quarta-feira, 25 de janeiro de 2023
sábado, 21 de janeiro de 2023
Bolsonarismo poderá organizar grupo mais poderoso que as milícias, por Luis Nassif
Por Luis Nassif, no GGN: Militares dos porões foram para a reserva e organizaram as milícias. Presos comuns conviveram com presos políticos, e nasceu o PCC. Havia matéria prima - os marginais esparsos - e, em determinado momento, houve a influência de grupos com experiência em organização, em discurso mobilizador. O Exército tina agentes informais, que colaboravam com o Exército - policiais, informantes, trazidos pela repressão para o serviço sujo. Quando veio a democratização, foram rifados, convidados a sair do Exército, mas com bônus - as linhas de ônibus urbano, regiões para oferecer serviços. Bolsonaro é filho direto dessa distorção.
Imagem/reprodução: Twitter |
O próprio PCC nasceu como o discurso de defesa das famílias de presos e dos próprios presos, expostos à violência dos presídios.
Agora se tem, em formação, a mais perigosa organização criminosa da história, a que nasceu dos escombros do bolsonarismo.
Eles têm militares ajudando na organização e planejamento e infiltrados nas Forças Armadas. Tem chefes regionais, lideranças de caminhoneiros, ruralistas, pequenos e médios empresários urbanos, e a pequena e grande marginalidade espalhada por todo o país. Tem financiadores, têm seguidores fanatizados. E têm um projeto muito maior do que as milícias e o PCC: a conquista do poder.
O governo Lula inicia com muitos desafios. Um deles, certamente não o menor, é cortar o mais rapidamente possível a cabeça dessa nova hidra. Lembremos, a propósito, um dos Doze Trabalhos de Hércules, da mitologia grega, no qual Hércules enfrentou a Hidra de Lerna, um mostro de sete cabeças. Cada cabeça cortada dava lugar a sete novas cabeças. Este é um dos maiores desafios do nosso Hércules, que felizmente não está sozinho nessa empreitada.
E sugerir ao ex-Ministro Nelson Jobim - principal responsável pela não-punição dos crimes da ditadura - que pare de pedir anistia e se dedique um pouco mais a estudar os processo de construção das organizações criminosas.
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quinta-feira, 19 de janeiro de 2023
Os recados dos militares ao público via jornal de direita
quarta-feira, 18 de janeiro de 2023
O bolsonarismo quis a guerra, e agora terá que arcar com a derrota. Por Leonardo Mendes
Por Leonardo Mendes*: O filósofo alemão Carl Schmitt escreveu boa parte de sua obra durante a república de Weimar - o período logo após a derrota da Alemanha na Primeira Guerra e a ascensão do nazismo ao poder - mas pode ser também ainda fundamental para entendermos o Brasil de hoje.
terça-feira, 17 de janeiro de 2023
Patriotismo hipócrita alimenta o terrorismo
segunda-feira, 16 de janeiro de 2023
Xadrez da intentona militar, por Luis Nassif
domingo, 15 de janeiro de 2023
Flávio Dino dá invertida em bolsonaristas nas redes sociais
sábado, 14 de janeiro de 2023
'Ninho de serpentes está nos quartéis'. Por Breno Altman
Por Breno Altman*: texto publicado em Folha de S. Paulo. A intentona golpista do dia 8 de janeiro não representou um plano de tomada imediata do poder. Tampouco se resumiu a um putsch de bolsonaristas lunáticos. Mais razoável entender esse acontecimento no bojo do processo decorrente da vitória eleitoral do presidente Lula, com a formação de acampamentos nas cercanias das instalações militares. Ali começa um movimento cujo objetivo era provocar caos e desordem, levando a operações de GLO (Garantia da Lei e da Ordem).
terça-feira, 10 de janeiro de 2023
8/1/2023: o dia da infâmia para não ser esquecido! "nunca más!" Por Lenio Luiz Streck
Publicado originalmente no Conjur, por Lenio Luiz Streck: Acompanhei pari passu os atos de terrorismo desde os primeiros momentos. Inacreditável o que se viu. Uma choldra, um valhacouto toma conta da capital federal. Umas uma súcia que tem gente por trás. Alguém financia.
domingo, 8 de janeiro de 2023
Quem não detiver a tragédia, dela será cúmplice. Por Fernando Brito
Publicado originalmente no Tijolaço, por Fernando Brito: Em todos os jornais, lê-se que se prepara uma nova onda de ações do bolsonarismo inconformado para criar tumultos em Brasília. Já trancaram as estradas do país, já surraram pessoas, já provocaram incêndios, depredações e armaram explosivos, o que mais falta?
