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quinta-feira, 27 de julho de 2023

O golpe da tentativa, por Guilherme Scalzilli

Por Guiherme Scalzilli*: As investigações sobre as origens do "8 de janeiro" podem seguir duas linhas. A primeira, mais ortodoxa e confortável, reside em tratá-lo como evento único e irredutível: uma tentativa de golpe. Os indiciados seriam personagens que atuaram com o objetivo claro de interromper o governo Lula. Jair Bolsonaro e seus asseclas diretos protagonizam esse enredo.

www.seuguara.com.br/O golpe da tentativa/8 de janeiro/

A segunda abordagem começaria distinguindo as ilicitudes que geraram o vandalismo. De um lado, a tramoia golpista. De outro, a cumplicidade e a omissão de agentes públicos. Divididas as parcelas individuais de responsabilização, o ônus maior recairia sobre as pessoas que participaram de ambas as etapas, mantendo-as compatíveis com o resultado final da aventura. 


Bolsonaro tem o perfil de quem acreditaria na sobrevivência de um governo gerado por uma sublevação militar. Seria fácil iludi-lo com essa bobagem, num teatro clandestino que que explorasse as suas vaidades e seus limites cognitivos. Não surpreenderia descobrir que ele tinha de fato a ingênua esperança de que Lula viria a solicitar uma intervenção fardada.


Mas os organizadores dos ataques a Brasília não compartilhavam os planos de Bolsonaro. Sabemos disso porque Lula continuou presidente, algo que jamais ocorreria, naquele cenário, se o projeto golpista recebesse um mínimo de apoio dos comandos militares. E foi decisão tomada com antecedência, para evitar improvisos ou surtos de rebeldia das tropas.


O entorno bolsonarista seria incapaz de orientar evento de tamanha complexidade. Não me refiro apenas à mobilização de milhares de bandoleiros, mas também, principalmente, ao delicado equilíbrio imposto pelo propósito de liberar a destruição sem que ela resultasse numa tragédia ou num sequestro efetivo das instâncias governamentais.


Não culminando em ruptura, sequer efêmera ou iminente, os ataques expuseram a vigência de um controle mais amplo, necessário para antecipar e garantir a facilidade da ocupação e o recuo "pacífico" depois da baderna. Tudo isso envolve altas patentes, pois demanda centralização operacional, superioridade hierárquica e acesso privilegiado a informações.


No entanto, apesar das evidências, cozinha-se uma anistia velada para os mentores da conspiração vitoriosa, aquela que chamamos de "8 de janeiro". Com endosso da mídia, o desfecho do caso pende para o caminho fácil, de usar bolsonaristas como bodes expiatórios. Surgem até ensaios de glorificação dos militares por terem supostamente abortado o tal golpe. 


Não, as Forças Armadas não salvaram a democracia. Na melhor das hipóteses, negaram-se a protegê-la. Na pior delas, atiçaram bandidos para desestabilizar e acuar um governo legítimo. Talvez seja impossível distinguir juridicamente essas atitudes, mas com certeza que devia obedecer obedeceu e quem podia mandar mandou. Não houve falha ou insubordinação.


A narrativa da "intentona" é uma receita de pizza. Com muita sorte, atinge Bolsonaro e meia dúzia de assistentes, livrando a poderosa estrutura militar que os manipulou. Reduz o "8 e janeiro" a um gigantesco mal-entendido, onde milhares de lunáticos teriam acreditado nas promessas, nos blefes e nas apostas furadas que, para estupefação geral, ninguém fez. 


Depois de negarem os golpes que realmente ocorreram, os conciliadores se escandalizam com uma tentativa frustrada. Ela deve ser punida, claro, mas seu modelo obsoleto e inviável de ruptura não explica o sucesso dos ataques em Brasília. Tampouco reflete a verdadeira ameaça fascista que borbulha nos bastidores institucionais. Naturalizá-la é uma forma de capitulação.


*Guilherme Scalzilli é historiador e escritor. Mestre em Divulgação Científica e Cultural, doutor em Meios e Processos Audiovisuais

VIA

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quarta-feira, 12 de julho de 2023

O coronel que virou cabo sem jipe. Por Moisés Mendes

Por Moisés Mendes, em seu blog: O coronel Mauro Cid foi acolhido, protegido e acarinhado pela família Bolsonaro na CPI do Golpe. Flavio pediu que o militar mantivesse a serenidade e Eduardo disse que o Brasil sente orgulho da postura do coronel. Mas Mauro Cid vai cair na conversa dos Bolsonaros? O chefe da família o empurrou pra o inferno que ele enfrenta há 70 dias na cadeia.

www.seuguara.com.br/Mauro Cid/CPI/8 de janeiro/Moisés Mendes/
O tenente-coronel Mauro Mauro Cid (Imagem/reprodução)

Cid foi usado por Bolsonaro como mandalete de recados do golpe e agora é um coitado. Mas os filhos dizem que estão com ele.

Bolsonaro tirou do coronel a possibilidade de vir a ser general e o transformou num cabo sem jipe. Fez o mesmo com a vida do delegado federal Anderson Torres.

Destruiu a vida de 1.400 manés misturados a terroristas que invadiram Brasília em 8 de janeiro sem saber direito que prédio estavam destruindo.


Mauro Cid é a vítima mais graúda, porque mais próxima de Bolsonaro. Ele é quem acolhia as aflições de um grupo que deveria se dedicar ao golpe, mesmo que como delírio.

As mensagens encontradas no seu celular provam que ele funcionava como telefonista de Bolsonaro. 

Era ele quem tinha a missão de receber mensagens golpistas, encaminhar a Bolsonaro e devolver as respostas, como fazia nas conversas com outros colegas militares.


Mas Flavio e Eduardo disseram na CPI que o ex-ajudante de ordens que apareceu fardado tem a admiração deles.

Em nenhum momento os filhos falaram em nome do pai. Porque aí seria demais, seria um deboche explícito.

Os filhos der Bolsonaro não teriam a coragem de dizer que o pai deles, que empurrou Mauro Cida para uma tarefa suicida, tinha mandado dizer que admirava o ex-mandalate do Planalto.


Mauro Cid disse, no único momento em que falou, lendo um texto prévio, que trabalhou com Bolsonaro por ordem do Exército.

Que a função "é exclusivamente de natureza militar". Que a ajudância de ordens é "a única função de assessoria próxima do presidente que não é objeto da sua própria escolha".

Que é da responsabilidade das Forças Armadas selecionar os militares que desempenharão a função próxima do presidente que não é objeto da sua própria escolha".

Que é da responsabilidade das Forças Armadas selecionar os militares que desempenharão a função na presidência da República.


Deixou claro que trabalhava para Bolsonaro não por ser seu amigo, seu admirador ou por ingerências políticas. Mas porque era militar.

Quis ressaltar que a CPI estava tentando interrogar um alto oficial das Forças Armadas, e não em ajudante qualquer de Bolsonaro.


Mas o que restou do depoimento que não aconteceu foi exatamente essa imagem, assim definida pelo deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), que disse, como se o elogiasse: 

"Que lealdade canina desse coronel".

Tão canina, segundo Magalhães, que ele continuará calado e não vai delatar ninguém.


O deputado Rogério Correa (PT-MG), disse a respeito dos elogios dos Bolsonaro e de outros parlamentares da extrema direita:

"Aqui eles querem te agradar, para que você não dia nada".


E Cid não disse nada mesmo. Cid é o que é. Percebe-se que ele nunca seria, se o fascismo continuasse no poder, o Chalaça de Bolsonaro.

