornal O Globo publica a manchete "Integrantes do governo admitem que Bolsonaro pode atuar para barrar eleições em risco de derrota iminente". Sim, esse período quilométrico é um título.
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segunda-feira, 7 de março de 2022

Sardenberg, as unanimidades e a síndrome do dedo-duro, por Luis Nassif

Por Luís Nassif, no GGN: A guerra Rússia x Ucrânia está sendo didática para expor como se dá o processo de formação de consensos na mídia nacional e global, impedindo o livre fluxo de opiniões. Nem se fale de um irresponsável sem noção, como o presidente da Ucrânia, exibindo-se em entrevista coletiva, falando do seu heroísmo: "se não fosse o presidente da República, estaria na linha de frente com meus soldados".
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domingo, 30 de janeiro de 2022

A Lava Jato e o desmonte da credibilidade da mídia, por Luis Nassif

Por Luis Nassif, no GGN: O artigo é polêmico. Nele, Márcio Chaer, do Consultor Jurídico, atribui à cobertura da Lava Jato parte das explicações para a grande mídia ter perdido 68% do leitores em 4 anos. No artigo, ele admite a existência de outros fatores. Mas a cobertura da Lava Jato foi o grande divisor de águas.
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quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Política: As mentiras da grande mídia contra Erenice Guerra, ex-ministra da Casa Civil

Publicado por Cintia Alves, no GGN: Erenice Guerra se considera "o primeiro instrumento" do golpe na democracia encampado por veículos da grande mídia em conluio com setores ligados ao Judiciário. Braço direito de Dilma Rousseff, que a indicou para ministra da Casa Civil de Lula, Erenice foi perseguida pelas autoridades e teve sua reputação assassinada a partir de ilações da revista Veja, que há anos fabrica escândalos de corrupção contra figuras proeminentes do PT.
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segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Política: Depois de uma "escolha difícil", Estadão chama PT de diabo

www.seuguara.com.br/Editorial/Estadão/Lula/Dilma/
Por Carolina Fortes, no Fórum: O bom desempenho do ex-presidente Lula nas pesquisas para a Presidência de 2022 começa a incomodar uma parte da mídia. Três anos depois de publicar "Uma escolha muito difícil", editorial que comparava Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (Sem partido), o jornal "O Estado de S. Paulo" divulgou um artigo de opinião em que chama o PT de "diabo" e diz que o partido "não se desculpa pelos seus erros".

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