Aliás, nada lhes falta, nem transporte, em ônibus fretados (e sequer revistados), nem abastecimento para se manterem à tripa forra, com carne farta parta seus churrascos - assista aqui como é farto o suprimento.
Não há mais desculpas para a vacilação diante desta aberta tentativa de ataque ao resultado das eleições. Teve-se toda a paciência com os desequilibrados, política e mentalmente, que poderiam estar ingenuamente metidos nesta mazorca.
Mas o que está acontecendo é uma vergonha e está certíssimo o ministro Flávio Dino ao dizer que "pequenos grupos extremistas não vão mandar no Brasil".
Não é possível aceitar tergiversações, como se tratasse ali de uma manifestação legítima e pacífica, como as que a democracia garante.
Não se pode, cinicamente, chamar para comandar as forças de segurança de Brasília justamente aquele que se omitiu criminosamente quando a cidade foi posta a arder por esta turba.
Visivelmente insuflado por financiadores que têm meios materiais e certeza da impunidade, não basta dizer que este movimento, agora, só reúne algumas centenas, porque continua sendo gente suficiente para provocar uma tragédia. Não adianta a desculpa de que a cada diz (sic) são menos porque, ainda assim, são em número suficiente para transformar intenções em gestos.
Nem basta que o governo federal, justamente por ser o alvo deste ânimo selvagem, seja o único a se mobilizar para evitar que ela aconteça.
Passou muito da hora de que se ouça a voz daqueles a quem eles dirigem seus uivos digam-lhes que desistam de um ataque. E estes são Bolsonaro e as Forças Armadas.
Na sabedoria popular, quem cala, consente.
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sábado, 7 de janeiro de 2023
Dino: "Extremistas não vão mandar no Brasil"
terça-feira, 3 de janeiro de 2023
Posse de Lula não é o começo do paraíso, mas a saída do inferno. Por João Filho
segunda-feira, 2 de janeiro de 2023
Lula, a nova paixão da Globo, por Luiz Nassif
segunda-feira, 26 de dezembro de 2022
E os mandantes do terrorismo, serão presos? Por Fernando Brito
Por Fernando Brito, em seu blog: A prisão do bolsonarista George Washington Oliveira Sousa, artífice confesso da bomba colocada no Aeroporto de Brasília, não é apenas mais um dos muitos episódios do show de horrores promovido pelo bolsonaristas inconformados com a derrota eleitoral.
É terrorismo, organizado e com cúmplices, como o que se encarregou de levar os explosivos para junto de um caminhão de querosene de avião, o que não é preciso dizer que leva tudo para os limites de uma tragédia de grandes proporções.
Embora a Polícia Civil do Distrito Federal tenha agido com profissionalismo e eficiência, nada explica que, até agora, não tenha havido uma ação da Polícia Federal e que o Ministério da Justiça responda a isso com um silêncio criminosamente cúmplice.
Ou que a Procuradoria Geral da República não esteja nos seus calos, exigindo a abertura de um inquérito sobre um crime que é, manifestamente, da jurisdição federal, por se tratar de um atentado contra o Estado de Direito.
Menos ainda é aceitável que as Forças Armadas permitam e incentivem aquilo que o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, chamou de "incubadora de terroristas".
Não pode ter outro nome o que está confessado pelo tal George, de que "fosse instalada uma bomba na subestação de energia em Taguatinga para provocar a falta de eletricidade e dar início ao caos que levaria à decretação do estado de sítio".
Como também não pode deixar de vir à mente os mesmos métodos do atentado do Riocentro, planejado pela então "comunidade de informações", há mais de 40 anos.
Não pode acontecer que só os "bagrinhos do terror" paguem por isso. Os mandantes e os omissos diante dele têm de ser responsabilizados.
E não apenas irem embora.
Imagem: reprodução
quinta-feira, 22 de dezembro de 2022
Bolsonaro testa a gratidão dos que têm dívidas impagáveis. Por Moisés Mendes
Por Moisés Mendes, em seu blog: Grandes empresários que prometeram a Bolsonaro uma luta heroica e incessante pelo golpe já abandonaram o líder. Poucos continuam promovendo nas redes sociais os acampamentos na frente dos quartéis. São os que ainda têm coragem para expressar gratidão e fidelidade incondicional a Bolsonaro. O resto todo se evaporou, se dispersou e começou a silenciar em dezembro.
Os homens do dinheiro poderiam inspirar os patriotas até o limite, mas mandaram dizer a alguns jornalistas que estariam cansados de guerra, até mesmo no zap.
Uma guerra em que eles não aparecem presencialmente, mas financiam e empurram manés em transe para a linha de frente.