Seria apenas o ajudante dos pagamentos das contas de Michelle com dinheirinhos vivos, das fraudes do cartão da vacina, da tentativa de recuperar as joias roubadas e da disseminação da da ilusão do golpe.

Um ajudante com lealdade canina, mas só um ajudante.

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terça-feira, 27 de junho de 2023

Sem 'cagoete': Coronel Lawand levou instruções para depor à CPMI do 8 de janeiro

Por Caio César, em Carta Capital: O coronel Jean Lawand Junior levou uma pasta com instruções de comportamento para prestar depoimento, nesta terça-feira 27, à CPMI que investiga os atos golpistas de 8 de Janeiro. Na lista, há dicas como “não aloprar”, “mãos juntas” e “oração”.
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Empresário suspeito de fraude em licitação de blindados da PRF era procurado pela Interpol

DCM: Maurício Junot de Maria, empresário suspeito de fraudar licitações de veículos blindados para a Polícia Federal era procurado pela Interpol, a polícia internacional, quando os contratos foram fechados. O homem usava carros da própria corporação para fazer a segurança da empresa. De acordo com o G1, ele teme a bandidagem e é administrador e representante da Combat Armor Defense, especializada em blindados, cuja fábrica fica em Indaiatuba, no interior de São Paulo.

www.seuguara.com.br/Maurício Junot de Maria/Interpol/Polícia Rodoviária Federal/fraude/blindados/
Maurício Junot de Maria (Imagem/reprodução: Jornal Nacional)

Há três anos, a firma abriu uma loja na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, e durante quatro meses teve sua movimentação acompanhada pelo Jornal Nacional. Na porta do estabelecimento, sempre havia segurança reforçada com um carro da PRF e agentes pagos com dinheiro público. Em abril deste ano, o local foi fechado.


A relação da empresa com a Polícia Rodoviária Federal começou em 2019, quando a Combat se instalou no Brasil. Em imagens feitas em setembro de 2020, Silvinei Vasques, então superintendente da PRF, apresenta viaturas blindadas pela firma a deputados bolsonaristas.

"Esse veículos aqui nós já compramos. As 21 viaturas que serão transformadas nesse blindado aqui que é o que estamos chamando de caveirinha", disse ele na ocasião. 

Falando para a CPI que investiga as manifestações golpistas de 8 de janeiro, Vasques negou que tenha conseguido emprego na fábrica da Combat ao deixar seu antigo posto, mas deputados mostraram um cartão de visitas dela, que se apresentava como vice-presidente da empresa.


Nos anos de 2020 e 2021, a firma venceu algumas das principais licitações para fornecimento de carros blindados para a área de segurança pública do governo federal, para a Polícia Rodoviária Federal de seis estados e para a Polícia Militar do Rio de Janeiro.

www.seuguara.com.br/compra/blindados/investigação/MP/
Ministério Público investiga a compra de veículos blindados pela PRF (Reprodução)  

Em apenas quatro anos, esses contratos milionários ajudaram a aumentar o capital inicial da empresa em 27 vezes. O valor do patrimônio saiu de R$ 1 milhão, em 2019, para R$ 27,4 milhões em 2022.


Em 2005, Maurício Junot virou notícia porque era o dono da High Protection Company, que blindava as supervans usadas por executivos e membros do governo americano na área de conflito na guerra do Iraque.

Porém, de acordo com um processo de fraude de Dubai, o empresário recebeu parte do pagamento para entregar os veículos, mas não cumpriu com o contrato que tinha com o governo dos Emirados Árabes. 


De acordo com uma fonte do noticiário da Globo, ele fugiu de Dubai quando soube que seria preso, levando R$ 8 milhões: "Quando o governo detectou que ele fez essa movimentação no banco, que o governo foi em cima dele, que detectou que se tratava de uma fraude, de um estelionatário de alta performance. No que o governo decretou a prisão dele, ele fugiu, saiu fugido do país, deixando tudo para trás. Abandonou a fábrica, abandonou as famílias e as pessoas que trabalhavam para ele e voltou para os Estados Unidos".


Ele foi condenado a três anos e meio de prisão e, mas não ficou nem um dia na prisão. A sentença terminou em maio de 2023 e o nome de Junot só saiu da lista dos principais procurados quando uma nova determinação da Interpol exclui os autores de crimes financeiros. 


Quando a Combat ganhou as licitações da Polícia Rodoviária Federal, o empresário ainda era procurado pela polícia internacional. Segundo informações do Portal da Transparência, de 2020 e 2022, a PRF pagou R$ 30 milhões para blindar e fabricar blindados. Com a Polícia Militar do Rio foram dois contratos: 30 blindados, totalizando mais de R$ 20 milhões.

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segunda-feira, 26 de junho de 2023

Bolsonaro abandona os irmãos que terão as vidas destruídas. Por Moisés Mendes

Originalmente publicado por Moisés Mendes em seu blog: George Washington de Oliveira Sousa, o homem que arquitetou o atentado ao aeroporto de Brasília em dezembro do ano passado, já foi condenado a nove anos de cadeia. Antônio Cláudio Alves Ferreira, o sujeito que destruiu o relógio do século 17 no Palácio do Planalto, também será condenado na primeira leva de manés que vão a julgamento nos próximos dias.

www.seuguara.com.br/bolsonaristas/Palácio do Planalto/STF/atos terroristas/8 de janeiro/
Bolsonaristas nos atos golpistas de 8 de janeiro (Imagem/reprodução)

Será o mesmo destino de William da Silva Lima, que arrombou uma sala do Supremo e roubou a toga de Alexandre e Moraes, e de Marcelo Fernandes, que pôs embaixo do braço e levou uma réplica da Constituição de 1988, também do STF.

Fátima de Tubarão está na fila da condenação junto com todos os manés flagrados quebrando alguma coisa ou fazendo ameaças aos ministros naquele 8 de janeiro.


Eles irão assumir sozinhos a empreitada do golpe, quando tiverem que se defender das acusações? Quase todos já são réus. E todos são componentes da bucha do golpe.

O próprio George Washington de Oliveira Sousa, que confessou frequentar o acampamento do QG do Exército em Brasília, foi um terrorista incitado ou a mando de alguém.


Mas quem entre eles vai confessar que agiu sob a liderança de gente que estava, na hierarquia do golpe, bem acima deles?

Na CPI do Golpe, o homem bomba no caminhão-tanque, que deveria explodir no aeroporto no noite de 24 de dezembro, não admitiu vínculo com ninguém.

Deputados e senadores da direita e da extrema direita abandonaram o sujeito durante o depoimento. Sousa era um maluco que agiu sozinho.


O próprio terrorista preocupou-se em se distanciar de Bolsonaro e de autoridades da extrema direita que estavam no poder. Nunca viu Bolsonaro e não conhece ninguém do fascismo de perto.

Sabe-se que frequentava o Senado por proximidade com gente do bolsonarismo. Mas hoje é um coitado largado na sarjeta, porque não há como defendê-lo.


Bolsonaro disse em Porto Alegre que tem "irmãos inocentes" presos em Brasília, referindo-se aos manés induzidos ao golpe. Mas o manés serão condenados, alguns irão pegar cadeia, enquanto Bolsonaro nega que tenha empurrado os irmãos para o crime.


Anderson Torres será condenado e pode ser expulso da Polícia Federal. O coronel Mauro Cid não escapará da condenação e pode ser expulso do Exército.

E Bolsonaro não admite que tenha destruído a vida de mais de 1.400 manés e de auxiliares diretos que fizeram o serviço sujo.

Bolsonaro poderá ficar inelegível. Mas os manés e os auxiliares terão uma vida miserável. Todos serão criminosos.


E Bolsonaro será apenas um sujeito sem direito a ser votado e eleito? É possível que, depois do que fez, da matança na pandemia, da formação das gangues dos vampiros da vacina, da incitação ao negacionismo e ao armamentismo, das falas racistas, da confissão de que deseja crianças de 14 anos, da lavagem de dinheiro na compra de imóveis, da compra de apoio do Centrão, do uso abusivo e criminoso do cartão corporativo, da incitação ao golpe, disso tudo Bolsonaro seja apenas um político inelegível?


Os manés estarão presos e Bolsonaro será um político sem direito a participar das eleições até 2030?

Será esse o desfecho de quatro anos de desmandos e delitos em todas as áreas? Só os manés pagarão pelos crimes de Bolsonaro?

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quarta-feira, 7 de junho de 2023

"Kids pretos": Forças especiais do Exército participaram dos ataques em 8 de janeiro

Publicado por Jessica Alexandrino, no DCM: No dia 8 de janeiro, data em que manifestantes golpistas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília, o general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes, um Kid preto que dirigiu o setor de Logística do Ministério da Saúde no governo de Jair Bolsonaro, gravou um vídeo em que aparece festejando enrolado em uma bandeira do Brasil. "Quero dizer que eu tô arrepiado aqui", disse, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF).

www.seuguara.com.br/Kis Pretos/atos anti-democráticos/terroristas/golpistas/Brasília/8 de janeiro/
Golpistas durante atos de 8 de janeiro (Reprodução/Foto: Edison Bueno)

"Kids Pretos" é o apelido dado a especialistas em operações especiais do Exército, que são altamente treinados em, por exemplo, ações de sabotagem e incentivo à insurgência popular, as chamadas "operações de guerra irregular. Também intitulados "forças especiais", eles compõe a elite de combate do Exército. 


Além de Fernandes, que mesmo com os olhos irritados pelo efeito do gás lacrimogêneo da Polícia Militar elogiou a corporação, outros dois Kids pretos da reserva comentaram o que acontecia na capital do Brasil. "O Brasil e o Exército esperam que o senhor cumpra o seu dever de não se submeter `s ordens do maior ladrão da história da humanidade. O senhor sempre teve e tem o meu respeito. Força", disse o coronel José Plácido Matias dos Santos, se dirigindo ao então general Júlio Cesar de Arruda, no Twitter.


"Patriotas brasileiros, ignorem a grande imprensa nacional e internacional. Qualquer manifestação contra o establishment será sempre apresentada como atos antidemocráticos. Façam o que deve ser feito", incentivou o coronel Fernando de Galvão e Albuquerque Montenegro, outro Kid preto, de Portugal, onde vive.


Procurados pela revista Piauí, que fez uma reportagem sobre os indícios da participação dos Kids pretos nos ataques de 8 de janeiro, os três apresentaram posturas diferentes. O general Ridauto Fernandes não quis comentar sua presença no meio dos bolsonaristas e limitou-se a dizer que sempre pautou sua conduta "pela legalidade, que está embutida no conceito da disciplina".


O coronel Plácido negou que tenha publicado as postagens golpistas no Twitter: "Eu não incentivei [o golpe]. Ao contrário, repudio veementemente as depredações que ocorreram naquele dia. Eu não estava em Brasília e soube do ocorrido pelas notícias. Além disso, havia várias postagens na minha conta [do Twitter] que definitivamente não foram de minha autoria". Já o coronel Montenegro não retornou o contato da reportagem.


Os vídeos da tentativa de golpe mostram ações de quem teve treinamento militar. Os bolsonaristas, que ao chegar na Praça dos Três Poderes se depararam com grades que os impediam de avançar, se coordenaram e se organizaram para empurrar a barreira ao mesmo tempo. "É pura tática militar", disse um oficial do Exército ligado aos FE que preferiu não ser identificado.


Os baderneiros também se dividiram entre quem cuidava do enfrentamento direto com a polícia e quem distribuía água mineral para ajudar na diminuição dos efeitos do gás lacrimogêneo e do gás de pimenta no rosto. "Assim que invadiram o Senado, percebemos que eles logo procuravam as mangueiras anti-incêndio para espalhar pelo ambiente e minimizar os efeitos do gás", contou um policial do Senado.


"Enquanto expele o gás, esse dispositivo fica muito aquecido e só pode ser recolhido com luvas. Um civil sem treinamento dificilmente se prepararia para isso", completou, sobre o fato de que alguns dos vândalos utilizaram luvas de couro para atirar as bombas de volta. A dica do uso do acessório não constava nas postagens golpistas que faziam convocação para a manifestação. 


No senado, aconteceu o caso mais grave. Golpistas atiraram uma granada do tipo GL-310, apelidada de "Bailarina" por saltitar no chão enquanto  dispara o gás lacrimogêneo, o que evita que o alvo a capture e lance de volta: "O estranho é que as polícias do Senado e da Câmara não têm esse tipo de granada. Então isso veio de fora". 

A GL-310 é utilizada pelo Exército em larga escala, para treinamentos militares e cursos dados aos Kids pretos. Porém, os investigadores da Polícia Federal ainda não estão apurando o aparecimento dessa arma nos ataques de 8 de janeiro.


Os investigadores suspeitam que a ação dos Kids pretos podem ter relação com os ataques ocorridos depois daquela data. Nos dias subsequentes, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) registrou uma série de sabotagens, quando quatro torres foram derrubadas (3 em Rondônia e 1 no Paraná) e dezesseis, danificadas (6 no Paraná, 3 em São Paulo, 6 em Rondônia, 1 em Mato Grosso). Os ataques a instalações de infraestrutura integram o treinamento das forças especiais, mas não é um ensinamento exclusivo deles.


No curso do Bope, inspirado no treinamento dos Kids pretos do Exército, sargentos e oficiais precisam provar que possuem resistência física e psicológica extrema ao longo de um ano. Após a aprovação, passam a fazer parte de um dos quatro batalhões do Comando de Operações Especiais (COpEsp), todos eles instalados em Goiânia, ou a 3ª Companhia de Forças Especiais, em Manaus.

www.seuguara.com.br/Jair Bolsonaro/general Mario Fernandes/Kids pretos/

É por conta disso que as "brigadas de operações especiais em Goiânia" apareceram duas vezes nos áudios que se tornaram públicos depois que o celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) foi apreendido. Em um diálogo, Ailton Barros, ex-paraquedista expulso do Exército nos anos 2000, defende que o golpe é tarefa para os Kids pretos.


"Tem que ser dada a missão às Brigadas de Operações Especiais de Goiânia pra prender o Alexandre de Moraes no domingo na casa dele, como ele faz com todo mundo. E na segunda-feira ser lido o decreto de GLO [Garantia da Lei e da Ordem] e botar o Exército pra agir", disse ele.

"Esse Alto Comando de merda que não quer fazer as porras! É preciso convencer o comandante da Brigada de Operações Especiais de Goiânia a prender o Alexandre de Moraes. Vamos organizar, desenvolver, instruir e equipar 1,5 mil homens", completou, dessa vez em diálogo com Elcio Franco Filho, militar envolvido no caso das vacinas da Covid-19.


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sábado, 3 de junho de 2023

O golpe falhou porque o mané e o pica-fumo ficaram esperando pelos generais. Por Moisés Mendes

Publicado originalmente por Moisés Mendes, em seu blog: O golpe que derrubaria Lula teve manezinhos, manezões, terroristas, patriotas e até oficiais. Mas não teve a presença ostensiva de um general. E não existem golpes sem um general. No depoimento à CPI do Golpe da Câmara Legislativa do Distrito Federal, o general Augusto Heleno (foto) disse como funciona um golpe e admitiu que aquele do 8 de janeiro não tinha como funcionar.

www.seuguara.com.br/General Heleno/CPI/atos antidemocráticos/

Faltou o líder, o chefe, a voz de comando, disse Heleno. E o general acrescentou às categorias listadas lá no início desse texto a figura do pica-fumo, numa alusão aos soldados e outros subalternos sem relevância no quartel que picavam o fumo para o cigarro dos superiores.