O cansaço pode ser muito mais o temor com as consequências do que não deu certo e dificilmente dará.
Um golpe fracassado não sairá de graça para quem vive de preservar interesses. O silêncio é a exaustão misturada a covardia.
Há refluxo num movimento que nunca se revelou forte o suficiente para conseguir o que a extrema direita queria.
Os bloqueios nas estrada desapareceram, e tem mais gente voltando do que indo em direção aos acampados.
Bolsonaro fica no meio do caminho, mas atrapalhado do que orientando condutas, e os últimos a levarem o blefe a sério não sabem com quem contar.
É possível que a clausura de Bolsonaro tenha sido motivada pela dúvida. Em algum momento ele percebeu que não poderia contar com empresários que tiveram proteção do governo e políticos que construíram seus planos comendo na sua mão.
Mas o derrotado irá cobrar essa conta. Cobrará dos que se beneficiaram das suas ações ou omissões, em muitas frentes, e dos que chegam a governos, aos Congresso e a Assembleias com mandatos que só existirão porque ele existe.
Saberemos, quando tapetes imundos forem erguidos pelo governo Lula, o que parte desse contingente de apoio a Bolsonaro ganhou para ser tão radical e 'ideologicamente' fiel ao tenente que mandava em generais.
Que favores Bolsonaro dispensou a alguns apoiadores que vieram até aqui gritando o jogral do golpe e que só agora decidiram parar.
Que concessões criminosas foram feitas a grileiros, garimpeiros, contrabandistas de madeira e bandidos da floresta nos quatro anos de bolsonarismo? E não são apenas bandidos de chinelo de dedo.
Que 'ideologia' mobilizou empresários de peso na direção da aventura do golpe, quando uma ruptura sempre foi considerada improvável? O que fez esse gesto temerário valer a pena?
Um dia descobriremos que motivações mais específicas levaram patriotas de grife a se transformar em alvos de Alexandre de Moraes, que terá de enquadrar alguns deles, para que não pegue só a manezada.
Enquanto isso, Bolsonaro vai cobrando a conta, que pode ser paga de várias formas. Os devedores sabem bem como funciona esse PIX de transferência de suporte político e afetivo.
Bolsonaro vai precisar de trincheiras e de carinho. Sem mandato, sem orçamento secreto, sem centrão, sem militares e sem bajuladores oportunistas, o sujeito passa a ser uma incógnita à espera de um futuro.
E o que ele será depende dos que tiveram a sua proteção, alguns dos quais envolvidos em investigações e até hoje impunes. Bolsonaro vai precisar de quem precisou dele para negócios diversos.
Empresários poderosos, com fama nacional, não poderão abandoná-lo quando estiver ao relento da proteção do PL, num condomínio de luxo de Brasília onde grupos de moradores já anunciaram que irão rejeitá-lo.
O entra-e-sai no condomínio Ville de Montagne, no Jardim Botânico, vai dizer se o suporte a Bolsonaro será presencial, efetivo e concreto, ou apenas gasoso e remoto.
Ainda nesse verão, o enclausurado saberá com quem pode contar para não virar um Eduardo Cunha.
Imagem: reprodução
sábado, 17 de dezembro de 2022
Não se contentem com a prisão de Sarneyzinho. Por Moisés Mendes
Por Moisés Mendes, em seu blog: A Polícia Federal prendeu Sarneyzinho do Maranhão (foto), que nem no Maranhão sabem direito quem é. Sarneyzinho se chama Antonio José Santos Saraiva e era ligado ao PSDB, do qual foi expulso. Mas o preso não é nada. É do quinto time de fascistas do Estado, da mesma turma que ameaça ministros do Supremo, prometem impedir a posse de Lula e, se possível, até matá-lo.
Sarneyzinho é um chinelão entre tantos patriotas que merecem ser presos. Depois dele, muitos outros irão parar na cadeia.
É o que deve ser feito, mas não é tudo. A prisão da chinelagem do bolsonarismo é o que pode ser feito hoje. É o possível e necessário, como medida de contenção.
Mas não basta. Em algum momento, será preciso pegar gente do primeiro time do fascismo. É o que terá de acontecer mais adiante, sob pena de só os manés serem presos.
Pegar os grandões só será possível quando Ministério Público e Judiciário se derem conta de que é possível seguir em frente, e que a tarefa é de todos, e não só de Alexandre de Moraes.
Pegar os grandões significa testar a capacidade de reação de um sistema de Justiça que se encolheu diante dos justiceiros do lavajatismo e depois se apequenou ainda mais diante da chegada do fascismo ao poder.