O pica-fumo é o soldadinho sem condições de aspirar nada além de cumprir ordens e bajular os oficiais. 


Pois o pica-fumo de Heleno equivale ao cabo e ao soldado, com ou sem jipe, do golpe imaginado por Eduardo Bolsonaro contra o Supremo.

O pica-fumo surge na CPI quando alguém perguntou como ele via as articulações sobre o golpe nas conversas vazadas entre o coronel Mauro Cid e o ex-major Ailton Barros.

Heleno disse:

"Isso é conversa de pica-fumo, típico de pica-fumo. O cara vai ali, fala um troço, não sei o que e morre ali".


Não morreu ali porque Ailton Barros, que está preso por suspeita de envolvimento na fraude da vacina de Bolsonaro, acreditou que participaria de um golpe, antes ou depois da posse de Lula. 

Ele acreditou, o ministro do TCU Augusto Nardes acreditou. Também acreditaram que haveria um golpe Anderson Torres, mais o autor até agora misterioso da minuta do golpe e o coronel Elcio Franco.

Os mais de 1.400 que invadiram Brasília acreditavam no golpe, assim como os acampados em outros quartéis e os que bloquearam estradas. A Polícia Rodoviária Federal acreditou no golpe.


Heleno disse, logo depois de ouvir na CPI a reprodução de um telefonema de Nardes a um amigo, em que o ministro alerta sobre "um movimento muito forte nas casernas", que aquela fala fazia parte de "narrativas fantasiosas".

Eram exageros diante das manifestações normais dos acampados. "Movimentos pacíficos e ordeiros" ou uma "atitude política em locais sadios", foi o que disse o general.


Mas a turma dos pica-fumos queria mais do que oferecer fumo picado aos generais e acabou reunindo fanfarrões que acreditavam no blefe de Bolsonaro.

E então tudo só foi morrer naquele dia 8 e janeiro. Porque os líderes encobertos ficaram empurrando um para o outro, e faltou o grande chefe.


Bolsonaro estava nos Estado Unidos, Heleno disse que estava em casa e não sabia de nada, outros generais ate agora não disseram onde se encontravam, e assim o golpe falhou.

Porque faltou um general, o chefe militar. Um só general, pelo menos. Até a Bolívia, na hora do motim da Polícia Nacional, em 2019, teve um general, um covarde chamado Williams Kaliman, que deu o golpe e fugiu.


Os manés, os patriotas, os terroristas e os pica-fumos não tiveram o suporte de um general. Um pica-fumo não existe sem comando. E eles passaram dias ouvindo recados de que no fim dará certo.

Mas na hora do ataque, nada de general. Até o mais idiota dos manezinhos presos em Brasília sabe que o chefe do golpe não seria Bolsonaro.


Bolsonaro foi o incitador. Mas o chefe, o verdadeiro líder, o cara "com objetivos", como disse Heleno na CPI, deveria ser um militar. Ele sabe que deveria.

Mas esse militar, entre tantos que estiveram ao lado de Bolsonaro até o fim do governo, não apareceu. E os invasores de Brasília acabaram presos.


Mauro Cid está preso, Anderson Torres esteve preso e todos os que depredaram o Planalto, o Supremo e o Congresso viraram réus.

Bolsonaro não poderia ter sido o chefe porque é covarde demais. E os generais sabiam que aquilo não iria dar cero e que nenhum deles tinha nem mesmo vigor físico para encarar um golpe.


Mas nem tudo morreu ali. O incitador do golpe, os que foram cúmplices da incitação, os grandes empresários que financiaram o gabinete do ódio, os que formaram grupos de tios do zap, todos os que tiveram protagonismo no golpe estão livres e impunes.

E os manés, os terroristas, os patriotas, os pica-fumos estão condenados a enfrentar inquéritos, processos e desgraças por muitos anos.


Porque faltou um chefe que pudesse executar, com método, o golpe incitado por Bolsonaro.

Faltou o chefe, como também faltou alguém com poder, com farda, que pudesse ter alertado: isso não vai dar certo. 

O pica-fumo sabe que a coisa não morreu totalmente ali. Os generais que não aparecem também sabem.

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segunda-feira, 8 de maio de 2023

Áudios colocam coronel Elcio Franco no centro da trama golpista do 8 de janeiro

"Novas mensagens de áudio divulgadas pela jornalista Daniela Lima, da CNN, nesta segunda-feira (8), mostram que o coronel do Exército, Elcio Franco, funcionário de confiança do governo Bolsonaro, ex-número dois do Ministério da Saúde e assessor da Casa Civil, estava envolvido na trama golpista do 8 de janeiro. De acordo com a reportagem, em conversa com o ex-major Ailton Barros, que está preso, Franco não só sabia da intenção do golpista, como deu sugestões de como mobilizar 1.500 homens para a ação.

www.seuguara.combr/coronel Elcio Franco/golpistas/8 de janeiro/
Coronel Elcio Franco e atos golpistas do 8 de janeiro (reprodução/Foto: Agência Senado/ABR)

Nos diálogos, Franco relatou o temor do então comandante do Exército de ser responsabilizado por uma eventual tentativa de golpe. Além disso, fica evidente que Ailton e seu grupo pensaram em suplantar a autoridade do então comandante Freire Gomes, usando o Batalhão de Operações Especiais do Exército.


As mensagens de áudio colocam o coronel Elcio Franco no centro da trama golpista e levantaram ainda mais preocupações sobre o envolvimento de militares em ações políticas ilegais. O caso faz parte de um inquérito da Polícia Federal contra o ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid."


Via: 247

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terça-feira, 25 de abril de 2023

CPMI do oito de janeiro: comprem a pipoca!, por Ion de Andrade

Originalmente publicado por Ion de Andrade, no GGN: Numa guerra uma das coisas mais perigosas que existe é perseguir um exército que parece estar em retirada. Em Austerlitz essa foi a perdição do Sacro Império Romano Germânico (tinha mil anos) contra Napoleão que fez crer que deixava o flanco aberto e se retirava quando isso apenas visava atrair as tropas inimigas para a derrota.
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Dino e Pimenta conhecem as tocas dos golpistas escondidos. Por Moisés Mendes

Por Moisés Mendes, em seu blog: Os ministros Flavio Dino e Paulo Pimenta se dirigem aos golpistas ainda impunes com o mesmo tom e a mesma imagem, para definir o lugar em que os fascistas se encontram. Dino e Pimenta disseram no mesmo dia, na semana passada, que as instituições e a CPMI do Golpe irão iluminar sombras e esconderijos dos que continuam escondidos e escapando. 

www.seuguara.com.br/misnistros/Flavio Dino/Paulo Pimenta/golpistas/
Ministros, Flavio Dino e Paulo Pimenta (Imagem/reprodução) 

Oe esconderijos são conhecidos, os criminosos escondidos são manjados, os crimes cometidos já foram provados.

Falta chagar a civis e militares que ainda não foram alcançados pelo esforço de contenção das ações coordenadas pelo ministro Alexandre de Moraes. 


Ainda falta saber o que o Ministério Público reuniu de provas e indícios, principalmente dos que lideraram e financiaram o bloqueio de estradas, os acampamentos e a invasão de Brasília.

Falta chegar além dos caminhoneiros patriotas de chinelo de dedo e dos acampados em transe que tentavam conversar com marcianos.


Falta enquadrar quem não estava em Brasília, para que os agora transformados em réus não sejam apenas os que tentaram se proteger ao lado do QG do Exército. E os outros? Os outros são a maioria ainda escondida.

Falta iluminar as sombras em que se escondem os que, como diz Flavio Dino, não têm coragem nem mesmo para prestar solidariedade aos presos na Papuda. 


As sombras são frondosas para os que, desde muito antes do 8 de janeiro, desde a articulação do gabinete do ódio, escondem-se da Justiça, mesmo que estejam sendo investigados.

Buscam sombras até perto do governo os que, depois de fazer discurso golpista em churrascarias de beira de estrada, tentam se aproximar do poder e pedir trégua. 


É preciso muito holofote para que os escondidos não continuem sendo apenas cercados. É preciso tirar idealizadores, planejadores e financiadores dos seus esconderijos.

Muitos dele são milionários que Alexandre de Moraes já identificou e determinou que ficasse quietos, antes da eleição. 


É gente com habeas corpus econômico. Extremistas de grife mandam avisos sobre os 'riscos sociais' representados por suas eventuais prisões.

E apostam de novo que no fim todos ficarão impunes. Consideram-se protegidos pelo poder do dinheiro.

Assim como os militares se acham inalcançáveis porque usam fardas, incluindo os de pijama.


Dino enxerga os golpistas escondidos um dia na cadeia, o que hoje parece pouco provável para quem já não espera tanta reparação.

Mas de fato não bastará, para alguns deles, que sejam indiciados, tronados réus e condenados. Terão que ser enjaulados.

"Alguns deles permanecerão muitos anos no cárcere", disse o ministro da Justiça nas redes sociais. Na CPI do Genocídio, diziam o mesmo.


Metade do Brasil foi contagiada pelo otimismo dos senadores Omar Aziz, Rena Calheiros, Randolfe Rodrigues, Humberto Costa, Fabiano Contarato. Ninguém foi preso até hoje, nem ao menos indiciado.

Golpistas com dinheiro, que ocuparam a partir de 2018 e ainda ocupam posições estratégicas em suas cidades, nem sempre são vistos longe das luzes de Brasília.

Mas continuam operando, rearticulando bases regionais para as eleições municipais e aguardando o momento para dar o bote de novo.


É uma realidade incômoda. Um dos piores sentimentos na luta em defesa da democracia é o de que não há avanços.

Há escaramuças, há polvadeira e até algumas baixas entre o inimigo. Há vitória em algumas batalhas.

Mas a sensação destruidora para os que lutam é a mesma que tirava forças dos soldados na Primeira Guerra. É a de estar no mesmo lugar.


Eles transformavam buracos cavados na terra úmida em moradia, porque não conseguiram sair dali e avançar em direção ao inimigo.

Na eleição do ano passado, as trincheiras abertas contra o golpe conseguiram fragilizar o fascismo.

Mas pode ser pouco, se não houver, depois das baixas entre eles, a conquista de terreno.


A CPI do Golpe pode fortalecer o sistema de Justiça, para que todos sigam em frente, como pode afundar na armadilha do lamaçal armado pela extrema direita. 

Os democratas não podem se contentar em morar dentro das trincheiras.

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domingo, 23 de abril de 2023

Veja quais os servidores do GSI estavam no planalto em 8 de janeiro

Por Iara Lemos e Sylvio Costa, no Congresso em Foco: Todos os dez servidores do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) que aparecem nas imagens divulgadas pela CNN são militares. O Congresso em Foco teve acesso aos nomes. Além do general Gonçalves Dias, que deixou a chefia do GSI na última quarta-feira (19), estavam no Palácio do Planalto, durante os atos de 8 de janeiro, outros sete oficiais do Exército, um sargento da Aeronáutica e um tenente-coronel da reserva do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal.

www.seuguara.com.br/servidores/GSI/8 de janeiro/imagens/

Os nomes foram repassados na quinta-feira (20) pelo GSI ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que conduz os inquéritos relacionados com atos golpistas. O ato aconteceu logo após assumir a chefia do GSI interinamente o jornalista e gestor público Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça e ex-interventor federal na segurança em Brasília.


Ao encaminhar os nomes, o GSI pediu ao ministro Alexandre autorização para dar divulgação a pública a todas as 160 horas de gravação registradas pelas câmeras do Palácio do Planalto em 8 de janeiro. O pedido foi aceito, e o GSI deve liberar as imagens ainda neste sábado (22).

Veja os nomes dos militares que estavam no Planalto no dia em que foram invadidas as sedes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário:


General de divisão R1* Marco Edson Gonçalves Dias, que exerceu a função de ministro-chefe do GSI até 19 de abril de 2023

As imagens mostram o ex-ministro, que apesar do episódio não perdeu a confiança do presidente Lula, circulando entre os invasores, cumprimentando-os e até salas do Palácio para os golpistas saírem. O general alega que indicou o caminho para os manifestantes descerem até o segundo andar, onde estavam sendo presos pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).


General de divisão Carlos Feitosa Rodrigues, que foi o secretário de Segurança e Coordenação Presidencial até 23 de janeiro de 2023

O general tinha sido nomeado para o cargo em maio de 2021 por Jair Bolsonaro. Foi, entre 2019 e 2020, o comandante 16ª Brigada de Infantaria de Selva, com sede em Tefé, no Amazonas. 


Coronel do Exército Wanderli Baptista da Silva Júnior, diretor-adjunto do Departamento de Segurança Presidencial até 31 de março de 2023

Recebeu em 2020 o título de "Cidadão do Recife", conferido pela câmara municipal da capital de Pernambuco. Em 2055, comandou a Operação Pacajá, organizada para tentar controlar os focos de tensão no Pará após o assassinato da freira Dorothy Stang.

Coronel do Exército Alexandre Santos de Amorim, coordenador de Avaliação de Riscos, que permanece no cargo

Foi de sua autoria um relatório classificando o evento como "risco laranja".


Coronel do Exército R1 André Luiz Garcia Furtado, coordenador-geral de Segurança de Instalações, que continua no cargo

Nomeado em abril de 2020 pelo então chefe do GSI, Augusto Heleno. Entre 2009 e 2011, nas gestões de Lula e Dilma Rousseff, integrou as comitivas presidenciais.

Tenente-coronel do Exército Alex Marcos Barbosa Santos, adjunto da Coordenação-Geral de Segurança de Instalações, ainda no cargo

Está no GSI desde agosto de 2019. Antes, foi do Batalhão da Polícia do Exército em Brasília.


Tenente-coronel R1 Marcus Vinicius Brás de Camargo, do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), chefe da Assessoria Parlamentar do GSI, ainda no cargo

Foi nomeado em 1º de janeiro deste ano, primeiro dia de mandato do presidente Lula. Antes, foi chefe da assessoria parlamentar do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal.

Major do Exército José Eduardo Natale de Paula Pereira, coordenador de Segurança de Instalações Presidenciais de Serviço no último dia 8 de janeiro, exonerado do cargo em 3 de fevereiro de 2023

Aparece nas imagens distribuindo água a invasores no Palácio do Planalto. Natale integrava a equipe de viagens do ex-presidente Jair Bolsonaro e do vice-presidente Hamilton Mourão. Foi nomeado durante a gestão do general Augusto Heleno no GSI.


Capitão do Exército R1 Adilson Rodrigues da Silva, auxiliar da Coordenação-Geral de Segurança de Instalações, ainda no cargo

No GSI desde dezembro de 2021, com função técnica de apoio à seção de processos administrativos, foi lotado antes no comando de operações terrestres do Exército.