Já estão pegando manés, pegaram Sarneyzinho, pegaram bandidos com fuzis em Santa Catarina, mas ainda não pegaram os grandões. Ainda não dá pra pegar.
Os fascistões, os articuladores e ativistas que estão muito acima dos simples financiadores de acampamentos, do pagamento de banheiros químicos e do churrasco e da cerveja nas aglomerações na frente dos quartéis, esses continuam impunes.
Os fascistões serão pegos nas últimas etapas do cerco aos articuladores do golpe.
Deverão ser presos, e não só processados.
Deverão ser encarcerados, como foram para o cárcere os fascistas alemães que também tramavam golpes.
Não há como tergiversar e apenas investigar e abrir processos contra os grandes fascistas. Alguns deles, tão ameaçadores quanto Sarneyzinho, terão de ser enjaulados.
Porque assim funciona a Justiça em situações urgentes e extremas. Conter os fascistas é muito mais do que criar a expectativa de quem um dia venham a ser condenados.
É preciso contê-los. O Brasil espera a prisão dos fascistões como obrigação do sistema de Justiça.
O país somente terá a sensação e a certeza de que caminha para a normalidade quando os que ameaçaram o golpe estiverem na cadeia.
Não há como tentar acalmar o país sem a prisão dos líderes das tentativas de golpe. Não se contentem com os Sarneyzinhos. Não tentem convencer o Brasil de que tudo estará resolvido com a prisão de patriotas sem grife.
Peguem o fascistão, o sujeito com poder econômico. Peguem um, dois ou mais fascistões. E eles não são apenas os que estiveram no entorno de Bolsonaro em Brasília.
Os fascistões que incitaram caminhoneiros e manés para o golpe são também grandes empresários que agiram descaradamente contra a eleição, contra o Supremo, contra a Constituição e contra a posse de Lula.
Peguem os fascistões, quando for possível pegá-los, mas peguem.
Imagem: reprodução
terça-feira, 13 de dezembro de 2022
O "cacique" Sererê, a tentativa de invasão da PF e mais uma farsa do bolsonarismo [vídeo]
segunda-feira, 12 de dezembro de 2022
Ato golpista contra a diplomação de Lula fica vazio na Esplanada dos Ministérios [vídeo]
sexta-feira, 9 de dezembro de 2022
Os bolsonaristas ainda não deixaram Bolsonaro. Por Fernando Brito
Por Fernando Brito, no Tijolaço: A pesquisa Genial/Qaest sobre as avaliações de governo - do atual e do próximo - "pula" questões essenciais, como o julgamento público das manifestações golpistas contra o resultado das eleições, o que seria, é claro, um dos principais elementos a serem medidos por qualquer levantamento sobre as expectativas políticas dos brasileiros.
Do que foi publicado até agora, a pergunta sobre o fato de Bolsonaro ter questionado o resultado das eleições passa perto, é verdade, mas não é o mesmo que aquela avaliação, porque questionar um resultado não é o mesmo que bloquear estradas ou acampar na porta dos quartéis pedindo um golpe militar.
Ainda assim, são preocupantes os números que reproduzo ai em cima.
Os 70% de eleitores de Bolsonaro que aprovaram sua insubmissão à vontade expressa nas urnas equivalem a algo como 30% de todos os entrevistados e isso representa um contingente muito maior do que o "bolsonarismo-raiz", que fala com extraterrestres e enxerga comunistas até debaixo do tapete.
Não há pessoas que simpatizem com a esquerda, mas a maior parte não é, também, de extremistas de direita, nazifascistas que saíram do armário.
São pessoa que se impregnaram da onda de ódio político que nos dominou na última década e que cedo ou tarde se reencaixarão numa posição conservadora, mas não selvagem.
Infelizmente, isso não é simples e é só olhar o que aconteceu nas próprias eleições, quando um personagem abjeto como Jair Bolsonaro foi um voto tolerável para gente que sufragaria o próprio demônio para não dar um voto a Lula ao ao PT.
É paradoxal, mas verdadeiro, que, além de fazer um governo popular e desenvolvimentista, Lula vá ter de contribuir para que esta centro-direita se reorganize política, partidária e eleitoralmente.
Se estes grupos políticos entenderem que precisam, para sobreviver, exorcizar o bolsonarismo da vida política, isolando os fanáticos e incondicionais da ultradireita, formarão a base do próximo governo. Do contrário, continuarão, com emendas e tudo, a serem postos de lado como foram nas eleições de outubro, nas quais, no Centrão, apenas o PL bolsonarista ampliou o número de cadeiras.
Imagem: reprodução