Sargento da Aeronáutica Laércio da Costa Júnior, encarregado de segurança de instalações do Palácio do Planalto, ainda no cargo

Está no GSI desde outubro de 2020. 


*R1 designa o grupo de oficiais e de militares graduados que são transferidos para a reserva - ou seja, para a inatividade - mas permanecendo sujeitos à convocação em caso de guerra.

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quinta-feira, 20 de abril de 2023

Política: 'Preservei o coração do Planalto', diz ministro do GSI demitido por Lula

Primeiro ministro demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o general da reserva Marco Edson Gonçalves Dias, o G. Dias, afirmou nesta quarta-feira, dia 19, que sua atitude flagrada em vídeo das câmeras de segurança da Presidência no dia 8 de janeiro era uma forma de preservar o gabinete presidencial, que chamou de "coração do Planalto".

www.seuguara.com.br/Marco Edson Gonçalves Dias/GSI/demissão/Lula/

O então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) aparece em gravações veiculadas pela CNN Brasil apontando uma saída pela escada a invasores, mas sem confrontar nem dar imediata voz de prisão a eles. Parte da equipe de militares do GSI na ocasião ainda cumprimentou e forneceu água aos extremistas.


Em, sua defesa, o ex-ministro alega que, nas imagens capturadas por câmeras de vigilância do Palácio do Planalto, aparece verificando se salas usadas pela equipe presidencial estavam fechadas ou haviam sido violadas e que, ao encontrar extremistas que haviam promovido depredações, ordenou que descessem do terceiro para o segundo andar, onde policiais militares e soldados do Exército efetuavam detenções.


"Havia mais de 250 pessoas aqui dentro. Preservamos o terceiro piso todinho. O coração do Planalto foi preservado, toda a ala do gabinete pessoal do presidente e o quarto piso (andar dos ministros) foi preservado por completo", argumentou G. Dias, em entrevista à Globonews.

O ex-ministro afirma ainda que mandou apurar a conduta de agentes militares do próprio GSI, entre eles de um major do Exército que aparece fazendo um sinal de positivo com as mãos aos golpistas, cumprimentando outros e oferecendo um refresco: garrafas de água.


"Aquilo é um desvio de atitude, tem que ser punido", afirmou o general, segundo quem o oficial do Exército havia sido afastado em janeiro, junto a outros oficiais que ainda ocupavam cargos de confiança em 8 de janeiro, mas haviam permanecido nas suas posições desde o governo Jair Bolsonaro. G. Dias disse que o militar em questão foi retirado do cargo justamente por ter estado de serviço durante a tentativa de golpe e a tomada do Planalto.


Diferentes investigações abertas para apurar se houve ou não conivência ou facilitação aos invasores. Nas últimas semanas, 81 militares da ativa foram depor à Polícia Federal. G. Dias afirmou que remeteu as imagens a todas as investigações que demandaram acesso ao circuito interno de TV do Planalto, entre elas as polícias federal e militar, ao Comando Militar do Planalto e ao Ministério Público. 


"Sempre pautei minha vida pela honra. Coloquei meu cargo à disposição do presidente para que toda a investigação seja feita. Estou muito triste. Os vídeos são um absurdo. O pacote enviado por mim às autoridades policiais tem as imagens completas daquele dia fatídico. De onde vazou não sei, mas merece ser apurado", afirmou o general.


O Estadão telefonou para G. Dias, mas ele se recusou a atender as chamadas. O Palácio do Planalto confirmou que ele pediu demissão a Lula.


Fonte: Estadão Conteúdo

Via: Correio24horas

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terça-feira, 11 de abril de 2023

A estrutura do fascismo está intacta. Por Moisés Mendes

Por Moisés Mendes, em seu blog: Não há mais o que dizer sobre o balanço dos cem dias do governo Lula. Mas pouco se disse sobre o balança dos cem dias da extrema direita fora do poder e ainda viva e ativa. O fascismo está intacto. A estrutura política e criminosa, assumidamente envolvida na tentativa de golpe, ainda não foi abalada.

www.seuguara.com.br/estrutura do fascismo/Moisés Mendes/
Imagem/reprodução: redes sociais

A base social se reanima e se rearticula. É mobilizada pelo sentimento de que os terroristas presos depois do 8 de janeiro são parte do custo da guerra e apenas perdas pontuais distantes da maioria impune.


É nesse contexto que são percebidas as romarias de pretensos arrependidos em direção a Brasília, virtual ou presencialmente. 

Enquanto se reorganizam, os arrependidos pedem trégua e mandam recados. Não são os pequenos, amadores e subalternos, mas os arrependidos do primeiro time de golpistas e terroristas.


Não são tampouco os arrependidos da direita pragmática do centrão que se vendem por dinheiros fáceis. Esses são os profissionais do arrependimento.

O personagem agora é o arrependido protagonista da criação e manutenção da estrutura do golpe. Que financiou o gabinete do ódio, desfilou ao lado de Bolsonaro como golpista e apresenta-se como convertido aos valores da democracia.


Não precisamos citá-los, para não cometer o erro de esquecer alguém. E os arrependidos são perigosos, vingativos, ameaçadores. Não é bom nominá-los.

Arrependidos poderosos têm imposição econômica e são frequentadores de rodas de amigos de nome não só da extrema direita. 


São passadores de mãos nas costas, enxergam o Judiciário como extensão das suas empresas e têm base parlamentar. Com suas armas e chantagens, vão sugerindo tréguas que alguns consideram possíveis.

Sabemos que circulam em Brasília emissários de arrependidos de grosso calibre que só se arrependeram do que fizeram nos invernos pós-2016 porque a mais recente tentativa de golpe não deu certo.


Não é arrependimento, nem rendição em alto estilo, é um ensaio de cumplicidade com os vencedores, para que as sujeiras sejam negociadas, com possíveis adiamentos de punições e reparações.

O arrependido poderoso não é o cantor sertanejo que pede desculpas por ter apoiado Bolsonaro e procura conter as perdas financeiras da aposta errada.


Não é tampouco o alienado que Alexandre de Moraes visitou na Papuda e disse ter esperado no dia 8 de janeiro em Brasília que um marciano descesse na Praça dos Três Poderes para ajudá-lo a derrubar Lula e acabar com o Congresso e o Supremo.

O arrependido que manda recados a Brasília e agora se considera até admirador de Lula faz um movimento arriscado, mas vive de correr riscos. 


Depois de investir tudo no golpe, andar de braços dados com Bolsonaro, disparar mensagens em massa para sua rede de satélites de tios do zap e de financiar o golpe, esse arrependido arrisca-se agora a fingir que se arrependeu.

É um gesto de esperteza, mais do que de acovardamento. Não é uma trégua. O farsante envia a mensagem e avisa: digo que me entrego, mas cabe a vocês acreditarem na minha rendição.


Só a esquerda que também acredita em marcianos golpistas pode levar a sério arrependimento dos manezões fascistas às vésperas do fim de Bolsonaro.

Os falsos arrependidos, que reorganizam suas bases em cidades que Brasília não enxerga, só podem subestimar todos os que recebem suas mensagens pacificadoras. Subestimem só os mais crédulos.


Não dá para acreditar que o fascistão impune, depois de sustentar as milícias do ódio, disseminar mentiras, fazer ameaças e tentar impor o golpe com muito dinheiro, possa enganar os que ele cercou ao agir como jagunço de Bolsonaro.

Não dá para acreditar porque toda a resistência ao fascismo estaria desmoralizada e perderia sentido.


Não há perdão para o fascista que acena com o pedido de trégua apenas para sobreviver, se rearticular e voltar a atacar.

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quinta-feira, 6 de abril de 2023

PGR denuncia mais 203 acusados de incitar ataques terroristas ao STF

Publicado por Caíque Lima, no DCM: A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) mais 203 denúncias contra acusados de incitar os ataques terroristas de 8 de janeiro em Brasília. Segundo o órgão, as denúncias se referem a bolsonaristas que foram presos em flagrante em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília um dia após os ataques. A informação é da Folha de S.Paulo.

www.seuguara.com.br/golpistas/terroristas/denúncia/PGR/

Elas vão responder pelos crimes de incitação equipara pela animosidade das Forças Armadas contra os Poderes e associação criminosa.

"A PGR se manifestou pela liberdade provisória dessas pessoas, com a adoção de medidas cautelares como proibição de uso de redes sociais, de contato com outros réus, além do comparecimento periódico em juízo, entre outras. Esse tem sido o padrão adotado para crimes leves", diz o órgão.


No total, 1.390 forma denunciados no âmbito dos inquéritos que tratam do ataque, sendo 239 executores, 1.150 incitadores e um pessoa no núcleo que investiga omissão de agentes públicos. Com as novas denúncias, o grupo estratégico da PGR que trata do episódio esgotou os trabalhos. A procuradoria diz que eventuais casos pendentes ainda serão analisados e pode apresentar novas denúncias.


"A análise desses casos foi priorizada porque a maior parte das pessoas está ou esteve detida, e existem prazos legais para o oferecimento de denúncia em casos com prisão cautelar. O objetivo foi evitar qualquer conjectura relativa ao excesso de prazo", afirmou Carlos Frederico Santos, subprocurador-geral da República e coordenador do grupo.

Ele afirma que a conclusão dessa etapa faz com que as buscas pelos financiadores dos atos e agentes públicos que se omitiram avancem.

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sábado, 1 de abril de 2023

"Negócio assustador": Moraes chama terroristas presos de "alienados" e conta que os visitou na cadeia

Por Caíque Lima: no DCM: Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que os relatos ouvidos por ele nas visitas aos terroristas presos pelo ataque de 8 de janeiro demonstram "alienação". O magistrado conta que uma pessoa disse ter se escondido embaixo da cadeira de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado Federal, por um "pedido de Deus".

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quinta-feira, 16 de março de 2023

A regra infalível dos militares. Por Jeferson Miola

Originalmente publicado por Jeferson Miola, em seu blog: A regra é praticamente infalível, raramente falha. É empiricamente demonstrável que quase sempre se encontra a digital militar ou, então, algum militar envolvido na maioria absoluta de atos ilícitos e de improbidade; de tráfico de influência, desvios e corrupção; de mamatas, negligência, omissão, incompetência; e de toda sorte de trampas do período Bolsonaro/Mourão no governo.

www.seuguara.com.br/militares/corrupção/democracia/ABIN/

E, como o exemplo vem de cima, em regra os principais envolvidos são militares de alta patente; da cúpula das Forças Armadas.

No topo da cadeia delinquencial estão, obviamente, os atentados permanentes à democracia e os sucessivos intentos golpistas, cujo ápice foi o 8 de janeiro, arquitetado e preparado na área do QG do Exército em Brasília.


O inventário de tipos delinquenciais é extenso e multi-diversificado. Ainda não se sabe onde fica o fundo do precipício em que jogaram  Brasil. A cada dia, a cada novo escândalo descoberto, parece que o precipício é infinito; parece que não tem fundo firme.

Com o pouco que já se conhece, entretanto, é preciso reconhecer a eficácia delinquencial dos fardados. Em apenas quatro anos de gestão desastrosa, praticamente passaram em revista grande parte dos artigos do Código Penal brasileiro, que abarca um leque sortido de ilicitudes: 


- do descarte de vacinas vencidas ao genocídio dos Yanomamis; de propinas em barras de ouro na bíblia e em joias e diamantes, a compras inexplicáveis, - e, ainda por cima, superfaturadas - de Viagra, bebidas refinadas e carnes de butique para os quartéis; da devastação da Amazônia com expansão do crime organizado na região, a tráfico internacional de cocaína em avião da frota presidencial da FAB; de privatizações direcionadas e desmanche da FUNAI e Petrobrás à expansão de CAC's e facilitação do acesso do crime organizado, a salários duplex e extra-teto, aposentadorias privilegiadas, mamatas e privilégios; do aparelhamento estatal e contratos milionários sem licitação etc etc.


À essa lista incompleta e em constante atualização, somam-se os dois mega-escândalos do governo militar, revelados nos últimos dias: o das joias e diamantes, e o do sistema de espionagem política da ABIN


No caso da "propina das arábias", é risível o malabarismo explicativo do almirante Bento Albuquerque ao tentar explicar o inexplicável. O almirante da mais alta patente da Marinha do Brasil alega desconhecer o conteúdo do "presente" que trouxe escondido na bagagem, em declarar à alfândega, e que escondeu durante quase um ano.


Ainda não se conhecem as explicações criativas dos generais do Exército implicados no sistema criminoso de espionagem política através da ABIN. Já se sabe, no entanto, que eles estão na origem do rumoroso processo. O mecanismo clandestino foi comprado sem licitação no final de 2018 pelo GSI/ABIN sob o comando do general Sérgio Etchgoyen; e ficou em operação até meados de 2021, no GSI/ABIN comandado pelo também general Augusto Heleno.


Outro general, o indefectível Santos Cruz, também tem digitais no escândalo. Seu filho, Caio Cruz, representava no Brasil a empresa israelense Cognyte [ex-Verint], fornecedora da ferramenta de espionagem chamada FirstMile.

Em junho de 2019 o general Santos Cruz participou de reunião sigilosa no Quartel General do Exército quando o FirstMile "foi apresentado a sete generais". Ainda não se sabe quem apresentou o sistema israelense: se o representante da empresa no Brasil [o filho do general], ou se outra pessoa.


O que é certo, nisso tudo, é que o envolvimento do comando do Exército em espionagem significa o reerguimento de um sistema aos moldes do SNI da ditadura militar, o que é típico de regimes policialescos, fascistas. 

Os militares acalentavam um projeto longevo de poder, acreditavam na eternidade do governo militar eleito na urnas com Bolsonaro. Acreditavam na impunidade eterna, por isso decretaram sigilos de até 100 anos, para que ficassem incólumes por toda a eternidade.


Muito triste a realidade de envolvimento sistêmico, profundo e entranhado de militares das Forças Armadas com ilícitos, desvios e ilegalidades.

Delinquentes fardados são péssimos servidores públicos; assemelham-se a milícias fardadas oficiais, sustentadas com dinheiro do povo brasileiro. Por isso desonram as Forças Armadas do Brasil.

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terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Novo ministro do STM concorda com Moraes sobre julgamento de militares por atos terroristas

Publicado por Beatriz Castro, no DCM: O futuro presidente do Supremo Tribunal Militar (STM), Francisco Joseli Parente Camelo, concordou com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, de que cabe ao Supremo Tribunal Federal (STF) julgar os militares envolvidos nos atos terroristas de 8 de janeiro. 

www.seuguara.com.br/STM/militares/STF/atos terroristas/8 de janeiro/julgamento/

"Li e reli a decisão do ministro Alexandre de Moraes e entendi que está muito bem fundamentada. Não vejo, no geral, que tenham sido crimes militares [os praticados no 8 de janeiro]. Crimes cometidos por militares em situações de atividade serão considerados crimes militares se forem contra o patrimônio que esteja sob administração militar ou contra a ordem administrativa militar. Não vejo que houve isso" disse Camelo à coluna de Bela Megale, no jornal O Globo.


Ele disse também que Moraes "entende muito bem" o papel da Justiça Militar. "Não há afronta de maneira alguma com a decisão de Moraes. Entendo que as decisões do STF devem ser cumpridas e respeitadas", afirmou. 

O ministro do STM destacou que algo pode ser remetido à Justiça Militar caso seja constatado que o crime realizado é dessa esfera.

Francisco Joseli Parente Camelo foi eleito em dezembro para a presidência da corte militar e assume o posto no próximo dia 16.


Na segunda-feira (27, Moraes abriu investigação para apurar a participação de militares da Polícia Militar do Distrito Federal e das Forças Armadas nos ataques terroristas de 8 de janeiro, na sede dos Três Poderes, em Brasília. O ministro disse que cabe ao STF julgar militares eventualmente envolvidos.

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Militares não são intocáveis, nem estão acima da lei. Por Jeferson Miola

Por Jeferson Miola, para o 247: Ao incluir militares das Forças Armadas no inquérito do STF sobre o 8 de janeiro, o ministro Alexandre de Moraes decidiu da única maneira que poderia ter decidido. Os militares não são intocáveis, nem estão acima da lei. É dever constitucional das instituições e poderes civis processar e julgar os crimes cometidos por todos cidadãos brasileiros, sejam eles paisanos ou fardados.

www.seuguara.com.br/Alexandre de Moraes/STF/militares/julgamento/8 de janeiro/

A justiça militar, que inclusive precisa ser extinta, "não julga crimes de militares, mas sim crimes militares", como diz a jurisprudência do STF.

É fundamental se distinguir o crime cometido por militar, ou seja, pelo cidadão fardado, do crime propriamente militar, cometido no exercício da atividade militar, como motim, insubordinação e outros.


Caso contrário, sem esta distinção, qualquer militar que cometesse feminicídio, para usar este exemplo, poderia não ser julgado pela justiça civil, mas sim pela justiça militar; a qual, não raramente, atua com espírito de camaradagem e cumplicidade corporativa.

Por isso, os militares envolvidos na insurgência terrorista de 8 de janeiro devem ser investigados no inquérito do STF. Todos eles, de todas as patentes e das três Forças - de sargentos e coronéis a generais e comandantes. 


Na decisão, o ministro Alexandre de Moraes esclareceu que:

"inexiste, portanto, competência da Justiça Militar da União para processar e julgar militares das Forças Armadas ou dos Estados pela prática dos crimes ocorridos em 8/1/2023, notadamente os crimes previstos nos arts. 2º, 3º, 5º e 6º (atos terroristas, inclusive preparatórios) da Lei 13.260/16, e nos arts. 147 (ameaça), 147-A, § 1º, III (perseguição), 163 (dano), art. 286 (incitação ao crime), art. 250, § 1º, inciso I, alínea "b" (incêndio majorado), 288, parágrafo único (*associação criminosa armada), 359-L (abolição violenta do Estado Democrático de Direito), 359-M (golpe de Estado), todos do Código Penal, cujos inquéritos tramitam nesse SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL a pedido da Procuradoria Geral da República" [íntegra do despacho]. 


Com base neste entendimento, o ministro Moraes fixou "A COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARA PROCESSAR E JULGAR OS CRIMES OCORRIDOS EM 08/1/2003, INDEPENDENTEMENTE DOS INVESTIGADOS SEREM CIVIS OU MILITARES" [caixa alta no original]. 

E autorizou "A INSTAURAÇÃO DE PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO [pela Polícia Federal] para apuração de autoria e materialidade de eventuais crimes cometidos por integrantes das Forças Armadas e Polícias Militares relacionados aos atentados contra a Democracia que culminaram com os atos criminosos e terroristas do dia 8 de janeiro de 2023". 


Atentar contra a Constituição e o Estado de Direito com o objetivo de impor um governo de força, não eleito pela soberania popular, é um crime de extrema gravidade. E cuja gravidade aumenta ainda mais quando perpetrado pela imposição das armas.

Os criminosos do 8 de janeiro precisam ser julgados e punidos na forma plena da lei, com a aplicação das consequências cíveis, criminas e, inclusive, funcionais, com a demissão do serviço público, se for o caso.

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sábado, 25 de fevereiro de 2023

Mourão tenta livrar terroristas e diz que vai pedir ao STF para "separar joio do trigo"

Publicado por Beatriz Castro, no DCM: O senador Hamilton Mourão (Republicanos) disse que terá uma reunião com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, para pedir que sejam acelerados os processos contra os presos por participação nos atos de vandalismo do dia 8 de janeiro, que resultaram na depredação dos prédios dos Três Poderes. As declarações foram feitas ao UOL Entrevista, nesta sexta-feira (24).

www.seuguara.com.br/Hamilton Mourão/STF/

Mourão afirmou estar "preocupado" e disse que é preciso "separar o joio do trigo", porque, de acordo com ele, muitos dos que estão detidos não teriam depredado o patrimônio público.

"Consideramos que tem muita gente que está ali que cometeu, vamos dizer assim, não é nem crime, cometeu ilegalidade, por exemplo, participou da marcha, entrou no Palácio [do Planalto], mas não quebrou nada", declarou.

"Vamos pedir para agilizar os processos dessas pessoas, separar o joio do trigo, e essas pessoas que paguem multa, cestas básicas, paguem serviços comunitários, para pessoas que invadiram o patrimônio público, mas não quebraram", acrescentou.


O senador afirmou ainda que a participação em um ato inconstitucional não "se configura crime", e comparou a situação como a de uma pessoa que pula o muro de um clube porque não tem carteirinha. "O fato de está presente não configura crime, mas uma ilegalidade, igual pular o clube sem carteirinha", disse. 

Morão também destacou que, caso o Exército tivesse permitido a entrada da Polícia Militar no acampamento golpista na noite de 8 de janeiro, teria ocorrido um "banho de sangue".


Após os atos terroristas praticados por bolsonaristas em Brasília, a Polícia Militar do Distrito Federal tentou dar fim ao acampamento golpista em frente ao Quartel-General do Exército na capital, mas os soldados do Exército fizeram uma barreira para impedir a ação dos policiais. Os golpistas foram retirados na segunda (9/1).


"Em relação a impedir a entrada naquela noite, em 8 de janeiro, seria um banho de sangue, por uma razão muito simples: As forças da segurança pública estavam com os olhos injetados. Por quê? Porque durante a arruaça que aconteceu, houveram (sic) agressões a policiais militares, então a turma queria revidar", afirmou Mourão. 


Na entrevista, o ex-vice-presidente ainda revelou que não mantém mais contato com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e que a última vez que se comunicaram foi no final de 2022, por mensagens no WhatsApp.

"Não falamos mais. Último contato foi quando ele estava indo para o aeroporto, me mandou uma mensagem por WhatsApp, me pedindo para assinar uns decretos. Depois fui execrado, mas assinei dentro da lealdade que caracteriza o cargo", declarou. 


Para o senador, é possível que Bolsonaro seja preso por possíveis crimes que tenha cometido durante o seu governo, mas ressaltou que isso seja "pouco provável" de acontecer.


Veja a entrevista:



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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

General Augusto Heleno foi um dos mentores intelectuais dos atos golpistas, denuncia revista

O general Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), deve ser investigado por seu papel como um dos mentores intelectuais dos atos golpistas do dia 8 de janeiro, quando apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) invadiram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto. Fontes ligadas à Segurança Pública disseram que Heleno teria usado o aparato técnico do órgão que comandava e a influência nas Forças Armadas para evitar a posse do presidente Lula, o que facilitou o acesso de radicais ao Planalto em 8 de janeiro.
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